Plural de Fêmeas

Plural de Fêmeas Sinara Foss




Resenhas - Plural de Fêmeas


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Tathi (@Doidosporserieselivros) 18/10/2023

Perfeito
Olá queridos amigos leitores! Como estão indo as leituras de outubro? Por aqui tenho mais um favoritado para indicar a vocês, Plural de Fêmeas de @sinarafoss publicado pela @editora_bestiario .

A publicação é um livro de contos sobre mulheres levadas ao seu limite, algumas por traições, outras pela maternidade, e outras apenas pelo convívio abusivo com homens sociopatas.

Além disso, a autora traz contos sobre proteção aos animais, saúde mental, e desigualdade sociais em um dos contos mais emocionantes intitulado ? mamãe noel?.

Alguns dos contos brincam com a nossa mente, fazendo com que duvidemos se a situação é real, imaginária ou somente bizarra.

Todos os contos são leituras rápidas que fazem com que o leitor devore as páginas em busca de mais um texto inebriante.

Plural de Fêmeas é uma leitura extremamente marcante, visceral e por vezes dolorida, que fará uma casa na cabeça do leitor.

Este livro está disponível em formato físico pela Amazon.

#pluraldefemeas #feminicidio #livrossobremulheres #melhoresdoano2023
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Ismael.Chaves 18/10/2023

19 contos afiados como um machado!
Vou começar essa resenha indo direto ao ponto: "Plural de Fêmeas" é um soco no estômago!

Desde a abertura com "Chá de Rivais", o livro chega com os dois pés na porta e, se o leitor não virar as páginas com cuidado e olhar para os lados, de vez em quando, periga ser nocauteado assim como os personagens.

Formado por 19 contos, distribuídos em quatro segmentos, "Plural de Fêmeas" dá voz e protagonismo à mulheres fortes, que caem, que levantam, que apanham, que revidam, que resistem, que se vingam e retomam o controle de suas vidas.

A escrita fluída e ágil de Sinara, temperada com uma boa dose de violência, não se esquiva de abordar temas polêmicos ou tabus. Há uma brutalidade que lembra Silvia Ocampo e outras grandes autoras da literatura latino-americana, ao abordar temas que são universais, ainda que com uma familiaridade, infelizmente, brasileira. São as dores de mães, esposas, filhas ou simplesmente mulheres, diante de um sistema opressivo que tenta a todo custo calar, ridicularizar, diminuir ou mesmo destroçar suas vidas. Mas aqui elas tem o destino nas mãos - e muitas vezes a faca, a motoserra e o volante do carro também!

São histórias vibrantes, frenéticas e reflexivas que acabam com um sorriso no rosto ou uma lágrima nos olhos ("Mamãe Noel" me fez chorar, pela primeira vez, lendo um livro).
Que cada vez mais mulheres ocupem seu espaço e contem suas histórias. Sinara Foss é, sem dúvida, uma dessas principais vozes.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 29/01/2022

Sinara Foss - Plural de fêmeas
Editora Bestiário - 94 Páginas - Projeto gráfico: e-design - Fotografia de capa: Joe Nicolay - Lançamento: 2021.

É fácil perceber que a inspiração de Sinara Foss em seu mais recente lançamento, Plural de fêmeas, está no noticiário dos grandes centros urbanos brasileiros, nas ocorrências de homicídios passionais e na prática recorrente de misoginia. Todos os dezenove contos do livro são protagonizados por mulheres na fictícia cidade de Vinha d’Alho, algum lugar no interior do Rio Grande do Sul e, em cada narrativa, encontramos situações extremas de desespero e violência que provocam ações inesperadas das personagens em confronto com as regras impostas por uma sociedade patriarcal que as oprime.

Em um estilo muito próximo do clima fantástico e de terror da argentina Samanta Schweblin, as protagonistas sofrem traições e agressões em um cotidiano do qual não conseguem escapar. A autora dividiu esta antologia em quatro seções temáticas: "Vingança, um prato temperado"; "Zelo de mãe"; "Na busca de um sentido para tudo" e "Torturas silenciadas".

A primeira parte, "Vingança, um prato temperado", é composta por histórias de crimes passionais que, normalmente são praticados por homens, caracterizando a prática de feminicídio em nossas cidades, nem sempre contemplada nas estatísticas oficiais de forma correta, mas aqui as mulheres têm uma chance de reação, ainda que apenas no campo da ficção. É o caso do conto "Se você não for, será pior", com um trecho destacado abaixo.

