Lembranças

Lembranças Munir Charruf




Resenhas - Lembranças


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Aione 31/01/2022

Lembranças é o primeiro livro da trilogia distópica de Munir Charruf e, também, romance de estreia do autor, que já tinha publicado pela Giostri as antologias de contos Histórias Soltas e Faces da Guerra.

Raquel vive em uma sociedade na qual, todos os dias, as pessoas acordam sem lembranças. Controladas pela tecnologia que lá existe, que as informam de seus ofícios e identidades, vivem dia após dia a mesmice de uma vida sem vínculos com passado, presente e com outros seres humanos. Até que Raquel passa a receber misteriosas pílulas para tomar no lugar das que recebe diariamente. Ao fazer a troca, suas lembranças passam pouco a pouco a retomar, desencadeando uma série de eventos em sua vida.

Em terceira pessoa, a narrativa acompanha a perspectiva de Raquel. A escrita de Munir Charruf é ágil e direta, proporcionando uma leitura que envolve rapidamente. Interessante como, em alguns momentos, o autor faz uso da repetição para representar a rotina a que a protagonista está submetida. Também, como o livro começa com o despertar de Raquel em uma manhã, vamos nos situando com ela do universo onde ela vive, experimentando suas mesmas incômodas sensações.

Sendo o livro introdutório da trilogia, Lembranças traz a apresentação da sociedade distópica que será mais bem desenvolvida nos volumes posteriores da série. Por hora, assim como é impossível à Raquel ter mais informações sobre onde vive, o leitor também permanece no escuro. Ainda assim, Munir Charruf aos poucos constrói o enredo e sua ambientação, inserindo momentos de flashback que tanto aguçam a curiosidade quanto dão pistas do que pode ter acontecido antes dessa nova sociedade se formar. Mais ao final do romance, as reviravoltas e acontecimentos repletos de tensão dão novo gás narrativo, proporcionando uma leitura ainda mais ágil e que culmina em um final de, no mínimo, nos deixar ansiosos pelo próximo livro.

Um recurso importante de Lembranças é a intertextualidade com Matrix através do uso de pílulas azuis e vermelhas no enredo. Assim, o tema central do romance se faz ainda mais evidente: as consequências da falta de consciência de uma sociedade — e a escolha entre a alienação ou não. Há, sim, a discussão do impacto da ausência de memórias na vida individual, como a perda da identidade e inexistência de relações interpessoais, mas o principal está nas consequências em camada coletiva. Sem consciência, uma sociedade se torna muito mais manipulável, explorada e passiva diante de sua condição — reflexão essa que faz paralelo com a questão de falta de consciência de classe, por exemplo, em nossa própria sociedade. Não é difícil chegar a essa conclusão a partir da máxima repetida à exaustão no livro: “O trabalho liberta; obediência é felicidade”.

Em linhas gerais, Lembranças me proporcionou uma leitura ágil, envolvente e interessante pelas reflexões proporcionadas, e que certamente me deixou curiosa pelas continuações, nas quais mais do universo criado por Munir Charruf será criado. De qualquer maneira, já é possível observar a crítica a governos totalitários e à chamada de atenção para os problemas proporcionados pela falta de consciência sobre o que se vive. Fica o alerta de conteúdo sensível em algumas passagens que trazem situações de abuso e assédio sexual.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2022/01/31/video-resenha-lembrancas-munir-charruf/
Ingryd 21/04/2022minha estante
Quais são os nomes dos outros livros de continuação?




Fernanda 14/02/2023

Lembranças - Munir Charruf
Resenha disponível no blog:

Lembranças - Munir Charruf

https://modoliterario.blogspot.com/2023/02/resenha-lembrancas-munir-charruf.html

site: https://modoliterario.blogspot.com/2023/02/resenha-lembrancas-munir-charruf.html
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Alessandra @euamolivrosnovos 11/04/2022

