Cris Lasaitis 28/12/2010
Quem disse que físicos da gravidade quântica em loop não podem morar na Rocinha?
O Brazyl é fundamentado sobre uma premissa extraordinária, mas que o leitor só vai entender ao final do romance. Enquanto isso, segue pelos percalços de uma narrativa labiríntica, dividida em 3 tempos simultâneos, que dão uma sensação de atemporalidade.
O conhecimento de Ian McDonald sobre o Brasil vai além do básico - e posso dizer que ele entende até mais do que eu quando mergulha fundo na cultura capoeirista, futebolística e nas religiões afro. Como era de se esperar, ele não resistiu à tentação de ultrabrasilizar o Brasil.
O livro se utiliza de poucas palavras em português, e essas poucas são festejadas de errinhos ortográficos - detalhes que poderiam ter sido facilmente revisados por algum brasileiro, mas que denotam um certo descaso do autor pela língua portuguesa, quando sei que se fosse eu escrevendo errado palavras em inglês me chamariam de burra.
Só lamento não ter lido o Brazyl traduzido para o português, creio que teria aproveitado melhor a leitura. A narrativa é doida e fragmentada, e fiquei à deriva em longos trechos.