Devaneios ociosos de um desocupado

Devaneios ociosos de um desocupado Jerome K. Jerome




Resenhas - Devaneios ociosos de um desocupado


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Pedro do Contra 10/05/2022

Um livro para começar bem o dia
Livro sensacional. Jerome tem um humor inteligente e perspicaz, ele (o humor) transpassa a obra como um todo. No entanto, cabe salientar, não se trata de um humor forçosamente crítico, nem mesmo político, mas de uma crítica hilariante do cotidiano. Trata-se, assim, de ensaios no seu estado mais puro.

Vale a pena ler pela manhã, uma ótima forma de iniciar o dia.
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jota 30/01/2024

ÓTIMO: riso e reflexão nos textos de um grande humorista inglês
Uma coisa que não se pode dizer sobre Jerome K. Jerome (1859-1927) é que ele tenha sido um ocioso, um desocupado, conforme descobrimos através do posfácio do tradutor Jayme da Costa Pinto: foram muitas as atividades que o escritor e humorista inglês exerceu ao longo de sua existência. Quase sempre fazendo graça, até mesmo sobre a própria vida miserável que teve ainda criança, pois ficou órfão de pai e mãe nesse tempo. Aos 15 anos estava sozinho no mundo.

O volume, lançado originalmente em 1886, reúne diversos textos, catorze, na verdade, que haviam sido publicados anteriormente em uma revista, Home Chimes, na qual também colaborava o grande Mark Twain. No prefácio, JKJ escreve que esses textos serviriam “para saciar o apetite mental dos povos anglófonos do planeta. O que os leitores hoje em dia buscam em um livro é que sirva para aperfeiçoar, instruir e edificar. Este livro falha nas três frentes.” Ainda bem; os leitores agradecem por isso...

Vejamos do que ele trata: do ócio, do amor, do azedume, da privação, da vaidade e das vaidades, da batalha cotidiana, do clima, de cães e gatos, da timidez, dos bebês, da comida e da bebida, do apartamento mobiliado, das roupas e dos mortos, da memória. E já no primeiro deles, sobre o ócio propriamente, JKJ escreve: “O ócio sempre foi o meu forte. E não reclamo crédito pessoal nesse assunto — trata-se de um dom. É para poucos. Há muito preguiçoso no mundo, muito marcha-lenta, mas um ocioso legítimo é coisa rara. Não é o sujeito que anda por aí, passos arrastados, mãos metidas nos bolsos. Ao contrário, a característica mais surpreendente do ocioso é estar sempre ocupadíssimo.” Como ele foi durante toda sua vida.

Uma de suas ocupações, possivelmente a mais prazerosa, além de fumar cachimbo, era a leitura. Dentre muitos, apreciava Carlyle, George Eliot, Dickens, Tennyson, Mark Twain, Robert Louis Stevenson, Henry Longfellow e a Bíblia do rei James. Quer dizer, esteve sempre em boa companhia e certamente através desses autores alimentou seu “humor agridoce, melancólico mesmo”, como destaca o tradutor Costa Pinto. Mas também podem destilar certa ironia ou acidez, embora grande parte do tempo oscilem entre o riso e a reflexão, misturando humor e abstrações filosóficas. Sobre os bebês, por exemplo, JKJ dizia entender muito dessas criaturas, mesmo porque, como escreve, já havia sido um deles. E por aí vai...

Lido entre 13 e 30 de janeiro de 2024.
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"Aonde você vai Sam?" 17/04/2023

Devaneios de um ex-fudido
A necessidade é a mãe da invenção e não há maior invenção humana do que a literatura. Jerome é um inventor, mais do que um escritor (mas não é menos escritor por isso), inventou um estilo como só os grandes fazem. Porque necessitava fazer isso, e a necessidade é mais poderosa que a vontade!
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Rafael.Rovath 23/02/2024

Devaneios
"É nos pequenos detalhes, e não nos grandes desfechos, que reside o interesse de nossa existência."

Esse livro, escrito em 1886, mostra que pouca coisa mudou em quase um século e meio. Os pensamentos filosóficos do protagonista perpassam temas como vestuário, clima, amores, família, cidades, memória. Em muitos trechos, parece que ele se refere aos tempos de hoje. Há passagens com certa dose de humor (britânico), mas o melhor fica para as reflexões mais sérias.

"Ah, tempo! Grande Cronos! É este o seu poder? Esvaziou mares e nívelou montanhas, mas deixou intocadas as minúsculas fibras do coração humano para que o provocassem? Elas foram fiadas por uma entidade mais poderosa do que você e se estendem para além de seu limitado alcance, pois seus fins são firmados na eternidade. Sim, você pode ceifar as folhas e as flores, mas as raízes da vida são muito profundas para serem feridas por sua foice. Você remodela os trajes da natureza, mas não pode lhe alterar, por pouco que seja, as pulsações do peito. O mundo gira obediente às suas leis, mas o coração do homem não pertence ao seu reino: no lugar onde nasceu, mil anos são como o dia de ontem."
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