z..... 12/12/2017
Edição da Brasiliense (2005)
Estou quase no fim da maratona do Sítio e acabei deixando esta edição entre as derradeiras. Não sem motivo, pois a matemática foi uma pedra no meu caminho estudantil e sempre tive dificuldades. Tropecei no primário, ensino médio e, invariavelmente, na etapa acadêmica também com a bendita. Logo, não me identifico.
Nessa obra Lobato procura transformar a matemática numa diversão que desperte interesse, em uma percepção de sua importância e presença no cotidiano. Talvez tenha lhe passado pela cabeça as dificuldades de alunos como eu e assim trabalhou o assunto em fundamentos primários, que a garotada topa no início da aprendizagem, no que julgou estimulante.
Foi publicada em 1935, tendo o Visconde como o professor da turminha. As informações no início são passadas através de um circo, com o básico do básico, e depois o sabugo traz para exemplos práticos no cotidiano, como o corte de uma melancia.
Olha, mesmo sabendo da importância, não me diverti na leitura, que em determinado momento fica chata com fórmulas e operações das ciências exatas. É o livro que menos curto da série.
Gostei mesmo da Emília, que a todo momento tenta desconcentrar o Visconde com exemplos de maior praticidade, apesar de equivocados em sua maioria, mas em um contexto interessante. É o espaço para a discussão, coisa que a disciplina não tem muito em prol da exatidão retórica. Af! Por aí foi meu entrave também, pois não dava nem para redarguir ou enrolar o professor, sempre tendo que chegar em um ponto X e ponto final. KKKK! Estou brincando,,,,
A volta que ela deu no nosso gênio de cartola, no final do livro, apesar de pedante, foi muito engraçada. A matemática que me identifico é essa, da vivência.
O livro cita "O homem que calculava", de Malba Tahan, e esse tem uma dinâmica que me instiga mais nos assuntos matemáticos. Informação que Lobato achou interessante incluir em seu livro, pois a obra de Tahan foi publicada depois dessa.
Ah, tropeço sério teve o autor também com a visão de pouca ou de nenhuma inclusão de Tia Nastácia na aprendizagem. Dona Benta fala que ela é analfabeta e isso soa como uma acusação, um crime por culpa de suas dificuldades, sendo basicamente relegada a um papel de ir e voltar da cozinha trazendo comida. Ora! O autor foi redondamente quadrado em não instigar o conhecimento (nessa situação) e na prática destacou uma barreira para alguns. Me senti como a tia, que estava perdida na aprendizagem dos números e pouco instigada em reverter isso. Tia Nastácia na aprendizagem seria o pulo do gato no que o autor desejou incentivar.