Resenhas - Alce Negro Fala

Gu Henri 23/07/2019

Fora uma tarefa... e que tarefa encontrar esse livro!
A princípio não pensei que se tratava tanto de uma obra religiosa, embora o seja, mas penso-a mais dentro de um contexto especifico, e isso é bem ponderado ao ler o que há no livro, a minha curiosidade fora em tentar entender ao menos um pouco - mas muito pouco- a cultura ameríndia dos EUA, há ícones que se tornaram pops, tais como Touro Sentado, Cavalo Louco, etc, que primeira vez os vi estampados em selos postais dos EUA, noutras como miniaturas em metal de brinde nos Kinderovos, portanto soava familiar demais a mim mais os indígenas do norte do que os que são de fato do território que hoje é o Brasil.

Para uma maior abrangência dos acontecimentos que culminaram no massacre de Wounded Knee este livro mais o "Enterrem meu coração na curva do rio" de Dee Brown são essenciais, são livros que resgatam aquela cultura quase extinta, mais que um genocídio, podemos considerar um etnocídio aqueles todos empenhos para dominá-los de suas casas, mesmo assim os índios resistiram, pois a vida semi-nômade de caçadores era-lhes uma vida alheia aos anseios dos colonizadores e dos que aportavam em busca de ouro. Não venderiam suas terras, muito menos as abandonariam, assim como jamais matariam mais do que o necessário para suas vidas. Coisa que o capitalismo fez com tamanha agressividade quando de fato conquistou o oeste, que foram pilhas de bisons mortos.

Fato curioso e intrigante é que Alce Negro narra como se deu a visão de Cavalo Louco, e nos pormenores ela representa de certo modo uma releitura do mito da caverna de Platão, é são coisas interessantes, que se retoma algumas outras vezes.

O choque meu foi em saber que já mais velho Alce Negro se convertera ao cristianismo. E não sei se há ou não influência do cristianismo naquilo que ele narra, possivelmente sim, o que não deixa de ser interessante, mas que faz certas coisas terem uma outra conotação.