Dri Ornellas 21/12/2010Um bom livroEu não sou fã de livros com temáticas de vampiro ou sobrenatural. Li e adorei Crepúsculo, mas, para mim, esse não conta muito pois o fato do Edward ser vampiro foi só um gancho para criar o obstáculo entre o amor dele e da Bella e criar a atmosfera ao redor do amor dos dois, a história em si não é sobre vampiros (por isso não entendo a implicância que há contra as idiossincrasias dos vampiros da Meyer). Li Entrevista com vampiro porque é um clássico do tema e queria experimentar, pois de repente despertasse em mim o gosto por esse tema. Gostei do livro, mas foi só isso. Tenho vontade de ler Drácula, do Bram Stoker, mas pelo mesmo motivo que li Entrevista com o vampiro: porque é um clássico.
Além de não ser fã de livros de vampiros, anjos e afins, também não tenho gosto por fantasmas. Mas é exatamente isso que Menina de vinte traz: um fantasma. Só que tem um detalhe: o livro foi escrito por Sophie Kinsella. E quando um livro é escrito por ela, não preciso conhecer a sinopse para saber que vou gostar do livro, o que ela escrever eu leio. Simples assim! rs
Deixo claro que não tenho preferência por livros sobre vampiros, sobrenatural e afins, mas isso não significa que é um tipo de leitura que eu definitivamente não faça, trata-se apenas de uma preferência. Então, vamos à história.
Menina de vinte conta a história de Lara, uma pessoa que está com a vida de pernas para o ar: o namorado a deixou, ela pediu demissão para abrir uma empresa com a melhor amiga e investiu tudo o que tinha na empresa e amiga a deixou sozinha para ir em uma viagem e ela não tem credibilidade com sua família.
A vida parece se complicar ainda mais no velório de sua tia-avó Sadie, uma velhinha de 105 anos que morreu sozinha em em azilo e que nunca teve visitas da família. Durante o velório, Lara começa a ouvir alguém pedindo por seu colar, repetidamente e... para o velório! Ela que já não tinha credibilidade com a família foi considerada louca, mas depois de inventar que achava que sua avó tinha sido assassinada, Lara consegue impedir o enterro.
A dona daquela voz era sua tia-avó que queria porque queria seu colar perdido, e Lara decidi ajudá-la a recuperá-lo. No decorrer dessa investigação, Lara se mete em várias confusões embaraçosas (o tipo de confusão que só Kinsella consegue armar).
Lara e Sadie são duas pessoas diferentes e se tratam com aquele sarcasmo carinhoso de pessoas que se gostam mas são orgulhosas demais para admitir. Ambas possuem a mesma idade, mas são frutos de gerações completamente distintas: Sadie viveu durante sua idade de 23 anos na década de 20 (dai o título do livro) e gosta de fazer somente o que fazia naquela época: dançar Charleston e usar roupas e maquiagem dos anos 20. O problema disso é que ela não quer somente fazer essas coisas, ela quer que Lara faça também.
O livro não chega a ser o melhor da Sophie e nem o mais engraçado, mas é uma leitura divertida e prazerosa. A leitura, como sempre, flui rápido e sem problemas. O final é um tanto piegas, mas é bonito e tem uma boa mensagem.
Só uma coisa me irritou um pouco no começo: Sadie! Ela queria o colar, mas precisava ficar repetindo a cada minuto "Eu quero meu colar"? E ela foi muito intransigente com a Lara diversas vezes: como assim armar um encontro com um homem onde a Lara deve ir só para ela poder sair com o cara? Como assim?!?! Foi surreal demais!! A parte que a Lara entra no escritório para convidar o Ed para sair foi super engraçada (uma das mais engraçadas do livro) mas muito no sense.
Como Sadie era um fantasma, ela não podia tocar em nada e só conseguia se comunicar com a Lara, mas ela podia influenciar o desejo das pessoas gritando ordens em seus ouvidos. Tudo bem, existe uma lógica dentro da história para isso. Mas o Ed não a obedeceu uma determinada vez e não houve explicação para isso. Claro que nós, leitores podemos suspeitar do motivo (que não vou dizer aqui, claro) mas acho que isso foi um pequeno furo na história e o romance entre Ed e Lara poderia ter sido um pouco mais desenvolvido. Mas entendo que o cerne do livro não era o romance, mas sim a relação de Lara e Sadie. Só é uma opinião tendenciosa de quem é fã de relacionamentos e acha que eles rendem as melhores histórias...rs
Gostei muito da história do colar e do porquê Sadie o querer de volta, foi bem romântico e a história foi muito bem construída e criativa.
Uma ótima leitura para quem é fã de chick-lit e mais ainda para quem é fã da Sophie.