Raka 20/06/2022
Não importa quem somos, espero que possamos viver e amar quem quisermos.
Precisei de um tempo para absorver a estória, só consegui pensar: cacete, que potencial para um livro mais extenso. Pela sinopse, já havia criado expectativas altas, achei que haveria um “quê” de investigação, enganei-me. Mas valeu muito a pena do mesmo jeito, a escrita é incrível e extremamente rica, do tipo que prende a atenção, a única ressalva que tenho é: eu estava perdida no mundo até quase metade do livro, apesar das explicações e descrições terem um desenrolar bom depois, sinto que a ambientação poderia ter, pelo menos, uma abertura básica logo no começo.
O mundo da obra deixou-me encantada, pareceu muito bem pensado; fez-me lamentar um pouco o fato de não ser mais longo para ter maior detalhamento, esse universo merecia ser bem explorado; não me apeguei tanto aos personagens, não tive muitas chances de “sentar” e conhecê-los profundamente; a passagem de tempo é corrida, o que faz sentido, já que é um conto.
Como alguém ainda em questionamento sobre a sua letra na sigla, e parte desta sociedade ainda preconceituosa que vivemos, esse conto tocou-me imensamente. Depois da leitura sentei um pouco e fiquei pensando na vida, nas regalias que tenho e nas lutas ainda necessárias para lutar. Aprendi um pouco mais sobre mim com Libre, senti certa tristeza e angústia também, é por isso que tomou lugar como um dos meus preferidos. É uma pegada muito intrigante, dá até um arrepio na espinha se imaginar vivendo nessa realidade.
Uma leitura que recomendo sem pensar duas vezes, para quem quer algo curto e interessante, as 52 páginas entregam profundidade e reflexão.