Resenhas - Porco de Raça

Irka Barrios 02/01/2022

Em "Porco de raça", Bruno Ribeiro traz um personagem casca grossa. Outsider, rebelde, o protagonista deixa claríssimo que não se trata do herói que salvará o dia. Seu irmão, a personalidade oposta, também não tem a menor vocação para ser herói. Corrompeu-se o suficiente para viver bem num mundo de regras criadas em outros tempos, por outra gente. Porco Sucio o enfrenta com o orgulho de quem não cedeu à corrupção. Talvez não, talvez sim, mas a casca grossa que Porco carrega esconde muitas de suas feridas.
É no ringue clandestino, com sua pele perfurada, rasgada, partida, que as feridas se tornam evidentes. Junto com elas, a verdadeira essência do personagem. O capítulo que traz à tona as questões que movem Porco é o mais belo e mais interessante. Humaniza o personagem a ponto de modificar completamente a perspectiva do leitor.
Um livro violento e belo, cheio de alegorias muito propícias. Para ser lido e celebrado.

May 22/03/2024

Porco sucio
Um livro do gênero, terror, drama e fantasia, narra a história de um professor negro que está falido e individado sem alternativa vai pedir ajudar para seu irmão que é Senador da República, mas ele acaba entrando nem uma tremenda confusão, aonde ele vai ter que luta para sobreviver.

Rayza.Figueiredo 09/01/2022

Não Gostei
Termino este livro com uma sensação de incômodo.

é um livro bruto; MUITO pesado;
faz críticas sociais necessárias de forma crua;
mas o que me incomodou foi a forma como essas críticas são passadas, com um final que, a meu ver, não ensina uma lição muito boa, nem passa uma mensagem legal;

Me incomodou a forma como ele tratou o racismo;

o personagem principal é um revoltado sem causa, que faz absolutamente nada da vida dele e culpa todo mundo pelas escolhas mal tomadas e o fracasso da própria vida;
e o final foi aterrador e revoltante.

não gostei. é um sentimento ruim que o livro causa.

Guilherme.Ribeiro 22/02/2022

Decepcionante
Acredito que a Darkside deveria focar mais na qualidade da escrita do que na edição, e isso já diz muito sobre minha experiência com esse livro, que prometia muito, mas não entrega nem 1% do que o enredo poderia ser

Preta Letrada 18/01/2022

Porco de Raça é tão real que assusta.
Esse livro conta a história de um professor negro com diversas degradações físicas e mentais que o ambiente lhe causou.
Uma das partes mais assustadoras dessa história é notar como uma distopia pode parecer tanto com o mundo real.

Bruno Ribeiro tece uma narrativa incrível em que, o que mais me impressiona, é a construção do professor. Um homem que, em certo momento, não consegue mais encontrar sua identidade. Em seu fracasso, está desenhada todas as suas expectativas e de sua família, porque ele não consegue alcançar nenhuma dessas. Sem saber exatamente para onde ir, ele se vê imerso em delírios que parecem, ao mesmo tempo, tão reais.

Carol 25/07/2022

Porco de Raça
Se eu tivesse que descrever esse livro em uma palavra seria "visceral", ele engloba uma história louca (mas talvez bem possível), cheia de violência e horror e encorpada com muita mas muita crítica social, o que é sempre (ao meu ver) necessário.

Demorei um pouco para ler pois mesmo sendo curtinho achei ele bem agressivo e acabava dando pausas entre os capítulos.

De qualquer forma a sua leitura é bastante válida e muito diferente do que eu imaginava, além disso a edição da darkside está muito caprichada e as artes contidas no livro são ótimas e vão de encontro com o que você imagina ou é descrito pelo autor.

Minha dica é leiam, mesmo que sejam aos poucos, é sempre bom dar palco para literatura brasileira ainda mais quando é de qualidade como essa.

Samuel Simões 20/07/2022

Razoável e uma leitura qualquer coisa
02 estrelas no skoob diz ser RAZOÁVEL e esse livro é exatamente isso. Uma boa história, uma escrita as vezes " truncada" e fiquei sem entender sinceramente o que NECESSARIAMENTE o autor quis transmitir na narrativa.

Colecionando Planetas 02/12/2021

Porco de raça
?O negro precisa navegar e dominar os códigos de dois mundos, o dele e o dos brancos, oscilar e se adaptar constantemente entre eles. O branco não passa por isso, pois o universal é o branco, a norma, a regra, o normal.?

Só digo uma coisa: leiam!
Mas cuidado com gatilhos para violência, cenas sangrentas, cenas de sexo, xingamentos, dentre outros.

Evy 29/03/2022

Um soco no estômago.
"Os fracos do mundo não costumam bater, mas aprendem desde cedo a apanhar".

