Resenhas - Indígenas de Férias

claroviski 31/03/2024

Eugene e seus demônios
O meu casal favorito dos livros.
Indígenas de Férias acompanha a vida viajante de um casal indígena do Canadá, Mimi e Bird. Um artefato muito importante da família de Mimi foi levado por seu tio quando este acabou em um show de faroeste na Europa, e desde que já formaram seus filhos, Mimi leva Bird consigo em viagens pelos países nos quais seu tio já passou. Porém Bird é o total oposto de Mimi. Ela curiosa, extrovertida e falante. Ele calado, desanimado e introvertido, além de lutar com seus demônios internos que foram aparecendo por anos de trabalho como fotojornalista.
A forma como Mimi lida com os problemas de Bird e a forma como Bird discorda totalmente, sendo sarcástico e resmungão, é o que faz essa história ser encantadora. A dinâmica do casal os faz nos envolver na história, além dos imaginários, porém muito reais, demônios que habitam a cabeça de Bird e que como Mimi os denomina "Eugene e seus demônios" (pois Eugene seria seu capitão).

site: https://www.tiktok.com/@claroviski/video/7313384870086970630?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7351483268623926789

JuliaMarques 15/02/2024

O começo do livro até me interessou, mas conforme o livro foi avançando, me entendiou o fato de não ter um ponto alto sequer dentro de toda a narrativa. Nada que fugisse um pouco da linha neutra da emoção. Achei o Bird uma pessoa com a qual eu nao conseguiria conviver. Quase desisti do livro

Larissa Benevides 12/02/2024

Indígenas de férias - Thomas King
"As histórias não morrem. As histórias continuam vivas enquanto vão sendo contadas"

Uma boa viagem.

Esse livro mistura belos cenários da viagem do casal Bird e Mimi com pensamentos profundos sobre a vida e relacionamentos.

Enquanto lia pesquisei os pontos turísticos descritos e pude assim melhorar minha imersão na história.

Os capítulos são alternados entre a viagem presente e o passado do casal podendo assim entender melhor o que está acontecendo com eles.

O protagonista tem diversos problemas e sua companheira nomeou-os e assim eles também viram personagens durante o desenvolver da história. E com toda certeza eu gostaria de ver uma ilustração com todos os “monstros” de Bird.

A persistência de Mimi e o rabugice de Bird se complementam e fui completamente cativada por eles.

Apesar do início um pouco lento, depois de algumas páginas fiquei conectada com a história e não parei até entender qual seria o final deles. O final é aberto mas fiquei satisfeita com ele.

Um livro que é uma mistura de um diário de memórias com um diário de viagem.

"Ninguém precisa de um relógio. O que nós precisamos é de tempo."

Hono 24/01/2024

Indígena ou Grego? "As melhores pessoas são mestiças"!
Seguinte: livro extremamente divertido!

Thomas King escreve de um jeito muito bem humorado, abarcando temas extremamente complexos como traição, perdão, envelhecimento, realização e aquilo que nos faz humanos.

O fato de estar de férias no período e ler sobre as férias de um casal de meia idade na República Tcheca melhorou a experiência de leitura em 100%. Bird e eu reclamamos das mesmas coisas (e compartilhamos dos mesmos demônios).

Estou ansioso para conhecer outros livros do autor.

Renata 10/01/2024

No começo detestei Bird com suas constates reclamações (isso é muito chatooo!) e esse comodismo de querer só ficar em casa - claro, ele pode descansar enquanto a esposa cozinha lava e passa!

Odiei mais ainda essas entidades criadas por Mimi para seu companheiro e como eles foram tratados como personagens ao longo do livro.

Ficou mais interessante quando eles viram os refugiados sírios e começaram a se questionar sobre várias atitudes e o que fazemos para tentar mudar esse mundo ou melhorar as coisas.

Passamos por alguns trechos em que paramos para pensar sobre as injustiças do mundo e como as pessoas perdem a esperança porque não há perspectivas de algo melhor. Isso reflete um pouco a dinâmica do relacionamento entre Mimi e Bird: ele sempre reclamando desanimado, e chegamos a pensar que eles vão acabar se separando. Mas o final é otimista, com Mimi sempre colocando as coisas no eixo e encontrando propósito e felicidade para o casal, por mais imperfeitos que possam ser.

cherry_motth 22/12/2023

Histórias devem continuar, ou elas vão morrer.
Como seria se o niilismo e o existencialismo fossem um casal. Uma leitura leve mas ao mesmo tempo pesada.


Portanto, ainda estamos em Praga.

L_Alavaschi 16/12/2023

Portanto, estamos em Praga.
Foi uma maravilhosa surpresa ler, na última página, o sobre autor e saber que o Blackbird Mavrias é, de fato, o Thomas King.
Normalmente eu não daria 5 estrelas para um livro com um final "em aberto", porém acho que um dos ensinamentos mais óbvios desse livro é que o que importa na verdade é a viagem, e não o destino final.

Candido Neto 12/11/2023

Divertido.
Divertido, mas com algumas bordoadas.
O depressivo Bird e a antidepressiva Mimi são indígenas Cherokee e Blackfoot, ele meio grego, meio indígenas, deixa os EUA para virar canadense e viver com ela por toda a vida.
Percorrem a Europa a procura de um parente morto e um artefato, "Portanto estamos em Praga..." e a partir dessa cidade lembranças de casa, do passado, de outras viagens se inserem à narrativa.
Leve. Cheio de bordoadas a respeito de refugiados, racismo, xenofobia, questões políticas e ecológicas. Principalmente sobre saúde mental.
Divertido.

skuser02844 06/11/2023

Adorei a historia de Mimi e Bird, um casal aposentado viajando pelo mundo (me imagino assim quando estiver aposentada).

