Procurando Jane

Procurando Jane Heather Marshall




Resenhas - Procurando Jane


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irys. 10/04/2024

"A luta continua muito viva: só mudou de forma".
Como aponta a autora, este livro não é sobre aborto, é sobre maternidade.
Acompanhamos a ligação entre três mulheres, por meio de uma carta, mas além disso, o que as liga é a falta de controle sobre o próprio corpo, negligência e a busca pelos direitos das mulheres.

Admirável o modo como a Heather discorre sobre as nuances da maternidade, o medo de engravidar e o medo de não conseguir engravidar, o fato de ter o direito de escolha sendo tratado como crime, enfim, a autora relata tudo com muito cuidado e embasamento.

E a trama se torna ainda mais sensível pois as Janes são reais, quantas mulheres sofreram para termos o mínimo de poder sobre nossas próprias vidas? (além de que enquanto editava o livro, Marshall estava grávida, acredito que isso tenha deixado tudo ainda mais comovente).

Um romance envolvente, com personagens e fatos reais, com muitos segredos, muita dor e grandes vitórias. E um final que é emocionante, acho que nada me prepararia para os últimos 30% do livro. (ou para o livro como um todo)

"... Ser mãe é viver sempre com algum nível, ainda que baixo, de medo crônico, e isso mesmo nos melhores tempos, querida".

- Pesquisei muito sobre casas de amparo para mães solteiras e jovens no Brasil e por processos adotivos nos anos 90, encontrei muita coisa interessante e triste, em especial o artigo "Mães "abandonantes": fragmentos de uma história silenciada", escrito por Claudia Fonseca e publicado na Revista Estudos Feministas, em 2012. Vale a leitura pois aqueles que não conhecem a história estão fadados a repeti-la.
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barbaramagalhaesr 09/04/2024

Além do aborto.
Procurando Jane é sobre maternidade. Sobre querer ser mãe e não querer ser mãe e todas as áreas cinzentas entre os dois extremos. É sobre até onde as mulheres estão dispostas a ir para dar fim a uma gravidez ou para ficarem grávidas. E o mais importante: é sobre mulheres se apoiando em suas escolhas individuais e sobre as consequências dessas escolhas. A leitura é densa, pesada e em uma boa parte, triste. Mas no fundo a gente fica feliz e sente orgulho da força da mulher, do quanto nós sabemos nos apoiar e nos acolher quando precisamos. Durante a leitura eu chorei diversas vezes e senti uma dor palpável, física até?parecia que eu estava apanhando naquele exato momento e vinha na minha cabeça a todo tempo um único pensamento de revolta. Fiquei impressionada por esse ser o primeiro livro da autora (dom de historiadora hihi) e muito feliz com o final da história. Claro que eu adoraria ler sobre a conversa de Evelyn e Nancy, o pós da conversa e coisa tal, mas fiquei feliz por ter terminado ali. É uma leitura que recomendo MUITO!
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Dan 07/04/2024

Trata-se de um livro com uma temática extremamente delicada e relevante para os dias atuais. Muito difícil de ler em alguns momentos, especialmente ao retratar situações em que muitas mulheres se colocam em risco para buscar algo que deveria ser garantido legalmente e de forma segura. Ao descrever os relatos na década de 70, o livro nos mostra questões que, infelizmente, continuam atuais, especialmente ao analisar o senso comum. No final, a autora destaca casos ainda não totalmente resolvidos, traumas não superados e a necessidade contínua de lutar pelos direitos básicos das mulheres.
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Tay ð· 04/04/2024

"É só dizer que está procurando Jane."
Ao ler a última página de 'Procurando Jane', fui inundada por uma avalanche de emoções e reflexões que desafiaram minhas convicções mais profundas. Este livro não é apenas uma ficção; é uma jornada intensa que mudou fundamentalmente minha perspectiva sobre questões complexas como a maternidade e o direito de escolha.

Ao longo das páginas, somos confrontados com várias experiências maternas, algumas desejadas e outras impostas, algumas celebradas e outras lamentadas. Marshall habilmente nos leva a questionar nossas próprias convicções e preconceitos. Uma citação do livro ecoa em minha mente:

"Todo filho tem que ser desejado, toda mãe tem que querer ser mãe".

