As doenças do Brasil

As doenças do Brasil Valter Hugo Mãe




Resenhas - As Doenças do Brasil


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Bookster Pedro Pacifico 23/08/2022

As doenças do Brasil, de Valter Hugo Mãe
Gatilho: violência sexual

A admiração dos brasileiros pelas obras de Valter Hugo Mãe não é novidade, principalmente para os leitores que me acompanham aqui. O autor português foi um dos grandes responsáveis por despertar a minha paixão pela leitura, após uma adolescência mais adormecida, sobretudo pela forma incrível - e poética - como escreve. Isso já pode dar uma ideia de como foi emocionante mediar um papo com Valter na Bienal do Livro de São Paulo desse ano, acompanhado de centenas de leitores (vide fotos).

Em seu mais novo romance, que foi o grande tema da nossa conversa, VHM continua nos mostrando a sua habilidade com a língua portuguesa. A peculiaridade, nessa obra, está na forma com que o autor consegue usar as palavras - já conhecidas ou até mesmo inventadas - para criar uma relação com a natureza, o solo, a água, os animais e as tradições/culturas dos povos indígenas. Como o título já indica, o livro se passa em solo brasileiro e VHM dedica seu trabalho a Ailton Krenak, escritor, ambientalista e líder do movimento indígena.

Isso já mostra a preocupação do autor com a proteção à memória e aos direitos das pessoas indígenas. A colonização é um tema muito forte no enredo e achei muito interessante como VHM colocou a pessoa indígena no centro da narrativa, se distanciando dos trabalhos históricos que narram o tema sob a perspectiva do colonizador.

É a história da dor e do sofrimento que os portugueses trouxeram aos povos que já habitavam essas terras. A cultura, tradição e - o pior de tudo - a própria existência das pessoas indígenas foi totalmente atacada e violentada. Somos apresentados a Honra, nascido de uma mãe Abaeté que foi vítima de estupro por um homem branco. O
sofrimento é interminável e se perpetua em Honra, com uma crise de identidade e vontade de vingança.

O livro confirma o amor que o autor nutre pelo Brasil. Foi uma experiência de leitura muito interessante, mas já adianto: não é das leituras mais fáceis, sobretudo pela linguagem usada por VHM. As primeiras páginas são as mais desafiadoras e com o decorrer da leitura você vai se adaptando melhor à escrita.

Nota 9/10

site: http://instagram.com/book.ster
Ludmila 19/10/2022minha estante
Tb tive essa sensação no início da história, aliás como as outras duas que li de VHM (Desumanização e A Fábrica de fazer espanhoi


Ludmila 19/10/2022minha estante
Que tb foi me ganhando, me envolvendo no decorrer das narrativas. Conhecer a colonizacao do Brasil sem a perspectiva do colonizador, mas do verdadeiro dono dessa Terra, os indígenas, na linguagem poética de VHM, foi lindo, emocionante e verdadeiramente Brutal.
Estar nesses tempos difíceis onde parece que ódio predomina, nos últimos dias ao Ler as Doenças do Brasil, o que mais desejei foi estar com os povos Abaeté ao lado de Honra e Meio da Noite, onde a fé, o amor e o respeito transborda!


Planells 22/11/2022minha estante
De tanto você recomendar os livros do Valter Hugo Mãe, Pedro, eu já comprei 3 e estou ansioso por começar a ler-los! ??




Claudio 10/12/2021

A violência colonizadora de forma lírica
Mais um livraço de VHM que aborda com seu lirismo habitual a violência sofrida pelos índios colonizados e negros escravos, sob a ótica deles, numa linguagem que lembra demais Guimarães Rosa, criando palavras e recriando significados com base na cultura indígena.
Imperdível.
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Carolina.Gomes 10/07/2023

O pior VHM que li
Eu não gosto de fazer resenha de um livro que não gostei, ainda mais em tempos que não se pode desgostar, sem gerar celeuma.

Até aqui, gostei de todos os livros que li do VHM, exceto esse.

Apesar de gostar e me emocionar com sua linguagem poética e metafórica, nesse livro achei que ele pesou a mão. Beirou a verborragia e me pareceu ininteligível, em vários trechos.

Nem apelando muito para o meu lado leitora emotiva, consegui achar que esse livro é uma declaração de amor ao Brasil ou sequer faz jus aos elogios rasgados contidos em seu prefácio.

