Mayara ( @literaterapia ) 12/07/2014
Papo de esportista
Nunca havia lido nada do Murakami. Apesar de "1q84" estar ma minha estante há alguns anos, foi "Do que eu falo qua do eu falo de corrida" que me despertou uma curiosidade irresistível para me render ao autor.
Ao ler a sinopse e resenhas ainda não tinha entendido ao certo qual era a proposta real do livro, mas o prefácio foi a confirmação do meu desejo em saber o que Murakami fala quando ele fala de corrida.
Logo no primeiro capítulo o autor me cativou com uma forma leve e bem humorada, falando sobre a corrida, seus hábitos em relação a ela e o seu processo de envelhecimento
O livro conta como Murakami se casou aos 22 anos e logo após sair da faculdade, ainda devendo créditos para se formar, abriu um bar de jazz em Tóquio que contra todas as expectativas, foi pra frente com mto trabalho e ajuda da experiência da família da esposa. Então com quase 30 anos, quando ele conseguiu se estabilizar e voltar a respirar, teve a ideia de escrever um romance. O qual foi enviado pra um concurso, ganhou um prêmio, foi publicado e assim passou a ser visto como um novo escritor promissor.
A partir disso ele conta seu processo de amadurecimento como escritor e como a corrida surgiu como uma necessidade de se manter em forma e saudável no seu novo formato de vida. Dividindo com o leitor um pouco da sua experiência de treinos e participações em 25 maratonas, uma ultramaratona e alguns triatlos.
Durante a narrativa, o autor fala, de forma informal, sobre métodos importantes dentro da psicologia do esporte dos quais ele se utiliza de forma instintiva, como o dialogo positivo, técnica de visualização, rituais pré competição e outros aspectos do treinamento de um atleta como periodização, entre outros.
Eu nunca corri, mas além de me identificar com essa figura oriental extraordinária, suas características de personalidade e a forma de conduzir o texto, pude transferir com facilidade esses fenômenos apresentados para outros esportes.
Quem pratica um esporte, seja ele qual for, com certeza vai se identificar com algumas experiências expostas no livro e quem não pratica pode se identificar com o próprio personagem/narrador/autor, quando ele fala sobre sua relação com o mundo, com a vida, com o envelhecer. Ou quem sabe, até mesmo se motivar começar a praticar algum esporte.