DANIROMA 08/06/2022
São personagens como Liliane Trevllyan que nos dão certeza que a nobreza era desprezível.
Uma capa tão linda para um romance tão ruim. Terceiro livro da série Warrior e já comecei no pique a leitura, pois gosto da escrita dinâmica da Margaret. Mas esse livro realmente decepcionou muito, é como se a autora fosse perdendo a competência a cada história. No primeiro romance os personagens e trama eram incríveis, no segundo a trama era ruim, mas o entrosamento compensava, mas nesse aqui realmente não teve nada que pudesse salvar, por isso minha nota foi regular.
Dentro os fatos que não gostei foi a repetição do mote normandos x gauleses e ao que parece os 14 livros vão ser assim. Temas como inimigos e opostos estão entre os meus favoritas em romance, pois aumentam a atração e fazem o casal ter que lutar para ficarem juntos. Mas para a escritora esses recursos só são utilizados para gerar brigas e discussões desnecessárias entre os personagens, achei repetitivo.
O que realmente fez com que a história despencasse no meu conceito foi o casal. Uma trama inexpressiva ou mal escrita pode ser melhorada com bons personagens, momentos quentes, ou mesmo amor, que é o objetivo final de quem lê romance. Mas aqui todos esses fatores foram ruins ou não apareceram.
O mocinho Kyran é a prova que homem não pode ser só bonito e vigoroso. Ele já começa a história apaixonado pela mocinha, rica e inacessível e com um golpe do destino ( ou nem tanto ) consegue desposá-la. Mas durante a história ele se mostra um homem tão inexpressivo e apático, que merecia ficar sozinho. Sempre sentindo-se inferior, rejeitado, sem saber se comunicar, tomando várias atitudes erradas, relapso. Enfim, qualquer resquício de sexy que ele podia ter foi destruído com as suas atitudes. Do outro lado temos uma das mocinhas mais antipáticas que já li romances ( e olha que já li vários ). Nada consegue nos fazer suportar Liliana, confesso que gosto de mocinhas voluntariosas e rebeldes, mas ela é só intragável. Nobre, bela, rica, soberba, mimada, egoísta, arrogante, sem nenhum traço que pudesse humanizá-la e sem uma explicação plausível para esse comportamento, pois ela sempre teve recursos e afeto do pai. Confesso que gostei muito mais da vilã, que passou por abusos e privações e teve um comportamento justificável. Acho até que esse é o problema da autora, mocinhas perfeitas demais, sempre torço pelas vilãs dela.
Não tem um momento da história que nos faça se afeiçoar a ela, menospreza as criadas pela aparência, os criados pelo comportamento, o marido pela origem. Uma pessoa impossível de ser amada. E confesso que na minha opinião ela só voltou para o mocinho no final, porque não poderia mais ditar as regras na casa do pai que havia se casado. O bom dela mocinha é que os saudosos de monarquia podem sentir um gostinho do que as pessoas simples tinham que aturar, Deus me livre.
A conclusão que eu tirei é que ambos não sabiam amar e nem mereciam ser amados. Acho que o Kyran gostava mesmo da idealização da mulher perfeita que sua esposa tinha e acho que Liliana gostou do único homem que poderia aturar seu comportamento inaceitável. Como não houve transformação, nem entrega verdadeira em nenhum dos dois, para mim não teve romance.