Para mim, soou forçado, enfadonho e muito ruim.
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Vinicius 28/11/2023

Desta vez não fui cativado
Meu segundo VHM, mas uma experiência diferente do primeiro. Pode ser o momento de vida, as leituras prévias, o tema, ou um tanto mais de fatores, mas não rolou para mim.

A escrita do autor, que tinha me fascinado em O filho de mil homens, desta vez foi um obstáculo. Não só a prolixidade, mas parece que a prosa poética também foi exagerada. Sabe quando um doce é tão doce que passa a ser enjoativo ao invés de saboroso? De alguma forma para mim tudo soou artificial.

Há sim pontos tocantes, como a amizade de Honra e Meio da Noite. Também o fato de um escritor português querer revisitar este momento da história do ponto de vista dos povos indígenas tem uma bela simbologia. Tirando isso, o livro se arrastou para mim.

Espero voltar a ler VHM em breve e tirar essa má impressão.
edu basílio 28/11/2023minha estante
eu querendo retomar o VHM ano que vem... talvez eu deixe este MAIS pra frente ainda ;-) obrigado por partilhar, vini :-)


Vinicius 28/11/2023minha estante
Espero que minha resenha não crie pré-conceitos quando for encarar este, Edu ?


edu basílio 28/11/2023minha estante
não criará, fique tranquilo ^^ ele está na estante, vou esperar "ouvir o chamado", leve o tempo que levar... :-)




Maíra 09/07/2022

Bom
Esse é o primeiro livro de VHM que eu leio. No início foi difícil a leitura. Tem um ritmo diferente do que estou acostumada. Mas depois que você entra na história ela flui.
Marcella 12/08/2022minha estante
Tem que ler filho de mil homens!! ?


Ramilla.Souza 23/01/2023minha estante
Não é a leitura mais fácil dele mesmo. Vale a pena ler os outros.




Helder 28/12/2021

Um grande desafio
As Doenças do Brasil é o último livro do incrível escritor português Valter Hugo Mae e teve seu lançamento quase simultâneo em Portugal e aqui pela editora Biblioteca Azul.
Eu preciso dizer que até hoje só li dois livros deste autor, mas são duas leituras que figuram entre as coisas mais bonitas que já li na vida, portanto a minha expectativa para este livro era enorme, principalmente ao ver na sinopse que a história se passaria no Brasil, um país que sei que é muito amado pelo escritor.
Porém sinto informar que desta vez, infelizmente, minhas expectativas não foram atendidas.
Em As Doenças do Brasil, Hugo Mãe nos traz a história de Honra, um índio que foi gerado a partir do estupro de sua mãe por um homem branco.
Como Honra tem a pele branca, ele se sente diferente em sua aldeia e tem como objetivo de vida tornar-se um guerreiro e vingar sua mãe.
“Sou branco. E esta cor não é cicatriz, é ferida e não sara. O inimigo parasita em mim para sempre. Sou uma possessão. Um espírito baixado sobre minha dignidade abaeté. Sou um bicho como nenhum outro da mata. Um inimigo menos semelhante. Um excremento do branco no ventre de minha mãe."
Um dia, ao andar pela mata, Honra encontra um negro perdido, que a princípio é feito de prisioneiro, mas logo é aceito por Pai Todo, o líder da tribo dos abaetes, que lhe dá o nome de Meio da Noite e profecia que este irá se tornar um guerreiro também e irá ajudar a tribo a se defender da fera branca. Aos poucos, Honra vai aceitando a presença de Meio da Noite e logo eles se tornam amigos.
Para contar esta história simples, Hugo Mãe tentou se colocar na época em que os primeiros índios tiveram contato com o homem branco e criou uma linguagem especial para tentar representar este momento da história mundial.
Porém, desta vez, diferente de suas outras obras, onde existia poesia nas metáforas de seu texto, neste livro, as diversas metáforas criadas pelo autor tornaram a minha leitura extremamente truncada e cansativa, como se eu estivesse lendo um miniconto de Guimarães Rosa, mas agora com descrições de selva ao invés de um sertão.
No fim, para mim, ficou a impressão que, diferente de seus outros livros, aqui me parece que o autor se preocupou muito mais com a estética do que com o conteúdo, pois existe toda uma linguagem rebuscada, mas que tem pouca coisa para contar, pois não existe uma verdadeira história aqui.
Através desta linguagem o autor vai nos mostrando as tradições e superstições da tribo Abaeté, mas em trechos que não levam a narrativa para frente. No fim, parece que tem algo bonito ali, mas para mim ficou escondido.
Nem a geografia do livro fica clara. Diz a sinopse, e o autor em diversas entrevistas, que sua história se passa no Brasil, mas para mim podia ser em qualquer ilha onde tenha havido um povo originário que de repente teve que conhecer o homem branco.
Sabendo do amor que Hugo Mãe sente pelo Brasil, confesso que esperava muito mais desta obra, mas acredito que seja o caso de fazer uma releitura daqui a um tempo.
Já você, se deseja conhecer o autor, recomendo não começar por aqui, pois pode trazer uma impressão errada sobre seu talento
Agora, se assim como eu, você já é fã do autor, mesmo este não sendo um livro maravilhoso, acho que é um grande desafio ao leitor, então que tal se desafiar?
Danilo Parente 02/01/2022minha estante
Eu achei a mesma coisa. Fui sedento por já ter lido algumas obras dele e acabei me frustrando com esse livro. Na minha opinião faltou um desenvolvimento melhor da história e algumas partes ficaram repetitivas. A única coisa que chamava a atenção era a escrita rebuscada. Pode ser que no futuro eu faça uma releitura e tenha uma visão diferente do que ele quis passar no livro, mas nessa primeira leitura ficou um pouco decepcionante.