Instagram @euamolivrosnovos
Raquel acorda todos os dias sem lembranças de seu passado. Porém, um bilhete misterioso a incita a trocar as pílulas cedidas pela governo e a não chamar atenção para si mesma.
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Durante sua rotina mecânica em um restaurante, ela se vê inserida em uma sociedade onde tudo é monitorado, e a obediência é uma exigência para permanecer vivo.
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Os dias vão se passando, e flashes de memória começam a despertar dentro dela. Entretanto, Raquel começa a pensar que a falta de lembranças pode ser algo preferível aos horrores que tem vivido.
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Uma distopia nacional instigante e bem trabalhada, que me remeteu muito ao grande clássico de George Orwell - 1984 - e, também, teve nuances do romance de Margaret Atwood - O Conto da Aia.
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Em poucas páginas o autor conseguiu me prender nessa narrativa desesperadora. Falo isso pois não é fácil acompanhar Raquel nessa trajetória de descoberta, que acaba se mostrando terrível para quem conserva suas memórias.
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Gostei bastante da ambientação trazida para esse enredo. Pude sentir que estava vivenciando junto com a protagonista as experiências dessa sociedade distópica.
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A narrativa do Munir é bem fluida e traz sempre alguns ganchos (cliffhangers) para os próximos capítulos, fazendo com que o leitor precise seguir em frente, em busca de respostas. Além disso, ele trabalha algumas questões dessa trama de maneira sutil, exigindo uma atenção especial a alguns detalhes, que podem parecer pequenos, mas que fazem a diferença.
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Alguns personagens importante vão surgindo ao longo do caminho e tornam-se essenciais para o desfecho, que permaneceu aberto para uma sequência que espero ler logo.
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Por fim, recomendo muito a leitura, pois foi uma experiência ótima. Fazia tempo que não lia uma distopia e essa me conquistou.
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Tadeu.Loppara 09/01/2024

Muito boa distopia!!!
A narrativa de Munir Charruf é envolvente e fluída,o que faz a distopia acessível para que ainda não é acostumado ao gênero. A trama prende com personagens bem construídos que garantem uma leitura empolgante e repleta de questionamentos sobre nossa relação com a memória e o poder.
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Elaine França @leiturasfascinantes 24/10/2022

Questionador!!!
Imagine uma sociedade na qual todos os dias você acorde sem nenhuma lembrança de sua vida, de sua infância, do que fez no dia de ontem ou tampouco quem você realmente é!

Um governo controlador que te vigia, revista sua casa, rouba suas memórias e te faz viver em uma sociedade ?perfeita? na qual você não tem escolhas!

Mas um dia alguém irá se revoltar, e quem sabe nasça uma esperança!


Muitoo bom! Indico para aqueles que amam uma boa distopia! Fãs de 1984, corram aqui!

Quero a continuação!!!
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Ka Ladybook 29/05/2023

Eu não preciso dormir, eu preciso de respostas!!
Raquel vive em uma sociedade em que não existe o dia de amanhã. Todos os indivíduos devem tomar uma pílula diária que mantém viva apenas a memória daquele dia. Quando vão dormir, ela os dopa e no dia seguinte sempre acordam sem saber quem são, onde estão e o que fazem da vida. A função de atualizá-los sobre a situação é do lembrante, uma pessoa que aparece em uma tela e vai dando todas as instruções.
Mas Raquel recebe todo dia em seu armário de trabalho uma pílula diferente, com um bilhete dizendo para não tomar a do governo. Ela tem feito isso e aos poucos vai recobrando a sua memória. Por isso, ela não entende por que as pessoas agem tão naturalmente seguindo o fluxo. Ninguém questiona nada? Não querem saber o que está acontecendo de verdade?
Raquel quer sair dali. Mas para onde? Com quem? Como? Por mais que sua memória esteja voltando, tudo ainda parece uma grande incógnita. Às vezes, é mais fácil ter uma noite de sono tranquila e aproveitar cada dia como se fosse único.

Eu gostei bastante dessa leitura. Fazia tempo que eu não lia uma distopia e esse é um gênero que muito me agrada. Também não tinha lido nada parecido com esse enredo e eu só conseguia pensar “isso é muito black mirror” hahaha

Achei o ritmo de leitura bem fluido, porque a gente sempre quer saber o que vai acontecer. Os capítulos curtos também ajudaram. A única coisa que me incomodou um pouquinho foram as letrinhas miúdas, mas nada que tenha atrapalhado no proveito da obra.

Eu adoro leituras que me fazem ficar com muitos questionamentos em mente e essa foi uma delas. Ela é tão instigante que eu fiquei me perguntando sobre mais aspectos dessa sociedade, pois estamos limitados, em boa parte do tempo, apenas à visão da Raquel. Fiquei me perguntando também sobre o passado de Raquel e sobre a visão do outro lado também, de quem está no comando, a qual temos um vislumbre.

Ou seja, estou bem curiosa para saber como vai ser a continuação e o bom é que tem muito terreno inexplorado ainda para que o autor possa nos apresentar!
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Sí Leitora 22/08/2023

Uma distopia cativante
"Lembranças" oferece uma abordagem intrigante sobre a relação entre memória, liberdade e controle. A distopia é cativante, com elementos que me lembraram "Matrix". A trama envolvente e os capítulos curtos mantêm o ritmo ágil. A jornada de descoberta de Raquel provoca reflexões sobre o valor da memória.

