Michael Kohlhaas

Michael Kohlhaas Heinrich Von Kleist




Resenhas - Michael Kohlhaas


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Gabriel M 23/12/2023

Um retrato da Alemanha do Século XVI
Após ser barrado em um pedágio criado sem aviso prévio, o vendedor de cavalos, Michael Kohlhaas se vê obrigado a deixar dois de seus cavalos como garantia de quitar sua dívida na volta de sua viagem. A coisa não decorre como o esperado e é aí que temos o ponto de partida desse clássico alemão.

Escrito por Henrich Von Kleist, Michael Kohlhaas é um romance baseado em crônicas do século XVI. E é justamente nisso que reside uma das virtudes desta história. Não sendo um retraro estritamente histórico (o autor romantiza alguns eventos e personalidades), o livro consegue captar de maneira fidedigna a Alemanha daquele contexto. Seja na descrição do ambiente medieval e suas estruturas hierárquicas (temos os castelos, os barões, os lansquenetes), seja no retrato religioso da época com o protestantismo em seu início mais imediato; seja na visão quase folclórica que o povo tinha dos elementos sobrenaturais. Tudo aqui soa crível e enriquece a trama.

O outro ponto positivo é como o autor, mesmo de uma maneira impessoal em sua prosa, consegue levantar questões a respeito da justiça, do papel do Estado na sua aplicação, da liberdade do sujeito e de seus deveres. Tudo isso tendo como pano de fundo o fim dos feudos, o início do Estado Absolutista e do Protestantismo.

É uma história interessante, simples em sua premissa, mais que desemboca e grandes eventos.
É a gota que transborda o copo.

Claro que há, de maneira não exatamente positiva a tradução da obra, que optando por maior fidelidade ao alemão do escritor é desafiadora em quase que sua totalidade. Confusa em alguns momentos, morosa em outros, mas, ainda sim, vale a investida.
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Melissa.Vieira 23/11/2023

Precisava chegar a esse ponto?
Michael Kohlhaas traz a história de um personagem de mesmo nome que se vê vítima de uma grande injustiça durante uma de suas habituais viagens como comerciante de cavalos. Obrigado a deixar dois cavalos e um de seus funcionários como garantia para poder passar por uma espécie de pedágio ilegalmente instalado, Kohlhaas recebe com horror em seu retorno dois cavalos desnutridos e sem seu funcionário junto deles. Ao reencontrá-lo mais tarde, o rapaz, que fora duramente agredido, explica que foi expulso de lá por não concordar com o tratamento destinado aos cavalos, que foram, sem autorização, usados para trabalhos no campo. Indignado, Kohlhaas aciona a justiça em busca de reparação por seu dano, em uma árdua jornada que pode lhe custar a própria imagem perante a sociedade.

Uma leitura desafiadora, mas que recompensa. Propõe uma interessante reflexão sobre justiça e o preço para obtê-la.
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Pedro.Inocente 10/11/2023

Burocracia Estatal
Heinrich Von Kleist em Michael Kohlhaas nos dá uma verdadeira aula sobre o que é a Burocracia Estatal, com o Estado pegando ?emprestado os seus cavalos?(e isso não é sobre cavalos) e depois vão cada vez colocando mais regras uma em cima da outra, até tomarem tudo de você!
Será que Kohlhaas obteve justiça?!
Uma novela escrita em 1810 mas que impressiona em como se relaciona muito com os dias de hoje!
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GabrielMacambira 21/10/2023

Michael Kholhaas by Arthur Marchetto

A novela alemã conta a história do comerciante de cavalos, Michael Kohlhaas, que é parado em um pedágio falso no terreno do barão Wenzel von Tronka pela falta de um salvo-conduto. Apesar de suspeitar da invencionice, Kohlhaas deixa dois de seus cavalos como garantia e se dirige às autoridades para providenciar o documento. Ao retornar com a declaração, o comerciante encontra seus cavalos magros e maltratados. Indignado com a injustiça, Kohlhaas começa a sua luta pela devolução dos cavalos nas condições em que foram deixados.
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Nicolas27 20/07/2023

"O mundo deveria abençoar a sua memória, se não tivesse se excedido em uma única virtude"

Clássico alemão cheio de reviravoltas "de deixar o cabelo em pé". A obra possui grande base nos sensos de injustiça e de justiça, aprofundando na personalidade rígida de seu protagonista, que ao se exceder em sua virtude (homem muito justo) acaba perdendo muito mais do que deveria.

