juli 12/04/2022
garotas são feitas de pizza.
como começar falando de Garotas de Pizza?
esse é um daqueles livros que você se sente totalmente envolvido na trama dos personagens. sem excesão, a história e desenvolvimento das pessoas desse livro foram todas muito bem escritas para o leitor se envolver. pra mim em especial, que ama ler sobre lésbicas em descoberta, foi muito emocionante sentir em uma personagem a semelhança com minha trajetória.
o livro trata com delicadeza a questão da Milena, uma garota interiorana que se muda para uma cidade maior e descobre a si mesma um lado que foi muito oculto por ela.
a forma como ela amadurece a forma de pensar acontece gradativamente, o que deixa por muitos capítulos o leitor ansioso para ver o tão esperado momento que ela enfim se encontrará. entender que essa grande mudança não acontece de um dia pro outro foi o que me fez amar mais o caminho do livro, que tratou sempre de mostrar sutilmente como a principal se reprimia e que era um grande passo ela querer tentar.
a abordagem sobre ser uma Garota Tardia com certeza foi o que mais me emocionou, a autora fez questão de frisar que nós, mulheres que gostamos de mulheres, estamos nesse mundo sendo tardias por todas as outras mulheres que ainda estão em um espaço de repressão. e isso é bem forte e real, eu li sobre a história de Milena, que é ficção, mas há por aí várias Milenas espalhadas no mundo real.
Um livro que trouxe romance, descobertas, aceitação, e velhinhas lésbicas, não tem como dar ruim. me deixou de coração quentinho e com um gosto de quero mais. eu acompanharia a vida da Milena, da Pietra, da Morgana, da Eos, da Lola e de todas as integrantes dessa galáxia de pizza com muito prazer por tempo indeterminado.
Assim como eu amo pizza, amo suas infinidades de sabores, eu amo mulheres, amo como são únicas e surpreendentes, e poder ler um livro que fale tão abertamente sobre isso me faz sentir contemplada. Garotas são feitas de pizza é a analogia mais fofa e genial que eu já li.
recomendo esse livro para quem quer se divertir, se apaixonar, se sentir em casa e se enxergar em histórias lésbicas nacionais.