Tuca 27/04/2022Eu esperava um livro bom, mas “Como comprometer um duque” superou as minhas expectativas, e minha primeira experiência com a autora jamaicana Stacy Reid foi maravilhosa.
O desejo por liberdade pode nos levar a decisões das mais extremas. A pressão por um casamento indesejado, o silenciamento dos seus anseios e dores, empurrou Adeline nas mãos de um destino duvidoso: para escapar de um matrimônio com um homem mau e abusivo, ela iria comprometer sua honra com o rapaz por que sentia afeto, mas a quem seu pai, dominado pela esposa e pela ambição de ascender socialmente, negava a sua mão, e por consequência, a sua chance de ser feliz. O sr. Atwood era um simples advogado com um título menor de baronete, enquanto seu pai queria vê-la casada com o Conde de Vale. Assim, no baile de Lady Gladstone, ela faz um último apelo ao pai, em vão. E a jovem então coloca seu plano em prática de ir parar na cama de Atwood e ser pega em flagrante, porém ela finda por ser encontrada na cama do “Duque louco”, o Duque de Wolverton.
Viúvo e com duas filhas pequenas, Wolverton não tinha intenção de se casar novamente. Até que sua caçula lhe faz um pedido especial: ela queria uma mãe. Isso e o fato das duas sempre espantarem suas babás. Seu retorno para sociedade tinha sido, portanto, com esse objetivo. Ele queria uma mãe para suas filhas, mas sua duquesa não precisaria cumprir outros deveres do casamento. Ele não queria se apaixonar, nem muito menos pôr a vida da mulher em risco por meio de um parto. Ao se ver em uma situação em que o casamento com Adeline era iminente e necessário, ele não fugiu da responsabilidade. Afinal, ele realmente queria uma esposa. Mas a jovem desejava um casamento por amor, e ele poderia lhe oferecer seu título, suas terras, sua fidelidade e suas filhas, porém seu coração não estava mais disponível.
Adeline de boba não tinha nada. E começa então um jogo de sedução com seu marido. Adeline leva Edmond a se comprometer não só pela situação de desonra que os prende em um matrimônio, mas ainda mais com a vida. Preso em um luto sem fim, o Duque não ria e não tinha mais aquela leveza de quem não se preocupa com os machucados profundos da alma, até ela aparecer. Ao mesmo tempo, por esses machucados, ele sabia muito bem como era perder alguém. E o amor avassalador que ele passara a sentir pela nova esposa era algo que ele não conseguiria aguentar se fosse arrancado.
É uma história de amor, cheia de sensualidade, com uma mocinha nem um pouco tímida, elementos de uma história de Cinderela, e que ainda acompanha uma família aprendendo a se reeguer. Ademais, de como não se experimenta a intensidade dos melhores sentimentos sem algum risco, seja da perda, seja de outros tipos de dores, e de como se aprende com elas. O texto é completamente viciante, e Stacy vai já criando o plano de fundo de alguns personagens secundários que nos deixa doidinhas para chegar também no livro deles.
A série “Casamentos escandalosos” é formada por livros com histórias independentes, e que carregam além do enredo amoroso, a sedução, e os momentos divertidos, a crítica social acerca da liberdade feminina e das tantas restrições que elas sofriam para se encaixar no padrão de honra aceitável para a época.
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