É um livro curto, mas muito interessante. Em minha leitura, fiquei com o seguinte questionamento: Vale a pena sacrificar tanto, até mesmo minha vida, por uma causa pequena, que apesar de ser um prejuízo, pode ser facilmente recuperado? Vale arriscar coisas irrecuperáveis por algo singelo, apenas para satisfazer meu orgulho, ego ou senso moral/ justiça?
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Isa 10/05/2023

Esse livro tem uma estrutura narrativa bem peculiar e trás a história do Kohlhas, um homem que ao se ver enfrentando uma grande injustiça decide enfrenta-la utilizando da justiça e dos meios legais presentes na sua sociedade e acaba se deparando com um sistema judiciário totalmente falho e injusto, levando-o a decidir aplicar justiça com suas próprias mãos. Vale a leitura, é um livro bastante antigo, mas tras uma temática super atual.
moraes_psi 10/05/2023minha estante
Bota atual. Principalmente considerando no Brasil a ditadura do judiciário vigente




Jamerson.Alves 07/09/2022

De perder a cabeça
Bom, uma briga de esquina que quase evoluiu para uma guerra civil, senão pela intervenção do Doutor Martinho Lutero. Esse é um bom resumo.

Os conceitos de direito, justiça, vingança e política são trabalhados durante a árdua narrativa de modo que a sentença do réu pelo leitor pode variar bruscamente ao decorrer dos fato. Talvez esse efeito possa acontecer em qualquer situação, mas nessa obra tal artifício é usado como ponto de alicerce.

"A Bíblia diz para perdoarmos nossos inimigos. Rezo para que Deus nunca me perdoe como perdoarmos o junker."
- Michael Khoolahas
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_matheus.freitas 21/07/2022

Sublime!
É basicamente um tratado sobre justiça, a busca por ela e o que ocorre quando aqueles que deveriam zelar pelas leis, não as observam de maneira condizente com suas funções!

Vale a leitura sem dúvida!
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@Estantedelivrosdamylla 29/06/2022

A busca pelo real sentido de "justiça"
"Michael Kohlhaas" foi o meu primeiro contato com a literatura clássica alemã, e desde já lhes digo que foi uma experiência bem interessante.

A obra escrita por Heinrich Von Kleist conta história de um comerciante de cavalos, (que possui o nome título da obra) que ao tentar fazer uma passagem por determinado território, é interceptado e cobrado um "passe" ilegal. Como não tinha esse passe, Kohlhaas é levado a deixar seus dois cavalos como garantia para quando retornasse com o dito passe. Porém, antes mesmo de retornar, seu servo - que havia sido deixado junto com os cavalos - retorna muito machucado, e lhe relata que fora agredido, assim como os cavalos estão sendo maltratados na fazenda. Após alguns acontecimentos, Kohlhaas tenta resolver a situação e buscar justiça por intermédio da lei, porém, devido a muita corrupção no sistema, ele não consegue o êxito, e então toma a decisão de "fazer justiça com suas próprias mãos".

"O mundo deveria abençoar sua memória, se não tivesse se excedido em uma única virtude."

- Essa obra é uma espécie de estudo sobre a real justiça. Para quem já estudou um pouco de Direito, é possível verificar a presença de diversas garantias processuais que foram negadas a Michael durante o processo, entre elas, e em mais destaque, a garantia da imparcialidade do juiz. Quase todos os personagens envolvidos no processo eram vinculados de alguma forma ao Junker, dessa forma, impossibilitando a busca da real justiça.

Além disso, a obra mostra um sistema burocrático e falho, onde a vítima não consegue ter acesso a meios adequados para buscar seu direito, sendo apenas um jogo de interesse dentro de um sistema corrupto.