Essas palavras mexeram comigo, fazendo-me entender melhor como a maternidade é complexa e reforçando a importância de respeitar as escolhas de cada mulher. Elas destacaram a necessidade de reconhecer a profundidade das experiências individuais na maternidade e a importância de apoiar as mulheres em suas decisões, independentemente das expectativas sociais ou pressões externas.

Para que você possa ter uma visão mais profundamente da história, posso dizer que acompanharemos a jornada de três mulheres extraordinárias - Evelyn, Nancy e Angela - em diferentes momentos da trama. À medida que mergulhamos em suas vidas, somos confrontados com uma tapeçaria de experiências maternas, desde o ardente desejo de ser mãe até as dolorosas batalhas da gravidez indesejada e da adoção.

Queria poder dizer mais sobre a vida delas, mas acredito que qualquer palavra mal colocada poderia se revelar um grande spoiler, o que estragaria a experiência individual do leitor. Mas posso dizer que no ano de 2017, Angela Creighton descobre uma carta que foi posta na caixa postal errada do seu trabalho e decide fazer o possível para encontrar a destinatária após abrir a carta e descobrir a revelação do segredo da família da pessoa a quem a carta se destinava. Sua busca a leva para a Toronto dos anos 1970, quando mulheres destemidas operavam uma rede ilegal de abortos conhecida apenas pelo codinome Jane.

Nesta década, em 1971, vamos conhecer mais da história da médica Evelyn Taylor que, quando adolescente, foi enviada para um abrigo para mulheres “arruinadas” e forçada a entregar seu bebê para adoção. Na vida adulta, ela se junta à Rede Jane, determinada a oferecer a outras mulheres a escolha que nunca teve.

Já nos anos 1980, Nancy Mitchell descobre um segredo chocante sobre sua família e começa a questionar a própria história. Quando engravida sem querer, ela localiza a Rede Jane e se junta à dra. Taylor na organização. Seus segredos, no entanto, nunca deixam de assombrá-la.

A história é narrada em primeira pessoa, contando os pontos de vista de cada uma dessas mulheres, e essas idas e vindas no tempo nos fazem compreender e nos apegar cada vez mais à vida de cada uma dessas personagens e à forma como a vida delas está ligada de forma dolorosamente trágica.

Durante a leitura, vi-me refletindo sobre as intersecções entre saúde pública, religião e autonomia feminina. Vi-me questionando até que ponto a sociedade tem o direito de legislar sobre o corpo das mulheres. Vi-me reconhecendo a importância vital de apoiar as escolhas individuais das mulheres, independentemente de concordarmos com elas ou não.

Eu chorei, eu sorri, eu me arrepiei e poucos livros me causam essa sensação. Poucos livros me fazem soltar um palavrão quando algo inacreditável acontece, me fazem revoltar, me fazem questionar, me fazem falar sozinha e fazer perguntas para ninguém além dos meus próprios pensamentos e mesmo tendo lugar de fala muitas vezes eu não sabia o que falar. Eu não queria me pôr no lugar delas, não queria questionar suas escolhas, eu só queria abraçá-las e dizer que tudo ia ficar bem, que aquela dor ia passar.

Eu me perguntei quantas e quantas mulheres não passam ou passaram por isso. Quantas e quantas não tiveram escolhas. Quantas não foram sequer ouvidas e quantas foram desacreditadas e ridicularizadas mesmo depois de tanto abuso. 'Procurando Jane' me desafiou a questionar minhas próprias crenças e preconceitos, levando-me a uma jornada de autodescoberta e reflexão. Encontrei-me reavaliando minhas opiniões sobre o direito de escolha de outras mulheres e reconhecendo a importância crítica de respeitar suas decisões.

Por fim, é um livro que recomendo fortemente, independente de suas crenças ou convicções. Um dos melhores livros que eu já li, o primeiro favorito de 2024. É uma obra que toca profundamente o coração e desafia as mentes, uma história que vai ficar com você muito tempo depois que a última página for virada.
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Bruna 04/04/2024

É um livro muito necessário se vc tem interesse no assunto maternidade. Aborda esse tema por vários ângulos e por isso gera muitas reflexões.
Sobre moral, justiça, valores, traumas?.