Porco de Raça é um soco no estômago, como bem descreveu a vida, Clarice Lispector. Traz uma crítica social intensa permeada de suspense e terror e um ritmo de narrativa alucinante que dá a sensação de estarmos assistindo aos episódios de uma série que nos empurra cada vez mais para um desfecho terrível.

Muito melhor que muitas séries, no entanto, a narrativa brutal e seca de Bruno Ribeiro nos entrega a história de um professor paraibano, negro, desempregado que carrega uma sucessão de infortúnios: um casamento que não deu certo, uma relação familiar desajustada e uma incessante busca por se encaixar num mundo estranho.

Sua família, negros que decidiram se encaixar no que se espera deles, é relativamente bem sucedida, incluindo seu irmão Bruno que entrou para a vida política e o socorre de vez em quando em suas enrascadas, nunca antes sem criticar sua forma de viver, tentando fazer com que se encaixe, aceitando a vida como ela é.

Num dado momento da narrativa é capturado e acorda em um quarto estranho onde toca uma música que o remete a seu passado. Logo em seguida é jogado num ringue, com uma máscara de porco cobrindo sua face e obrigado a lutar com um oponente que também veste uma máscara de animal. Totalmente despreparado para isso, leva uma surra e acorda no mesmo quarto esquisito.

Vamos entendendo aos poucos e junto com o protagonista, que agora faz parte de uma organização de lutas clandestinas com um processo cruel e intenso de desumanização para entreter homens ricos da sociedade que apostam seu dinheiro ilícito nos animais que vão ao ringue. Bruno Ribeiro é genial na forma como construiu esse romance, e suas descrições viscerais são tão vívidas e visuais que por vezes é difícil não retirar os olhos da linha e respirar antes de continuar.

Em suas linhas narrativas tem muito sangue, muita vida como ela é, muita crítica social mostrando um racismo estrutural que só permite ao negro duas saídas muito claras: se encaixar ou o espetáculo do horror, a desumanização e o descarte. Como bem diz a quarta capa, esse livro é o dedo na ferida numa narrativa transgressora.

Não há nada comum nessa leitura, o que me agradou profundamente e o trabalho editorial da Darkside tornou tudo ainda mais visceral e vívido, com encadernação em capa dura e ilustrações ricas em detalhes e horror.

Super recomendo a leitura!

Eliete 27/03/2023

Mais ou menos
Já começo dizendo que o marketing do livro é um tanto diferente da mensagem que ele carrega, é um livro vendido como distopia, mas seu foco é muito mais voltado na crítica social do que em mostrar como funciona o sistema abordado no livro.
Tem algumas situações no livro que não ficam bem fechadas e a parte "distópica" da leitura foi explicada de forma muito abrupta e sendo vendido como uma distopia, eu senti falta de mais contextualização.
Tem um capítulo bem longo em que a crítica que o livro aponta é mais evidente em forma de lembranças, mas da forma como acontece acaba quebrando um pouco o clima da história.
Ainda sim é um livro bem descritivo em todas as cenas, uma leitura rápida e uma ideia que pra mim funcionou no geral, mas que na leitura não me agradou tanto.

Tatiana 14/11/2022

Não reinarão sobre minha tumba
Porco de Raça é complexo e acredito que algumas avaliações baixas sejam devido a isso. Não é um livro comum sobre racismo, é uma distopia.
Você não sabe se o que o personagem narrou, em alguns momentos, é real ou apenas sua imaginação porém ao mesmo tempo que é uma distopia mostra de forma real algumas questões relacionadas ao racismo, tão reais e cruas que chega a ser difícil a leitura.

Porco de Raça não é para quem espera algo fácil e que segue uma linha cronológica.