Por outro lado, diante , mais uma vez, da ausência do Estado, a justiça feita com as próprias mãos. Ao que Kohlhaas busca atingir sua vingança, ele faz outras pessoas de vítima, incendiando e provocando a morte de inocentes. e então a pergunta que paira no ar "será que depois disso tudo, ele ainda deve ser inocentado?". A vítima se tornou o criminoso, e tudo isso foi fruto apenas de um ser: O Estado ausente.

Será que dá para ser mais atual? O Estado ausente que auxilia no processo de marginalização de parte da população, e como consequência, mais inocentes pagam por essa ausência.

Por fim, é uma obra que vale a pena ser estudada e lida com bastante atenção. Infelizmente os parágrafos são enormes, não tem capítulos, e diversas vezes é bem confusa em razão de patentes e postos oficiais difíceis de acompanhar. Contudo, foi uma boa experiência e é sempre bom conhecer algo" novo".

site: https://www.instagram.com/estantedelivrosdamylla/
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Lucas1028 24/06/2022

Que final?
Minha primeira experiência com literatura clássica alemã e não fiquei decepcionado. A jornada de Michael Kohlhaas em sua busca por justiça e respeito é sublime, contada em uma escrita que se constrói de forma aparentemente caótica de uma vez só sem se dividir em capítulos e com um final que se encerrou no mesmo tom despreocupado e distante que a narrativa tem desde o início e que eu pessoalmente não poderia pedir melhor.
Essa edição em específico do CLC também merece ser mencionada. Que edição linda! Diagramação confortável, páginas grossas e espaçosas e a arte da capa é lindíssima. De fato uma edição pra deixar de herança.
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Lilian 25/05/2022

Achei um livro muito forte, porém muito difícil a leitura, pois são parágrafos muito longos, causando assim confusão .
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Alan Santana 21/05/2022

Começa bem, segue mal, termina previsível.
A obra nos apresenta uma reflexão sobre o sistema jurídico e como a lei se apresenta diferente para cada camada da sociedade.
O livro pode ser dividido em duas partes: a primeira é excelente, gostosa de ler, tem um desenrolar envolvente e te faz querer ler mais; a segunda parte, porém, que se inicia logo após a aparição de Martinho Lutero, vira, pra dizer a verdade, sem rodeios, ou mentiras, um festival de vírgulas que, deveras, faz com que a leitura, na prática de sua execução, fique, por assim dizer, e não menos que isso, chata e, sem exageros, monótona e pesada, além de, por fim, uma salada pseudo jurídica que um advogado talvez goste de ler, e o fim é previsível em todos os aspectos possíveis.
Bem decepcionado com o desenrolar da história, tinha tudo pra ser bom.
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Thiago662 03/05/2022

"Banido é aquele a quem é negada a proteção das leis!".

Um clássico alemão.

Esse é daqueles livros que assustam a primeira vista. Estava guardado na estante desde que o recebi do Clube de Literatura Clássica. Períodos e parágrafos longos, texto corrido, sem nenhuma divisão em capítulos, mas que história! A linguagem é direta, sem rodeios.

Nepotismo, clientelismo, intrigas palacianas, ineficiência do Estado, arbitrariedade dos poderosos e injustiças transformam um súdito pacato em um anjo em busca de reparação. Apesar de ambientado no século XVI ou XVII é extremamente atual!
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Luís 13/02/2022

Não sei bem se entendi tudo o que o autor quis passar, o livro tem parágrafos enormes e neles tem falas e narração, me perdi algumas vezes no texto e tive que voltar a no início da página. O livro conta a história de Michael Kohlhaas um comerciante de cavalos, que estava levando seus cavalos para Saxônia, no meio da viagem é parado por um representante do nobre Junker Wenzel von Tronka, segundo o oficial Kohlhaas não tinha os documentos necessários para fazer aquela passagem com seus cavalos. Após ter seus cavalos apreendidos e seu ajudante espancado ele processa o Junker e após uma ano acaba perdendo. Depois de tamanha injustiça Michael Kohlhaas decide ele mesmo fazer justiça. Não quero contar muito mais que isso dessa historia. Gostei bastante da crítica que esse livro traz e o recomendo bastante.
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