Paraíso dos Livros 26/10/2021
Resenha | Morte no Nilo – Agatha Christie
Publicado em 1937, Morte do Nilo foi a minha primeira leitura de Agatha Christie.
Neste livro, a jovem Linnet Ridgeway, herdeira de uma grande fortuna, linda e bem-sucedida nos negócio, atrai a atenção muitos a sua volta, recebendo a admiração de alguns, mas, também ódio, inveja e despertando a ambição de outros. Após conhecer o noivo de sua melhor amiga Jacqueline de Bellefort, Linnet fica encantada pelo rapaz que a corresponde, e assim, Simon Doyle abandona Jacqueline, e se casa com Linnet. Inconformada com o término e traição de ambos, Jacqueline começa a perseguir o casal por todos os lugares, despertando a fúria de Linnet.
Em uma tentativa de fuga, ao viajarem para o Egito, o casal decide fazer um cruzeiro pelo Nilo. Porém o que deveria ser uma viagem romântica, sem interferências, acaba tendo rumos inesperados quando Linnet é encontrada morta em sua cabine. Mas o detetive Hercule Poirot também está a bordo, descobrindo que Jacqueline não era a única a ter motivos para matar Linnet e que todos os passageiros são suspeitos desse crime.
Esse livro tem muitos personagens, e logo no inicio da narrativa a autora apresenta cada um, mostrando a ligação deles com Linnet. Apesar de a morte dela ser a premissa do livro, o fato não acontece de imediato, dando tempo de o leitor conhecer um pouco mais a protagonista antes do seu fim. Ela sente a ameaça e chega a comentar com Hercule Poirot, que também prevê que algo ruim acabará acontecendo. E o conjunto desses fatores torna a leitura interessante e intrigante, porque a cada página a tensão aumenta e após o crime a narrativa ganha ainda mais intensidade.
Eu gostei bastante desse livro, porque a Agatha consegue construir a narrativa de uma forma muito coerente, porém deixando algumas lacunas abertas que vão sendo respondidas ao longo da história. Parece que a morte de Linnet será a única tragédia, mas ela desencadeia outras que acontecem de maneira tão misteriosa quanto a primeira. E após a resolução do crime de Linnet, a sensação que fica é que não tinha motivos para ter dúvidas e que a verdade estava o tempo todo diante dos nossos olhos. Ou seja, a lógica é um elemento presente em toda narrativa, mas a escrita de Agatha Christie é tão envolvente durante a investigação que faz a gente desconfiar até da nossa sombra.
Todos os personagens desse livro tem uma construção elaborada com ricos detalhes, algo que gosto muito, porque cria uma conexão maior entre o leitor e a narrativa, gerando um envolvimento com a história. Apesar de a morte de Linnet ser algo que está na sinopse do livro, ainda sim, é surpreendente a forma como ocorre, porque durante a situação os fatos levam a crer que outra tragédia aconteceria naquele instante e não a morte de Linnet.
Então com o avanço das páginas, Agatha Christie consegue surpreender com elementos que indicam determinada situação, mas por fim, levam a consequências totalmente diferentes e mesmo que alguns personagens possuam álibi, ninguém é descartado da investigação tão facilmente, tornando todos suspeitos. Eu achei genial a forma como Agatha conseguiu, neste livro, revelar a verdade por trás de cada situação e fazer com que durante a leitura, a gente duvide até mesmo do óbvio. Eu super recomendo a leitura de Morte do Nilo e estou curiosa para conferir mais livros da autora.