Achei a leitura um pouco arrastada dos 70 aos 90%. Porém, isso não tirou o mérito do livro.

Gostei muito.
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Andrieli Barboza 31/03/2024

Que livro impactante... ele não se limita a falar sobre aborto, mas sim sobre maternidade, sobre querer e não querer ter filhos, trazendo todas as nuances, de pessoas que querem e não podem, e de pessoas que podem e não querem, trazendo tbm quem teve e quis ficar com seu filho, porém não deixaram. É profundo e triste, te arranca lágrimas do começo ao fim, mas é tbm lindo e necessário, falou com um pedaço do meu coração, me fez me colocar no lugar das personagens e me perguntar o que eu faria no lugar delas ? Sinceramente, não sei... Leiam e sintam... é se prepare pra sentir intensamente.
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Paula 31/03/2024

Uma carta entregue na caixa errada e encontrada 7 anos depois em uma cômoda no antiquário e sebo Thompson deu início a essa história, a procura de uma menina adotada.
Uma história contada em passado e presente de um assunto tabu até hj e com muitas opiniões....Aborto. O direito da mulher de decidir se quer ou não, e o Lar Santa Inês onde meninas eram levadas para dar a luz e doar as crianças para adoção, mais que Evelyn Taylon descobriu que os bebês eram vendidos. E assim tudo se desenrola numa história cheia de emoção e de luta pelo direito das mulheres.
Uma leitura que dará a você muitas opiniões.
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Barbara 29/03/2024

"Sempre haverá necessidade"
Obrigada Paulo Ratz por essa indicação!

O livro é fantástico e tem uma escrita muito envolvente, me surpreendeu a coragem da autora de falar sobre um tema tão polêmico na sua primeira obra, e as informações sobre a sua pesquisa e as coisas horríveis que descobriu é um complemento muito importante.

Esse é um livro que fala sobre ser mulher, sobre ter escolha e poder decidir sobre seu próprio corpo e sua vida.
Em suas várias camadas encontramos personagens distintos que passam por diversas situações traumáticas, mas que demonstram uma força incrível e são inspiradoras.

A forma como a autora intercala as histórias através dos anos é essencial para que o leitor mergulhe no enredo.

Eu já conhecia a história da rede Jane e tantas outras redes que ajudaram mulheres ao longo dos anos, e quando vi o Paulo indicando esse livro sabia que tinha que ler.

E não, esse não é um livro sobre aborto, e também não é "só" sobre maternidade. Esse livro é sobre como nós mulheres fomos e ainda somos subjugadas em uma sociedade patriarcal e como ao longo de toda a nossa vida temos que lutar por nós, pelo nosso corpo e nossos direitos.
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Mariana.Lima 28/03/2024

É sobre ter escolhas...
Esse livro foi um achado!!

Essa história é aquele tipo de ficção que tem 100% de chances de acontecer na vida real!! Uma narrativa forte e crua sobre A mulher na sociedade.

É a luta pelo poder da escolha!!

É sobre sororidade!!

É lamentável saber que tantos anos se passaram e avançamos quase nada!!

Ser mulher é uma ferida incurável
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Felps 26/03/2024