Helder 03/01/2022minha estante
OI Danilo, bom saber que não estou sozinho na frustração, mas pelo jeito lemos o mesmo livro. Como fã do autor, eu esperava uma linguagem rebuscada, mas com conteudo que sempre me emocionava, mas infelizmente aqui me parece que a preocupação do autor foi somente com a sua complexa linguagem. Uma pena! Mas quem sabe uma releitura no futuro não mude nossa opinião, né?


juliapassos14 04/01/2022minha estante
Gostei muito da sua descrição! Estou lendo atualmente e cheguei com as expectativas altíssimas e acabei ficando com a mesma sensação de leitura pouco fluída por conta da linguagem empregada. Como muitos colegas rasgavam elogios ao livro, estava receosa de estar sendo excessivamente crítica ao dizer que esperava mais... Por hora, sigo no desafio de finalizar a leitura!


Sidélia 23/03/2022minha estante
Concordo, Helder! A live com do VHM com Krenak no lançamento para o Brasil, o amor do Valter pelo nosso país e leituras de livros anteriores do autor (meu favorito "O apocalipse dos trabalhadores") me trouxe uma expectativa imensa sobre esse livro, no entanto deixou a desejar :/


Goretti 16/07/2022minha estante
Ia sugerir justamente isso, não comecem por esse. Muito difícil mesmo depois que vc se apropria da linguagem metaforizada. Mas eu amo VHM.




brunomathiasss 17/03/2022

A violência colonizadora e a importância de recordar-la
Na ultima bienal que ocorreu aqui no Rio, eu descobri que VHM tinha um livro novo. Não podia estar mais animado pra encontrar o tal “As doenças do Brasil”, era o meu objetivo leva-lo comigo. Comprei e até o dia que comecei a ler o livro eu não sabia do que se tratava, não queria saber. Eu tenho o costume de ler o mínimo possível sobre, não por spoiler nem nada do tipo, apenas gosto do sentimento de começar algo e ir me encontrando. Antes de começar me limitei a uma coisa, quais são essas doenças do Brasil?

É impressionante a forma como VHM desenvolve a história, é de um lirismo que nos leva a algo fantasioso mas ainda com o choque da realidade.

A criação de uma identidade pro povo Abaeté por meio de neologismos e pelo lirismo cria uma linguagem própria pra eles. A lingua de um povo é muito mais do que apenas palavras, é também uma forma própria de existir, de ser , de enxergar mundo. Existimos em parte na linguagem e é interessante a forma que Mãe coloca a lingua do branco em uma função de um invasor, como se fosse veneno, uma lingua que veio para destruir, roubar, que conflita com esta outra realidade que pertence aos povos originários.

O que mais me chamou a atenção no livro foi como a violência foi abordada, somos apresentado a uma outra forma de lidar com a violência, algo que repete com o fim de chegar a algum lugar . Uma das questões do livro é relacionado ao Pequeno Honra, um indígena do povo Abaeté, que é fruto de um estupro pelo Homem branco. “Sou branco. E esta cor não é cicatriz, é ferida e não sara”. Há um sofrimento por falta de identidade, de não se reconhecer como um do povo dele. O ódio ao branco que ele tem acaba por ter ele mesmo de alvo. Honra se encontra em uma situação de repetição do próprio discurso, que leva a algo novo.

