Edson Sulina 24/01/2023
Uma resenha separada em três etapas, para uma obra fantástica!
Em primeiro lugar, é difícil redigir resenhas sobre obras de autores que não conhecemos pessoalmente, principalmente no meu caso — um ser humano que não consegue separar o lado profissional do pessoal, seja de quem for, pois tenho comigo que ambos são intrínseca e mutuamente inclusivos, dependentes! Estou errado por pensar assim? Talvez. De qualquer forma, não consigo evitar!
Portanto, vou separar meu ponto de vista em três fases distintas.
"Ué! Você não acabou de falar que eram apenas duas?"
"Sim, falei. Mas logo explicarei o motivo da terceira; basta acompanhar."
Três etapas: Obra, autor, pormenores.
A primeira delas — a que mais importa a todos — está relacionada apenas à obra aqui presente: Antologia do Horror. Nesta primeira etapa, quero falar apenas sobre a competência do autor como criador de histórias. Isso é o mais importante! Detalhes técnicos e pormenores ficarão lá para a terceira etapa — e antes desta ainda virá a segunda, onde falarei especificamente sobre o autor, sobre sua pessoa. Entendeu agora o porquê de três etapas? Não gosto de misturar as coisas e acabar menosprezando ou subjugando a capacidade de alguém sem antes entender os motivos que levaram a isso.
Pois, bem. Vamos lá. Análise técnica e pessoal, sem qualquer spoiler.
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1) Obra:
Antologia do Horror é um livro composto por dez contos apresentados em cerca de 250 páginas, onde cada um é composto por 25 delas, na média (uns mais, outros menos). Mas não se engane pensando que este número de páginas é insuficiente para colocar você (leitor) num ambiente austero, numa dimensão sufocante de onde ficará loucamente inclinado para sair! Pois você vai se enganar! Ah, sim, eu tenho a certeza de que você vai se enganar! Antologia do Horror consegue, em tão poucas páginas e em pouco tempo, te transportar para um ambiente tão inóspito, tão recheado de intrigas e mistérios, que você só vai parar de ler quando virar a última página do conto que está lendo e perceber que ele chegou ao fim. Então, de forma até inconsciente, você se pegará lendo o conto seguinte, e o próximo, e mais um e mais um... E só vai parar quando perceber que a contracapa do livro está em frente aos seus olhos! Isso é verdade! Acredite. Pois aconteceu comigo quando realmente tomei o livro em minhas mãos, decididamente, para o ler. Devorei! Simplesmente o consumi como se fosse um brigadeiro (para quem gosta de doce) ou uma carne assada (para quem gosta de salgado)!
Antologia do Horror me transportou para um mundo diferente, inusitado. Afinal, quantas são as pessoas que possuem experiências com o mar, com a vastidão do oceano? Quantas são as pessoas que possuem vivências em ilhar inóspitas e repletas de segredos?
E aqui podemos ir além! Antologia do Horror nos traz e nos apresenta tantas referências do estado de Santa Catarina, com seus costumes, povos e suas histórias, que nos leva para um mundo fantástico, surreal, onde acabamos sendo obrigados a devorar cada página densa de rico conteúdo com a mesma rapidez que devoramos um mero panfleto de supermercado! É incrível! Indescritível até!
Mas e o teor das histórias? E a temática dos contos? Aaahhh... O título da obra fala por si só, não é mesmo? Acredito que eu não preciso dar aqui "spoilers" (como já deixei claro que não o faria). Se você quer conhecer criaturas fantásticas, histórias de tirar o sono, contos que abordam comportamentos e atitudes do homem (lindos e maravilhosos ou tão sujos quanto a própria podridão humana em sua maior decadência), este é a obra certa. Este é o lugar certo para você entrar, mergulhar no livro, folheando página após página, degustando o que de melhor Antologia do Horror tem a oferecer.
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2) Pessoa (Bruno Black)
Sou profissional no estado do Paraná, onde pessoas que interagem diariamente comigo em meu ambiente de trabalho me passaram o contato de Bruno, para que ele pudesse me auxiliar e sanar minhas dúvidas sobre, justamente, questões editoriais referentes ao lançamento físico de livros (um grande sonho meu também). E esse sujeito, Bruno Black, até então desconhecido, simplesmente me acolheu de uma forma tão singular, tão diferente do que eu já havia vivenciado em meus mais de quarenta anos de vida, que fiquei estarrecido, quase mumificado (utilizando jargões presentes em nossos contos de horror). Ele simplesmente tomou para si todas as minhas dores, todas as minhas lamúrias, medos, insatisfações... sanando as minhas dúvidas com uma desenvoltura sem igual, se mostrando prestativo ao extremo, como nunca antes visto por mim num ser humano diferente de meus pais, familiares e alguns amigos. Juro!
Acredite no trabalho de Bruno Black! Ele vai te surpreender, tanto como profissional como ser humano. E neste segundo quesito, você se sentirá grato por ter se aproximado dele — e eu assino embaixo!
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3) Pormenores
Existem problemas editorias, de gramática, ortografia, diagramação...? Claro que existem. Óbvio que existem! Nesta minha resenha também existem. Nas obras de H.P. Lovecraft, Edgar Alan Poe, Stephen King, Agatha Christie... também existem! A diferença é que Bruno Black encarou sozinho o desafio de colocar ao público seu trabalho, seu esforço, sua dedicação. Ele não teve a oportunidade (ainda, mas tenho a certeza de que terá futuramente) de usufruir do trabalho de terceiros para tornar sua obra ainda mais perfeita do que já é. E mesmo estes profissionais de longa jornada, como já mencionei, estão suscetíveis a erros, como qualquer outro ser humano. Portanto, não devemos ser ávidos em querer encontrar e apontar erros para menosprezar e reduzir trabalhos fantásticos como a Antologia do Horror, somente pelo fato de termos encontrado um erro ou outro (ou mesmo vários) de diagramação, ou gramática, ou ortografia! Ainda mais por estarmos no Brasil, utilizando a língua portuguesa, considerada uma das mais difíceis do mundo! Bruno Black encarou sozinho o desafio de fazer tudo isso... sozinho!!! Se isso não for motivo para venerá-lo, então não sei mais nada neste mundão de Deus.
Portanto, meus caros, para finalizar: Antologia do Horror, de Bruno Black, é sim uma obra digna de aplausos. Digna de ser ovacionada, de pé!
Resumo da resenha: Amei a obra. Comprei, li e vou reler. E comprarei qualquer outra obra lançada futuramente por Bruno Black. Autor que ganhou, acima da minha confiança, a minha amizade, respeito e consideração.
— Edson Sulina Ruschel.