Marco 10/04/2022

Quando a história prioriza a mensagem ao invés do enredo
O livro traz uma narrativa dinâmica (em sua maioria) e com um tom serializado onde os acontecimentos acontecem sucessivamente, prendendo o leitor e motivando a virada de página para saber oq acontecerá a seguir... tal fato ocorre, em partes, pela emoção q a escrita gera mas tbm uma curiosidade em saber como tais loucuras irão se desenrolar, isso sendo positivo e negativo.
Positivo pois sempre está acontecendo algo (mesmo q seja repetitivo em alguns trechos), mas negativo pois o livro q é vendido como uma coisa na verdade se mostra como outro (principalmente na primeira parte, piorando mais ainda na última).
Existem personagens, vilões ou n, q são protagonistas de histórias, e mesmo sendo personas questionáveis eles conseguem gerar o mínimo de empatia ou interesse pelo leitor. Em Porco de Raça, o protagonista é nojento, grosseiro, vitimista ao extremo e perturbado mentalmente no pior sentido da palavra. Eu pelo menos n consegui me conectar, e suas flutuações de humor chegam a ficar tão inconstantes em um trecho q parecia q ele tinha gerado certa bipolaridade (oq n demonstrou em nenhum momento da narrativa). O desenvolvimento dele quando n é 0 é forçado mais pela trama doq um senso de evolução humana em si.
A trama, vendida como "transgressora", tem ares de filme de Jordan Peele só q do Paraguai: oq o diretor consegue trabalhar com sutileza em filmes como Corra! é esfregado na cara de forma didática (sem exageros) em partes do livro. Vendo as resenhas aqui do skoob percebo q a maioria exalta as mensagens, as críticas... cara, falar e criticar racismo é fácil, unir a crítica a uma história boa e q n apele para vitimismos vazios são outros 500. Além das pontadas ao racismo, tbm existem diversas cenas de violência gráfica, sexo e falas q são postas apenas para chocar, sem nenhum motivo narrativo aparentemente necessário.
Criticando tanto a direita quando a esquerda (sendo mais contundente à primeira), a história permeia o passado e presente do personagem principal q n é interessante, novamente, pq ele só reclama e reclama, mas pouquíssimas vezes levanta da cadeira para fazer algo a respeito. Um ponto positivo, entretanto, é quando ele age de forma hipócrita sucumbindo ao sistema q ele mesmo sempre criticou.
A quarta parte parece ser concluída por alguém inexperiente, um escritor de primeira viagem q tem milhões de ideias desconexas para uma história e q tem vontade de colocar tudo. Um Zack Snyder da vida q tem um preciosismo com suas cenas e q n quer se descartar de nada. Mesmo mantendo o ritmo das outras partes da história, o livro envereda por outros caminhos e finaliza de um jeito "uou, tu é brabo mesmo, hein?"(ler de forma irônica).
No fim, Porco de Raça é mais um livro q aproveita da militância para ser vendido. Uma mensagem batida e q foi melhor trabalhada em outras partes (como o já citado Jordan Peele). É uma história q vai te prender pelo ritmo, mas q no fim vai te dar um soco no estômago n pela "mensagem forte e críticas contundentes à sociedade opressora", e sim por ser algo simplório, raso e q subestima o leitor.

Emilia.Reis 20/02/2022

Bizarro
Entendo o contexto e questões levantadas no livro, que foram os melhores trechos. No entando a história criada pra falar sobre isso é terrível, sem muito sentido, só sangue, ódio e drogas. ( Tinha tudo pra ser bom, mas deu erro, não funcionou pra mim)

Maju 28/02/2022

Promete muito...
A história tem uma boa proposta, e uma boa execução... Até o capítulo 3, nesse capítulo, parece que o autor simplesmente ficou com preguiça de escrever e começou a apelar, violência aleatória e devaneios que você não entende o motivo de estarem ali, e o final, que final foi esse, totalmente sem nexo.
No final, o livro começa a primeira metade bem, mas a conclusão é cansativa

Nathy 14/02/2022

Porco de Raça é sangrento e extremamente violento, escancarando o desejo de sangue de uma sociedade compulsiva.

Um professor, negro, desempregado e falido, está nas margens da sociedade e se metendo em grandes problemas. Quando um de seus problemas faz ele fugir e ao mesmo tempo ser sequestrado, ele se vê tendo que lutar pela própria vida dentro de um ringue, usando uma máscara de porco e entretendo homens ricos. Nesse lugar ele tem sua humanidade praticamente cortada pela raiz, sofrendo um processo de animalização, bestialização e de esquecimento de si próprio. Mas é lá também que ele descobre a glória de ser venerado e amado pelo mundo, aceito e visto.

Com quatro partes, o autor nos conta a vida de antes, a vida no ringue, o passado da infância e o grande final. Quatro partes necessárias pra marginalizar, bestializar, humanizar e criticar.

As críticas ao racismo, marginalismo, governo, poder, dinheiro, consumismo, entretenimento, vem de forma natural na narrativa e se desenvolvem até o ápice.

O personagem se quebra inteiro bem na nossa frente e nos conta do passado, vemos o que ele fez e onde ele chegou, suas motivações e seus desejos. Acabamos entendendo-o com profundidade.
Também tem uma grande conexão com seu irmão que é seu total oposto.

Foi uma leitura bem pesada ao mesmo tempo que é fluída, rápida e curta. Fiz várias referências em coisas que já li ou vi e sai bem mexida.

Teve algumas partes um tanto sobrenaturais e/ou alucinantes que não foram explicadas muito bem e que ficaram como uma pulga atrás da minha orelha durante o livro todo, esperando alguém falar algo, mas não rolou.

Indico pra quem gosta de Jantar Secreto, Round 6, Laranja Mecânica e distopias cheias de críticas à nossa sociedade.

??Alerta de gatilho: violência, tortura, abuso.