spoiler visualizarnanda :) 12/12/2023
See You Yesterday: o romance que não tem em Palm Spring
“Logically, I know this isn’t my scene. I thought that scene would be the newsroom, but maybe the sad truth of my life is that I don’t fit anywhere, which becomes brilliantly, painfully clear on those rare occasions I’m trying to force it. I held out this hope that college would be different, but I’m not sure how to make that happen when the past is determined to follow me.”
Depois que terminei “Today, Tonight, Tomorrow”, eu fiquei completamente apaixonada pela escrita da Rachel Lynn Solomon, e fui atrás de mais um. Quando eu vi esse aqui, com essa proposta Palm Springs + romance, eu fiquei interessada na hora! Fazia muito tempo que um livro não me interessava tão fortemente assim.
E, modéstia a parte, eu estava certa! Esse livro é maravilhoso. Juntou, perfeitamente, vários elementos narrativos que eu gosto muito, como viagem temporal, romance, faculdade e culturas que não estou familiarizada. É uma história, essencialmente, simples, mas era exatamente o que eu esperava, procurava e precisava.
O loop temporal acontece por um motivo “simples”, que a autora consegue encaixar na história muito bem. Gostei como ela abordou esse tema, com eles tentando viver a vida, e, principalmente, gostei das coisas que eles fizeram durante esse loop. Eram várias experiências, pequenos one-shots de dois personagens que eu adorava. Admito, achei o final, onde o Miles não lembra do loop e a Barret tira ele desse bloqueio com o “poder do amor” meio cringe, mas esse aspecto, do Miles não lembrar, me deixou surpresa e de coração partido. Por isso, apesar de ter achado meio conto de fadas, eu adorei que os dois ficaram juntos no final.
E qualquer pessoa que lê, no máximo, 10 páginas desses dois, se sente exatamente assim. O romance deles é escrito muito bem, você vibra por eles e quer que eles fiquem juntos. Talvez, se quisessem forçar, poderiam considerar um enemies-to-lovers, mas, para mim, é muito mais um friends-to-lovers, onde vemos essa amizade deles se estruturar antes das centelhas de romance pegarem fogo. Apesar de ser sempre o mesmo dia, 22 de setembro, não é para eles, se passam praticamente meses, e é como estivéssemos acompanhado essas pessoas se conhecerem e se entenderem e se apaixonarem. Foi um dos melhores romances que já li!
Obviamente, isso é muito graças aos protagonistas do casal, Barret e Miles. Que personagens cativantes! Apesar de ter alguns momentos que achei a Barret um pouco chatinha, eu logo abandonava essa impressão, porque ela me conquistava novamente com o seu carisma e humor autodepreciativo. É uma personagem judia, novamente, e eu gostei de ver de novo essa representação, em uma abordagem mais “casual”. Gostei que a Barret é uma personagem muito real, e as suas percepções sobre faculdade mudaram muito as minhas.
A Miles, dedico um parágrafo inteiro! Ele é um dos melhores interesses românticos que há. Ele me dá uma vibe de nerd perdidamente apaixonado pela namorada, muito parecido com um amigo meu, e, dessa forma, o seu amor e adoração pela Barret é gostosa de ver. Ele é o fell first, fell harder, e ver sua armadura se desintegrar para a Barret é *chef kiss*. Gostei como a autora também se esforçou para colocar camadas nele, coisa que muitos romances esquecem de fazer, de forma que tanto ele quanto a Barret são personagens cativantes e gostosos de acompanhar.
Apesar de não serem tão desenvolvidos quanto os principais, já que, né, eles não estão presos no loop, os outros personagens também são muito bacanas. Gostei demais da forma que a autora lidou com a relação complicada entre Barret e Lucy, entre Miles e Max, e a relação entre a Barret e a mãe dela é de dar inveja. A autora sabe muito bem escrever personagens!
Óbvio, teve uma coisinha ali e aqui que não me agradaram, mas nada de trágico. Acho que o third act break-up poderia ter um motivo mais encorpado, algo mais ligado com o loop temporal, que eu senti que foi meio esquecido nesse momento do livro, mas eu entendi o motivo e ainda fez sentido na narrativa. De novo, as vezes a Barret é meio chatinha, e a história não é muito inovadora. É claro que o foco da narrativa são os personagens e o romance, e, nisso, a autora acerta muito.
Novamente, ela trouxe muitos elementos não esperados para a história, como o gosto do Miles por obras de época. Gosto demais da sua escrita, como ela é engraçada e doce ao mesmo tempo, e ela sabe retratar os sentimentos dos personagens muito bem. Achei que ela ficou um pouco na zona de conforto, como, por exemplo, fazendo a história se passar em Seattle, ou fazendo a garota ter experiência e o garoto não em sexo. Porém, entendo que são as preferencias da autora, coisas que ela gosta, e isso em momento nenhum incomoda na leitura. Minha única preocupação é que, se eu ler mais livros dela e ver esses elementos de novo, acho que vou me cansar.
See You Yesterday, como dito no título, é o Palm Springs que as pessoas vendem. Com o loop temporal e o romance! Realmente adorei essa história, e ela estabeleceu a Rachel Lynn Solomon como uma autora que eu gosto.