spoiler visualizarDaniel 30/11/2022
Afrociberdelia samba atômico
Como marquei que tem spoiler vou logo pra ele, que nem é tão spoiler assim. Mas foi justamente o que me fez tirar meia estrela. Tem um cliffhanger nos últimos parágrafos que, apesar de já saber que teria, me lembrou muito fórmula de fim de temporada de série de TV. Só isso.
Quanto ao livro, não é o que eu esperava, me surpreendendo positivamente. Se jogar num processador Tolkien, Philip K. Dick, Aldous Huxley, José Padilha, Djamila Ribeiro, Pierre Fatumbi Verger e uma pitada de Jesse Souza, só pra acrescentar uma leve acidez aqui e alí, aí você vai começar a imaginar o que é esse romance.
Agora, se posso tirar algo muito positivo desse livro, foi despertar meu interesse pela mitologia afrobrasileira dos nossos Orixás. De Shakespeare a Rick Riordan, passando por Machado de Assis, todos se utilizam de alguma passagem, alegoria ou analogia com os mitos gregos, ou mesmo nórdicos e celtas, em menor conta. As referências utilizadas pelo Ale Santos, ao falar de babalorixás, mandingas e outras referências iorubás (me perdoem os especialistas) me trouxeram agradáveis lembranças de ler Jorge Amado, por exemplo; e, mais importante, me fizeram enxergar o erro que eu estava cometendo ao torcer o nariz nas primeiras vezes que li essas referências nossas, brasileiras, numa ficção/fantasia. Não era por preconceito, mas sim por aceitar que o normal seria usar outra mitologia, como aquelas que já estamos saturados pelos filmes da Marvel e DC. Quando me dei conta que o erro era meu, numa recaída ao viralatismo nosso de cada dia, passei a curtir toda essa marra e ginga que isso deu, por exemplo, ao sistema de magia criado pelo autor.
Que venha o próximo volume!