A narrativa de Munir Charruf é envolvente e acessível, tornando a distopia palatável para leitores iniciantes e experientes no gênero. A trama intrigante e os personagens bem construídos garantem uma leitura empolgante e repleta de questionamentos sobre nossa relação com a memória e o poder.

Se você busca uma distopia envolvente e reflexiva, "Lembranças" é uma escolha que não decepciona.
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Felipe Ogawa 21/06/2022

Vale a pena se lembrar de ler!
Amargo: Personagens com pouco desenvolvimento e clímax abrupto.
Doce: Críticas sociais sobre o impacto da tecnologia na humanidade, referências de Matrix e um final intrigante com um forte gancho.

Fazia tempo que não lia distopia e fiquei bem satisfeito com o livro "Lembranças"! O texto é dinâmico e a protagonista tem traumas ocultos que se revelam durante a trama. Mesmo pecando um pouco no desenvolvimento de personagens, o autor introduz muito bem a trilogia. O final é frenético e prepara terreno para as sequências.

Recomendo!
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Naty @livrossaofilhos 29/03/2023

Distopia maravilhosa
IMAGINA NÃO LEMBRAR COMO É O PRÓPRIO ROSTO?

É exatamente isso que acontece com Raquel ao acordar, tudo é novo e estranho no começo, mas logo aparece Raul que é o seu Lembrante, ou seja, a voz que a situa no momento e diz tudo que ela deve fazer e quais as consequências se houver recusa. Ela deve tomar uma pílula todos os dias, mas já no primeiro dia quando ela vai se trocar acha um bilhete misterioso com outra pílula pedindo para ela não tomar a do governo e sim a vermelha.

Assim Raquel vai trabalhar e nós conhecemos esse mundo estranho cheio de telas que verificam tudo e que mandam em todos juntamente com drones e várias câmeras de vigilância. Aqui a gente já começa a fazer um paralelo com a realidade e a vida cotidiana da nossa realidade.

Enquanto Raquel vai se livrando das pílulas do governo e lembrando de algumas coisas como o orfanato que ficou na infância de como a tiraram de sua mãe, como sofreu e de seu amigo, tudo vai se encaixando.

Conforme os capítulos vão passando, a curiosidade vai aumentando e eu só queria saber o motivo de tudo aquilo, a ação vai acontecendo e tudo foi ficando cada vez mais eletrizante. O autor soube me seduzir com os mistérios dessa trama.

Essa é uma distopia maravilhosa cheia de mistérios e reviravoltas. A história também traz críticas a sociedade que é controlada pela tecnologia e o quanto ela interfere na vida de alguém, tem muita manipulação, intrigas e traz várias reflexões.

O final cheio de ação me surpreendeu e me deixou querendo mais. É uma leitura cativante que intriga o leitor e deixa ávido por mais a cada página. Lendo a história eu me lembrei bastante da série Black Mirror e da trilogia Divergente.
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Mari 16/10/2022

Distopia que prende a gente?
Presente de uma pessoa querida. Primeiro livro que leio desse autor brasileiro.
Gosto de distopias, pois são livros que nos tiram da zona de conforto. Nos fazem questionar: ?e se isso fosse verdade??? é assustador pois toda distopia que já li nasce de uma sociedade muito próxima da nossa e que ?desandou?.
Essa distopia retrata uma sociedade sem memória? todo dia você acorda e não sabe quem é. Há todo um sistema de telas que te lembram e te orientam a como viver aquele dia. ?O trabalho liberta; obediência é felicidade.? Todos tomam uma pílula diária que garante um sono tranquilo e o esquecimento? então pra que tudo isso? Por que viver?
O livro faz parte de uma trilogia que eu já estou curiosa para saber a continuação.
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Má Powzum- @entrelinhaslivros 29/09/2023

Amei essa distopia!
Lembranças é aquela distopia que fala sobre tecnologia e govern0s ditad0res, que nos leva a refletir bastante sobre como estamos vivendo o nosso hoje. Sempre que leio esses livros eu me pego pensando ?será que estamos caminhando para isso?? Acredito que por isso eu adore tanto distopias! Ainda mais quando mostram um grupo que é resistência, tentando se livrar dessas amarras. E Raquel é essa personagem, ainda que ela não se lembre disso.

