Café com Livrinhos | Sofia 16/06/2022
? Uma jovem inglesa vai à França em busca de um recomeço. Sozinha, sem emprego e sem dinheiro, Jess pede abrigo ao meio-irmão, Ben, que não parece muito animado para recebê-la. Quando chega à cidade, Jess descobre que o irmão mora em um apartamento que ela jamais imaginaria que ele teria condições de pagar. E o mais intrigante: embora sua carteira e chaves estejam ali, não há nenhum sinal do rapaz. Quanto mais tempo o irmão continua desaparecido, mais perguntas surgem em sua mente. Os vizinhos formam um grupo bem eclético, mas não são amigáveis, e em pouco tempo aquela investigação coloca a jovem em situações cada vez mais delicadas.
? Em primeiro lugar, se você leu os outros famosos livros da autora, esqueça-os! O Apartamento de Paris tem uma pegada completamente diferente dos livros anteriores de Lucy Foley.
? Diferentemente de seus antecessores, não temos duas linhas do tempo diferentes (uma do passado e outra do presente). O livro é narrado apenas no tempo presente e os acontecimentos do passado nos são apresentados apenas por vagas recordações dos personagens (como parece ser uma marca registrada da autora, a história é contada sob vários pontos de vista).
? Além disso, não temos nenhuma informação sobre o que realmente ocorreu com o irmão de Jess. Ele realmente foi assassinado? Foi sequestrado? O que realmente aconteceu com Ben? Sexta-feira no Globo Repórter. Esse ponto marca uma grande diferença em relação aos outros suspenses da autora, visto que, nele, sabíamos que um crime havia sido cometido, mas não sabíamos quem, afinal, era a vítima.
? Acho importante ressaltar que muitas das resenhas negativas sobre esse livro na gringa abordavam a dificuldade de se apegar aos personagens da história. Se você ainda não conhece a dona Lucy Foley, saiba que ela é especialista em criar personagens detestáveis (A Última Festa é a maior prova disso. Se você conseguiu se identificar, ou até mesmo gostar, de algum dos personagens desse livro, busque terapia urgentemente!). Além disso, volto a dizer o que eu to cansada de repetir: se "personagens detestáveis" fossem um sinônimo para "livro ruim", Stephen King não seria metade do autor que ele é. Lembre-se disso quando for criticar um livro novamente.
? Por meio de uma atmosfera sombria e cheia de segredos, a autora cria uma narrativa dinâmica e instigante (dado que a maioria dos capítulos termina com um gancho para o próximo). Acredito que esse livro nos apresenta uma Lucy Foley mais madura quando comparada a "A Última Festa", que cria com magestria um mistério focado no enredo e no psicológico de seus personagens.
? O livro se encontra em pré-venda e está previsto para ser lançado no dia 27 de junho. E você, está ansioso para ler o novo lançamento da autora?