Este elemento da repetição é algo muito forte no texto, e fica muito claro ele nas passagens da mãe do pequeno honra. Desde o inicio do livro, Boa de Espanto conta sua história de seu abuso. Repetidamente, sempre com uma informação a mais. Recordar talvez nos coloque em uma posição desconfortável e revive as dores do passado, porem pode libertar também.

A descoberta de saber o que cada um dos personagens chegou depois deste processo eu deixo pra quem for ler, acho que muita coisa nesse livro não se entende e sim sente. E isso cada um tem que fazer por conta própria. Mas afinal quais são essas doenças do Brasil? Sintetizando em uma coisa para mim seria o pensamento colonial, que não permitiu diferenças e tem o objetivo de apagar a história dos outros. E entendendo esse contexto é necessário recordar porque esquecer é se entregar.
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Julia 05/02/2024

Gostei bastante
O livro me surpreendeu, ainda mais sendo de um autor que nunca imaginei ler. O final com algumas possibilidades de interpretação, me deixou com um gosto de quero mais, só que entendo que foi de propósito. Adorei o livro.
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Mayra 18/04/2023

Difícil de ler
Recebo muitas recomendações do escritor e esse foi meu primeiro contato. Não é um livro fácil, pois a escrita é bem peculiar. Você vai se acostumando durante o livro, mas ainda assim, não é tão fácil. O enredo é simples, mas traz muita reflexão. Não foi uma boa escolha para primeiro contato com o escritor, vou tentar outros.
Eduarda.Loeblein 18/04/2023minha estante
Recomendo A máquina de fazer espanhóis. É um livro maravilhoso, único. É interessante ler o poema Tabacaria antes, de resto é só curtir.




Rosa Santana 07/02/2022

As Feridas do Brasil!
Cheguei ao final de As Doenças do Brasil, deveras emocionada. Aliás, essa emoção me acompanhou desde a leitura do prólogo, feito por Conceição Evaristo, em uma apresentação contundente da obra!
Quais seriam as doenças do Brasil? Poderiam ser as advindas da conjuntura política atual, cheia de problemas relacionados ao meio ambiente; à educação, à saúde, às questões sócio-econômicas... Poderiam ser tantas as causas das Doenças do Brasil... Mas aqui, Valter Hugo Mãe abre sua narrativa com a carta de Pero Vaz de Caminha, acompanhada de relatos de portugueses que para cá vieram para ?colonizar? essas terras, e todos os que nelas existiam: os indígenas!
E é a eles, os donos absolutos, até então, da terra Brasilis, que o autor dá a voz para conduzir a narrativa: já aí, VHM mostra o reconhecimento do direito que a esse povo foi negado: o de contar sua própria história!
Como a própria vivência dos primitivos povos, seus mitos, suas simbologias, seu rico relacionamento com a natureza, nossa grande mãe, o autor cria um discurso rico em metáforas; cria um lirismo e poeticidade como se as palavras, as pessoas e os seres da natureza, em uníssono, ecoassem humanidade, força e resistência! Como se indivisíveis fossem...
Também para a formação dessa grande cicatriz entra o povo que foi retirado à força do país de origem, para cá trazido em navios fétidos e abafados, para servir de animal algemado, sem direitos, sem vontades, a trabalhar e a enriquecer seu ?dono?: o branco! Aqui o autor usa o personagem Meio da Noite como uma metonímia de todos os outros africanos traficados para cá!
Essa é a doença do Brasil: o branco! Aquele que chegou a uma terra, estuprou, acorrentou, matou seus originários habitantes ; aquele que quase dizimou os povos que não conseguiu escravizar!
Honra, filho do estupro de um branco em uma mulher indígena, e Meio da Noite, que escapa da violência de seus ?donos?, são amálgamas de um novo tempo, que advirá, criado por todos nós, os que se importam com ?As Doenças Do Brasil?. Para isso, o negro conclama: ?Chegamos de muitos lugares para onde ficamos juntos. Somos de todas as partes. Quem junta, é plural também.? Eu, pelo menos, me senti convocada para ajudar a curar essas feridas permanentemente abertas, de Honra, de Meio da Noite... Porque existo - e resisto - ?como absurda esperança?!
E foi engasgada de emoção que cheguei à conclamação de Honra, que é também a de Carlos Drummond de Andrade:
- Sagrado Meio da Noite, onde estás. Irmão, meu irmão, onde estás? Chama meu nome também. Agarra minha mão. Não largues nunca.? (Pág 193)
Porque somos Começo, Meio, Fim da Noite; Aurora, Vermelho da Manhã, da Tarde, porque buscamos Honra, vamos, como também conclamou Drummond, ?de mãos dadas, não nos afastemos!?
Obrigada, Valter Hugo Mãe, por essa ?absurda esperança?; por, mais do que nunca, incentivar que minha mão permaneça unida à de Boa de Espanto, à de Honra, à de Meio da Noite, à de Drummond, à sua, à de Ailton Krenak, à de todos os que carregam em si a absurda esperança! A esperança de que ?Honra? chegue a esse país miscigenado, mesclado e lindo de cores, culturas e povo plural! E nele permaneça!
A esperança de que nossos primeiros habitantes sejam dignificados e que possam, além de na literatura, contar sua própria história, em tom de igualdade com qualquer outra; que deixem de ser acuados em territórios ínfimos, maltratados por doenças, reduzidos; A esperança de que ninguém, nesse país, tenha dúvida de que o negro existe, de que, onde o negro é, se note, realmente, sua presença: um nome a pronunciar, a exaltar, a contar sua trajetória, também, em tom de igualdade, também como qualquer outra!
Assim, quem sabe fechamos as feridas!? Elas AINDA estão abertas, sobretudo agora...
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Paulo 21/02/2022