Procurando Jane
Uma história que merece ser lida.
O livro conta a história de mulheres fortes e determinadas a lutarem contra um sistema que as esmaga, é sobre todas terem o direito e autonomia sobre seus próprios corpos.
Ao longo do livro mulheres de várias épocas são ligadas por diferentes determinações, mas por desejos iguais, o de terem suas escolhas respeitadas. Desde um casal sáfico moderno determinadas a engravidarem à mulheres dos anos 60 tendo seus filhos arrancados contra a vontade, e de mulheres que desejam interromper a gravidez sendo subjugados e mortas por uma moralidade ligada ao machismo e crenças religiosas.
Como a própria autora declara em suas notas, o livro não é sobre o aborto e sim sobre maternidade. Sobre ter o direito de ser mãe e de não querer ser mãe e todos os tons de cinza que delimitam os extremos.
Gostaria de fazer uma reflexão encima da frase de Simone de Beauvoir que declara,
"A sociedade tão encarniçada na defesa dos direitos do embrião se desinteressa da criança a partir do nascimento?. Essa frase impactante e polêmica de Simone revela à hipocrisia da sociedade conservadora que fecha os olhos para as 262 crianças abandonada todos os meses no Brasil, segundo dados do portal noticias Uol. Por fim, a única preocupação dessas pessoas é subjugar as escolhas de uma mulher e se manterem abraçados com a própria ignorância ao se recusarem ao olhar ao redor.
As mulheres merecem fazerem abortos seguros e deveriam ser amparadas por suas escolhas e não se submeterem ao perigo da precariedade de procedimentos ilegais em quartos escuros e inadequados, sem contar que sofrem com o medo da condenação do outro.
Termino recomendando fortemente essa leitura, que é cheia de emoções, surpreendente e transformadora.
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yasneryst 21/03/2024

Legal, mas...
Gostei, mas acho que existe muito potencial desperdiçado no livro.
O enredo é muito bom, é muito legal ver a história de mulheres vanguardistas que estão dispostas as piores consequências por seus ideais.
É o tipo de história que deve estar acontecendo por aí, em algum lugar do mundo, neste exato momento.
Sistemas machistas que controlam a vida reprodutiva das mulheres, conduzindo-as ao parto obrigatório enquanto não supervisionam a paternidade devidamente (ainda que seja apenas uma relação financeira).
Um sistema capitalista capaz de mercantilizar crianças de mulheres vulneráveis.
Isso tudo é a mais clara chocante realidade do mundo. No entanto, nesse livro tem várias pontas que se amarram... digamos, bem demais.
A literatura precisa ter finais felizes, É CLARO! Mas eles precisam ser bem amarrados. Acho que há muitas pontas soltas e explicações mau dadas demais para considerá-lo um livro irretocável.
Fora que houve algumas cenas que me fizeram quase tremer de vergonha alheia. Eu feminista adolescente em 2016 ia achar o máximo, mas eu feminista conformada e pessimista me senti um pouco velha demais para isso.
Mas recomendo.
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Rebeca 17/03/2024

Não é só sobre aborto
Gostei bastante, o que não me surpreendeu. Todo mundo fala tão bem desse livro, e depois de ler consigo afirmar que é exatamente tudo aquilo que falam.
Assim como diz a carta da autora, não é um livro só sobre aborto... Na minha opinião, é um livro sobre mulheres e suas escolhas.
O enredo é emocionante, chorei em vários capítulos e houveram diversos momentos em que me identifiquei e me coloquei no lugar daquelas mulheres. Me tocou de um jeito incrível.
Acho que a única coisa que me incomodou um pouco foi o plot do final, pra mim a história toda estava tão real e acabou que o final deixou ela menos crível. Mas fora isso adorei a escrita da autora, nem dá pra acreditar que esse é o primeiro livro dela.
Ela tem um talento enorme!!
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DAbora311 14/03/2024

Não tem como dar menos de 5 estrelas para esse livro, o tema que ele aborda é extremamente importante, questão de saúde pública. Eu fiquei presa desde o início, a escrita da autora é muito fluída. Queria que as pessoas que são contra o aborto lesse esse livro, eu achei ele muito educativo. Saber que isso aconteceu e ainda acontece com as mulheres torna a história ainda mais dolorosa.
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Natalia 13/03/2024

O livro aborda os diversos lados da maternidade: Fiv, adoção, gravidez desejada e indesejada e aborto.
Mas acima de tudo fala sobre a dificuldade da mulher ser dona de si mesma e ser livre para tomar decisões sobre seu corpo e sua vida.
Gostei que no final a autora faz alguns comentários de sua pesquisa para o tema do livro.
Não sabia que o Canadá é um país sem restrições sobre aborto!
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Ana 12/03/2024

Leitura obrigatória
Amei demais, que história bem escrita e com uma trama extremamente envolvente! e sim o plot twist me pegou kkkkk gostei muito
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