Amanda.Morais 05/11/2023

Indígenas de férias
Um bom livro. Traz críticas em forma de humor sarcástico e com isso traz reflexões interessantes. No entanto, achei uma leitura agarrada, por vezes pensei em abandonar, mas acabei terminando por curiosidade. Não é um livro que eu recomendaria, mas algumas reflexões que tive ao longo da leitura fizeram valer a pena ter lido.

DEA 07/10/2023

O livro é fluído principalmente no início e, o humor negro do Bird torna a leitura muito divertida. Mimi é animada, mas às vezes bastante inconveniente até meio egoísta em certos momentos, insistindo ou melhor, forçando Bird a ir nos lugares que ele claramente não tem a menor vontade de ir, inclusive não levando em conta distância ou as limitações físicas dele. Porém percebemos conforme vamos lendo que ele sofre de depressão, como eles chamam de "seus demônios", inclusive dando nomes para eles, talvez uma forma de lidar com esses sentimentos negativos ou poder falar sobre isso de uma maneira mais leve. E também pode ser que a insistência da Mimi seja uma maneira meio desesperada e frustrante de tentar ajudá-lo a sair dessa situação.
No final do livro entendemos que o que contribuiu para Bird estar tão sem esperança, sem objetivo e desmotivado foi que como jornalista e fotógrafo, ele acompanhou mais de uma vez as injustiças cometidas contra os indígenas e ele percebeu que apenas escrever não fazia nenhum efeito para resolver essas situações e desistiu, parou de escrever. É evidente o sentimento dele de impotência, se culpar por algo que talvez sequer teria controle.

O livro é literalmente uma viagem, o autor descreve cada canto de Praga, os pontos turísticos, além de outros países que visitaram e conforme eu lia, fui pesquisando, isso deixou a leitura muito mais rica e interessante, além de sentir como se estivesse com eles e ficar com uma vontade imensa de viajar também ?.
O porém do livro é que, como a essência dele é literalmente acompanhar a viagem do casal, como o título já diz, conforme vai chegando o final, vai ficando cansativo, repetitivo, maçante e a Mimi fica insuportável, além de algumas histórias que na minha opinião poderiam ter sido excluídas.
E o final, bom o fim é exatamente quando acaba a viagem, eles voltam para casa e ponto final ?, ou seja não acontece absolutamente nada diferente.

O livro vale a pena ser lido por trazer à tona a história dos indígenas onde mostra o absurdo que foi cometido tanto no Canadá como nos EUA através das escolas residenciais, que inclusive na maioria eram gerenciadas pela Igreja católica, o que torna a situação mais difícil de digerir, ou, criar reservas limitando eles num pequeno espaço etc. São situações que raramente paramos para refletir ou que talvez nem conhecemos em detalhes.
Inclusive essas histórias das escolas residenciais, as crianças que foram tiradas (roubadas) dos pais, são mostradas em duas séries, que super recomendo: Anne with an E (se passa no Canadá) e 1923 (nos EUA). E outro ponto positivo do livro que torna válida a leitura é essa maravilhosa sensação de estar viajando.

Bom, após ler a entrevista do autor na revista da Tag, fica claro que o Bird é o reflexo do próprio autor ?, devido às inúmeras semelhanças, mas claro, com algumas adaptações/alterações. E como o objetivo dele era falar sobre as injustiças cometidas aos indígenas, ele foi muito bem sucedido nisso, mas o livro seria perfeito se fosse mais compacto, o efeito teria sido mais interessante, na minha opinião. ?

L. B. Böer 01/09/2023

Esse livro foi um bom achado.
Ótimos diálogos, personagens excêntricos (Bird é um rabugento incorrigível e Mimi uma artista espirituosa), uma narrativa muito bem construída e permeada por temas extremamente importantes.
Confesso que por vezes a narração das memórias de Bird ficou meio confusa e um pouco maçante, o que explica as duas estrelas a menos na minha avaliação.
Mas amei a experiência que essa história me trouxe.
Recomendo demais.

Felipe 31/08/2023

Portanto?
? A narração habilidosa
? A personagem Mimi
? A ironia do autor

? Os demônios do Bird: o autor considera isso uma sacada do texto, mas me deu vergonha alheia. É o ponto entediante, forçado e fajuto do livro.

KelenDZ 27/08/2023

A jornada de Mimi e Bird por Praga é legal, bem como as partes que narram parte do passado e outras viagens deles, e também sobre os índios no Canadá.
No entanto achei que o livro traria mais da cultura e história indígena na América do Norte; não gostei muito dos personagens, Mimi é chata e implicante e Bird resmungão.

Raquel622 04/08/2023

Nos Passos de Tio Leroy
Blackbird, um jornalista aposentado, e Mimi, artista plástica, são um casal de idosos, ambos de origem indígena. Ele é americano e ela, canadense - ou, como se apresenta obstinadamente, Blackfoot. O marido é de origem cherokee e grega. Com a desculpa de seguirem os passos de um antepassado dela, obrigado a se juntar a um espetáculo itinerante que supostamente mostrava aos europeus do começo do século XX como era a vida no Velho Oeste, eles visitam cidades do Velho Mundo. Mimi é bastante agitada e se preocupa em não deixar que o marido se abata (ele está doente e há anos amarga uma grande decepção com sua profissão). Vai carregando Bird consigo em programas que ele não quer fazer por cidades que, de uma maneira geral, não lhe interessam.
Está entre as boas leituras do ano. O livro é narrado por Bird, sempre mal humorado, se controlando da melhor maneira possível para não magoar Mimi, e tem tiradas hilariantes.