"Enfia a faca na lateral da cueca e, sem encostar nele o metal frio, corta o tecido fino. Gláucio vira-se de lado e resmunga. Sara tranca a respiração, espera o sono adorná-lo outra vez e olha, com nojo, o órgão desleal. Num gesto rápido pega o membro flácido, puxa-o e, com um golpe certeiro, corta-o pela base. Ao sair, Sara observa o marido contorcer-se de dor com as mãos na genitália mutilada, vê a parede e a cômoda respingadas de vermelho. Sorri enquanto o horror o domina. Num caminhar sonâmbulo, mas rápido, Sara chega na cozinha, e, ainda com a faca empunhada em uma das mãos, observa o sangue do tubérculo morto escorrer pela outra mão. Larga o membro na pia de mármore sobre a tábua de cortar carne e pica-o em vários pedaços. Joga tudo na lixeira enquanto escuta os gritos incrédulos e desesperados que vêm do quarto." - Trecho de "Se você não for, será pior" (pp. 17-8)

Em "Zelo de mãe", os contos mostram como a violência contra a mulher torna-se ainda mais cruel quando existem filhos envolvidos. Muitas vezes abandonadas pelos maridos, elas ficam com a responsabilidada do sustento e educação das crianças. Destaque para"Pôr do sol" (ler trecho abaixo) e o ótimo "Sempre juntas", com um final surpreendente, que explica o desaparecimento de uma menina e as suspeitas da polícia e dos vizinhos sobre a mãe.

"À tardinha, Matilda, como tem feito nos últimos quinze anos, empurra a cadeira de rodas de Raul para o pátio dos fundos, onde o muro baixo lhe permite observar o horizonte. O filho adora. Espera o momento quando o sol se esconde atrás do morro e agita-se, soltando grunhidos fortes e berros desafinados. Estica o braço como se pudesse impedir o sol de ser engolido pelo horizonte. Atira-se para o alto e só o cinto de segurança é capaz de mantê-lo na cadeira que, mesmo travada, anda para frente e para trás, cada vez com mais força. A mãe corre e segura. Seus olhos ardem, as lágrimas vertem felizes com uma dor entrecortada. O espetáculo diário do sol é a única alegria que ela e o filho conseguem ter. O marido um dia acordou Matilda, nem lembrava quando, e disse que estava em seu limite. Ia embora. Ela, que há muito alcançara o próprio limite, nada respondeu. A cruz que era dos dois, ela carregaria sozinha." - Trecho de "Pôr do sol" (p. 35)

Já em "Na busca de um sentido para tudo", a morte vem terminar relacionamentos de muitos anos e o clima dos contos está mais focado no terror, contudo sempre surpreendendo o leitor com muita originalidade. Destaque para "Desabafo" e "Vida no Sótão". A última parte, "Torturas silenciadas" apresenta um conto inspirado na recente pandemia e os efeitos na vida de pessoas simples que já precisavam lidar com tantos problemas, ler o trecho abaixo de "Promessa para toda a vida". No último conto do livro, "Aos pedaços", um thriller psicológico de tirar o fôlego.

"Agustina ofereceu a casa para Cristiana e a família passarem a quarentena imposta pelo governo. A empregada não podia aceitar, o marido Luís jamais admitiria. Cristiana concentrou-se em suas tarefas com o peito naufragado no medo. Precisava deixar a casa em ordem para Agustina. Não sabia quanto tempo ficaria fora. Desligou a geladeira, tirou geleia, queijo, pote com feijão cozido, ovos, a bandeja de legumes, a garrafa de vinho tinto e seco pela metade, e depositou tudo sobre a bancada da cozinha. Enquanto o gelo acumulado derretia em um recipiente colocado para não inundar o chão, limpou os banheiros com produtos com cheiro de jardim, e o pensamento no futuro. Imaginou seu marido Luís, na pequena casa em que moravam, sentado no sofá com as pernas em uma cadeira, o copo cheio na mão, implicando com ela e os meninos." - Trecho de "Promessa para toda a vida" (p. 68)

Sobre a autora: Sinara Foss nasceu no interior do RS em 1969. Mestra em Literaturas de Língua Inglesa pela UFRGS, trabalha como tradutora e professora de inglês. É vegetariana e ativista da causa animal.
Rafael Kerr 29/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Talvez você já tenha me visto por aqui. Desculpe o incomodo. Me chamo Rafael Kerr e sou escritor.  Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria  - O oráculo.  Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




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