Munir conseguiu trazer aqui uma leitura curtinha e rápida, isso porque a partir de certa parte ele nos deixa cada vez mais curiosos, afinal a gente sabe tanto quanto a Raquel, ou seja, nada! Além disso, a leitura nos deixa a cada página ávidos por mais, eu quis muito conhecer quem estava por trás dos bilhetes e espero que depois daquele final tenhamos uma continuação para logo.
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Leonardo 28/10/2023

INCRÍVEL
Fala galera do Porão Literário, tudo certo? Hoje minha resenha é do livro Lembranças lançado pela editora Giostri. O livro é de autoria de Munir Charruf e a resenha foi escrita por Leonardo Santos.

Como seria viver em uma sociedade sem memórias? É nesse cenário em que começamos "Lembranças", uma distopia assombrosa onde a sociedade vive em um estado constante de amnésia. Raquel desperta todos os dias sem qualquer lembrança do passado, em um mundo onde ninguém se recorda do dia anterior. Nessa realidade cruel, a regra é viver "um dia de cada vez", sob o controle dos Lembrantes, que monitoram e direcionam as vidas das pessoas por meio de telas tecnológicas disponíveis em todos os lugares.

Através de Raul, o "lembrante" de Raquel, ela descobre seu próprio nome, idade e função. Raquel trabalha em um restaurante daquela cidade e seu experiente começa em cerca de uma hora. Antes de ir trabalhar, no entanto, ela precisa, obrigatoriamente, tomar o café e tomar uma pílula vermelha concedida pelo governo.

As coisas começam a mudar quando Raquel descobre um bilhete entre seus pertences, desencadeando uma jornada em busca de sua própria memória perdida. Esse pequeno pedaço de papel a incita a não tomar a pílula cedida pelo governo, e sim aquela que vem junto ao bilhete, uma espécie de placebo que fará com que ela consiga se lembrar do dia anterior. Enquanto ela luta para entender seu passado e desvendar os mistérios que envolvem sua amnésia, vamos conhecendo um pouco mais sobre essa sociedade que vive no esquecimento.

Conforme me aventurava na distopia de Munir Charruf (um dos meus gêneros preferidos, diga-se de passagem), eu apreciei muito a forma como o autor consegue tecer uma narrativa que nos mantém curiosos e alertas o tempo todo, isso porque "Lembranças" oferece uma reflexão profunda sobre a importância da memória na construção da identidade e da sociedade, e o que a falta dela pode ocasionar.

Isso porque todos agem como que estivessem entorpecido, seguindo ordens e vivendo sem grandes questionamentos. Seguindo o lema "O trabalho liberta; obediência é liberdade" constantemente repetida pelos lembrantes, é interessante ver como Raquel vai mudando sua visão e construindo um pensamento crítico conforme a narrativa avança.

O que se destaca em "Lembranças" é a habilidade de Charruf em criar uma atmosfera claustrofóbica e rotineira, onde cada página é permeada por uma sensação palpável de suspense. As referências a "1984" não apenas sublinham a maestria do autor em tecer um mundo distópico intricado, mas também ressaltam o paralelo inquietante entre a ficção e a realidade contemporânea.

Ao oferecer uma visão perturbadora de um futuro distópico, "Lembranças" não apenas homenageia os elementos atemporais em diversos futuros que vemos em séries de suspense como Black Mirror, por exemplo; mas também se destaca como uma obra singular e impactante em seu próprio direito com diversos elementos autorais!

Além disso, o livro entrega muitas respostas no arco final, o que eu gostei muito, pois detesto ficar no escuro por tempo demais. O final foi um pouco abrupto, mas só digo isso porque estava gostando tanto da narrativa que eu queria um pouco mais!

Por fim, fica minha indicação para quem quer uma boa ficção distópica para ler!
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spoiler visualizar
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Carol 23/09/2023

Lembranças
Esse é o tipo de livro que a gente espera uma continuação, envolvente do início ao fim. A distopia criada por Munir Charruf é única.
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Samira 07/07/2023

Leituras que nos fazem refletir
Recentemente concluí essa leitura e foi uma experiência surpreendente ver de perto todo esse cenário que o autor criou com pessoas que amanhecem todos os dias uma vida zerada, ou seja, sem memória e reféns de telas para lhes impor obrigações, lembrar o que é conveniente, mas, por outro lado, vamos ter uma protagonista a Raquel que vai buscar respostas e acabará se rebelando contra todo esse cenário.
Sem dúvida é uma obra que consegue nos trazer muitas pautas como a importância das lembranças o quanto elas são responsáveis em construir o nosso presente e futuro e a obra acaba trazendo outros alertas como a questão de vivermos numa geração que trabalha demais e o pouco tempo que resta é a noite para algum tipo de diversão, onde fica a qualidade de vida em tudo isso?
Distopia nacional recomendadíssima!
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