Lírico e tocante
Impressionante como o autor consegue tratar com lirismo um enredo que diz tanto sobre a nossa história através de uma espécie de conto mágico e com múltiplos significados e sentidos.
Livro lindo. Recomendo fortemente.
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Fer Paimel 31/12/2022

Belíssimo
VHM tem uma escrita bem particular que, ao meu ver, assemelha-se um pouco ao Mia Couto. São muitas mensagens ?ocultas?, não sendo uma leitura tão fácil, pois tudo que está ali tem um motivo, que nem sempre é óbvio.
Esse livro é o mais difícil de interpretar do autor que achei até agora. Demorei um pouco para entender cada expressão utilizada, cada referência à cultura dos povos originários?
Fica uma mensagem linda de respeito e também de dor? é muito emocionante e impactante, trazendo um contraponto ao preconceito que a gente já conhece, pois nesse livro, o personagem principal é um homem branco - fruto de um estupro de uma indígena por um homem branco - que se odeia por ter traços de pessoa branca em meio a uma comunidade indígena que teme e reprova a forma como os homens brancos vivem? Fiquei bem reflexiva quando li, pensando na maneira como nosso país foi construído no que é hoje, em como há romantizações sobre a maneira brutal que a miscigenação ocorreu aqui.
Agora que vi que não tinha feito uma resenha sobre kkkk antes tarde do que nunca!
Recomendo muitíssimo, mas mais para quem já está acostumado com a escrita do autor!
Carolina.Gomes 31/12/2022minha estante
Ele tem uma escrita linda!


Fer Paimel 01/01/2023minha estante
Simmm, ele é demais ??




Paulinha 20/05/2022

Intenso
As doenças do Brasil é um romance extraordinário, que capta o sentir poético e mítico dos Abaetés (povo nativo do Brasil), transpondo-o em forma de narrativa. Um romance absolutamente poético, não lírico.

É uma poesia que nos sussurra. Um livro poderoso. Uma montanha crescente, de emoções muito fortes.
Com a construção das personagens, Valter explica-nos o amor, mais uma vez.

Livro intenso, significativo e importante por nos colocar frente a uma história contada inúmeras vezes, porém pela visão dos exterminados.

Me apaixonei por Meio da Noite, e chorei sua história. Recomendo a leitura, não vamos deixar suas histórias calarem.
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jmouramachado 18/03/2024

VHM é brasileiro
?Se tivéssemos que criar uma cura para as doenças do Brasil, ou do mundo, ela teria de começar por voltarmos ao início e escutarmos os povos que não foram escutados.?

Leitura difícil no início, mas depois que comecei a compreender me encantei.
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Ligia.Carvalho 09/06/2022

Impactante
Segundo livro de VHM que leio e continuo encantada com suas histórias!
Impactante!

"Sou branco. E esta cor não é cicatriz, é ferida e não sara".

"Sou negro, consegui fugir, só entendo isso. De onde venho só havia dor. Meus povos morrem a trabalhar, espancados sem razão, estuprados. Meus povos negros morrem".
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