Sabrina758 16/04/2024
Intenso é pouco para hablar sobre esse livro?
Bem, eu nem sei por onde começar. Que leitura incrível! Eu fiquei apaixonada com a riqueza de detalhes que a autora descreve ações e emoções. Cada palavra dela me envolveu, pois é notório quanta sensibilidade ela possui, muitas das vezes trazendo paralelos entre o que acontece com elementos da natureza (eu adoro isso). Nunca imaginei que choraria lendo um dark romance e aqui estou eu, kkk.
O que dizer de Zade e Adeline? É uma história de amor intensa, um tanto trágica e exótica para dizer no mínimo. Eles são intensos no que sentem, se atraem profundamente, se desencontram e ao mesmo tempo se perseguem. São realmente com precisão o gato e o rato, porém, ambos se ajudam em momentos de declínio e Zade, declinaria sem Adeline. Ela foi quebrada muitas vezes no decorrer do enredo, sofreu traumas profundos, sentiu-se só, perdeu a esperança e se achou indignada de seu amado por erros que não foi ela que cometeu. Achei lindo o jeito que ele sempre esteve lá nos momentos de angústia e não desistiu dela, quando seus medos o afastavam. A força dela para passar por tanto, mesmo assim lutar contra tudo e superar seu pior inimigo: a distorção que criou por si mesma.
Esse livro tem cenas muito fortes como a própria autora deixa destacado. Todavia, particularmente, considerei coerente ela decidir tratar de algo que não vemos discussões frequentes como tráfico de pessoas, seja por ser algo de teor forte ou porque preferimos mascarar a realidade e torná-la mais suportável. Ademais, mostrar de fato como isso acontece e nos fazer lembrar que humanos podem ser desumanos, seja por interesses egoístas, pela ganância ou o desejo incessante de poder.
Percebi que tem um certo tom quase filosófico em alguns dos pensamentos dos personagens, questionamentos sobre o tempo e a morte. Por isso, quero deixar registrada duas frases frases que me fizeram pensar bastante:
Eu nunca vou entender como os humanos temem a morte quando o tempo é muito mais assustador. Basicamente, isso nos leva à morte porque é a única coisa que realmente nos torna mortais. Estamos presos em uma ilusão sem saída (CARLTON, 2023, p. 466).
O céu não é um lugar para onde você vai quando morre, ele está dentro da pessoa pela qual vale a pena morrer (CARLTON, 2023, p. 581).
Em suma, a leitura fluiu bem e eu gostei muito. Sentirei saudades de todas as presepadas desses dois, das aventuras perigosas que os cercava e do amor de almas que os envolveu, desde que seus olhos se cruzaram.
Fim??