Ayrie (@ayriebooks) 13/10/2021
Uma ambientação mágica e envolvente
"Margot estava morta, morta havia alguns meses, e seu rosto marcado de varíola seria o único fantasma de verdade que o atormentaria para sempre.
As mariposas lá fora eram apenas insetos."
Após perder a jovem esposa grávida, Álvaro recebe a proposta de ser tutor da filha de um conde no interior de Minas Gerais, o jovem apaixonado por história decide então sair de São Paulo e tentar superar o luto em novos ares.
Esperando paz, o que Álvaro encontra é uma pupila indomada, um casarão abandonado, um conde recluso e os boatos de uma maldição que matou os dois últimos condes em questão de meses. Sem conseguir fugir de assuntos de vida e morte, nós acompanhamos as diferentes formas de lidar com o luto, a perda e a reconstrução.
O livro toca em assuntos importantes, como visões estruturais de machismo e homofobia, porém eu senti que o tema da escravidão acabou sendo abordado com um pouco de superficialidade. Mesmo assim, apesar da visão de brancos ricos e salvadores que estavam totalmente desconstruídos para a época, a história não romantiza o tema de forma alguma.
Mell nos presenteia com uma escrita fluida e divertida. Mergulhado em superstições e linhas tênues entre sonho e realidade, A Sombra das Mangueiras traz um romance gótico, queer e com aura fantasiosa ambientado no Brasil.
Recomendado para todos os que amam romances de época, baixas doses de fantasia e descoberta LGBTQIA+ (com generosas pitadinhas de hot).