Ava Gardner

Ava Gardner Lee Server




Resenhas - Ava Gardner


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Luiza 22/11/2022

Cinderela de Hollywood traduzida
Demorei uma vida lendo este livro porque, na verdade, eu traduzi cada linha da obra, e fiz uma espécie de «folhetim», postando cada trecho no Facebook. Se alguém tiver interesse em ler, todo post tem um link para o próximo.

Começa no link abaixo:

? Primeiro post: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1888875494645334&id=100005687052047

Amigos, achei uma experiência sensacional, me envolvi profundamente com a história dela. Infelizmente não temos essas biografias publicadas em português, por isso fiz um esforço para ler em inglês e compartilhar o melhor que pude (não sou fluente, mas temos ferramentas que hoje nos ajudam)

Enfim, o livro está todo lá no meu perfil. Ao mesmo tempo, li as memórias de Ava Gardner e também coloquei alguns trechos desta autobiografia nos posts. Contudo, sua autobiografia é bastante rasa, ela deixa muita coisa interessante de fora. Como ela mesma disse: nunca vou contar a verdade!

O que Lee Server escreveu é algo um pouco mais próximo de como ela viveu sua incrível vida. Mas muita coisa nunca saberemos, porque ela pediu para sua criada de confiança jogar fora vários escritos, várias cartas e documentos... Que mistério, hein?

O que será que ela fazia quando sumia por semanas com aquele ciganos nos trailers? A vida dela foi uma loucura, seu início foi surpreendente, seu final foi melancólico, mas ela foi realmente uma Cinderela de Hollywood.

Um detalhe: nos meus posts, também coloquei trechos da biografia de Frank Sinatra, e alguma coisa da biografia de Grace Kelly, e um ou outro trecho de livros, artigos ou documentários que encontrei sobre Ava Gardner (incluindo um documentário da TV Francesa baseado em um livro espanhol).

Recomendo muitíssimo a leitura. Quem lê em inglês, pode ir direto ao livro... quem não lê, pode acompanhar minhas postagens que começaram no link informado neste post.

Me envolvi tão profundamente com a história derramei lágrimas e lágrimas e lágrimas. Fui da simpatia a raiva, da admiração ao desdém, mas no final, me senti quase amiga dela... e adoraria tê-la conhecido. Posso dizer que na medida do possível, agora eu já a conheço um pouco mais.

Abaixo, um dos meus primeiros posts, que resume bastante a vida dela:

? DA SÉRIE
O MAIS BELO ANIMAL
? ? post 002

? ELOGIO À MULHER FATAL

Ela era quem ela era: Ava Gardner. Atriz, deusa do amor.

Residente em Londres, Madrid, Hollywood e Grabtown. Gostava de jazz, de dirigir rápido demais e de noites que duravam para sempre. Adorava gim e cachorros e aquela palavrinha de quatro letras dita por Frank Sinatra.

Foi, certa vez, considerada a mulher mais bonita do mundo. Tinha pele branca luminosa, olhos como esmeraldas andinas, maçãs do rosto proeminentes, boca carnuda e sensual, um corpo elegante e bem torneado, que se movia com uma insolência felina e com a graça de uma dançarina.

Ela interpretou mulheres sedutoras, aventureiras, mulheres inquietas, tanto no cinema como na vida privada. Na tela prateada, transmitiu uma imagem poderosa de desejo proibido. Dizia-se que vê-la em carne e osso fazia o sangue ferver e a pele se arrepiar?

Conhecê-la mais intimamente era render-se a paixões loucas, arriscar tudo.

? Sou uma simples garota do interior ? ela gostava de dizer ?, e nunca fingi ser outra coisa.

Sua história era o antigo conto de fadas, da pobreza à riqueza, uma Cinderela moderna, a caipira descalça que, a contragosto, tornou-se uma rainha do cinema. O destino, a sorte ou seu código genético lhe deram uma aparência extraordinária? E sua inteligência, estilo ou quaisquer outros ingredientes para o estrelato, tenha ela nascido com eles ou os aprendido, não importa: ela os possuía.

A moça adolescente desconhecida tinha saído direto da pequena cidade para a capital do cinema e foi doutrinada pela mais poderosa das fábricas de sonhos, a MGM. A princípio, não era certo o que ela tinha a oferecer além de sua beleza juvenil. Uma artista relutante, ela era modesta e tímida, nervosa a ponto de adoecer diante de uma câmera.

Treinadores, agentes publicitários e fotógrafos começaram a trabalhar sua imagem, dicção e comportamento, preparando-a para os padrões do estúdio, acabando com seu sotaque caipira, seus movimentos grosseiros e maneiras desajeitadas, tentando transformá-la em outra pessoa antes que ela tivesse certeza de quem ela realmente era. Humilhada, acabou nutrindo ressentimentos, que levaram-na a desenvolver um jeito rebelde e desafiador, que a definiriam para sempre.

No começo, foi sua vida particular ? não seu talento como atriz ? que chamou a atenção da mídia e do público. Ela era famosa por atrair admiradores célebres, astros de cinema, líderes de bandas, milionários loucos.

De longe, sua mãe veria os filmes e as histórias nas colunas de fofocas e se perguntaria o que sua filhinha estava aprontando? Mas Ava sabia cuidar de si mesma (e um milionário tinha cicatrizes no rosto para provar isso).

Ela casou-se por amor, não importa que digam o contrário. E casou-se mais uma vez e, novamente, uma terceira vez depois desta. O primeiro marido era muito jovem, o segundo muito frio. O amor tornou-se um hábito terrível, algo impossível de resistir, mas também impossível de acertar. No final, ela encontraria o amor naquele que, ela sabia, era para sempre? mas ele tornou-se o mais impossível de todos.

Ela perseguiu o estrelato por vários anos, até que sua chance finalmente chegou. Foi em um daqueles filmes que começaram a ser produzidos no final da Segunda Guerra: histórias sombrias e espiritualmente devastadoras, para um público sofrido que não acreditava mais em "felizes para sempre", mas desejava apenas luxúria, tentação e tragédia. Vivendo um anjo sensual e perigoso na paisagem do sonho claro-escuro de um filme noir, ela finalmente tornou-se sucesso. Emoldurada em um vestido de cetim preto, ela pairava sobre a Broadway, em um cartaz notoriamente extravagante.

Ela se tornou imediatamente o principal símbolo sexual do cinema no pós-guerra. O público respondeu ao seu apelo, uma mistura insolente e provocante de "garota do suéter" e "mulher-aranha'': a acessibilidade totalmente americana de Lana Turner e o exotismo sombrio de Marlene Dietrich ou Hedy Lamarr.

Seu comportamento cínico e, às vezes, mais glamouroso do que era permitido, a transformou em par romântico perfeito para a nova geração de astros: Burt Lancaster, Robert Mitchum, James Mason, Gregory Peck (em seus primeiros anos mal-humorados), aquela série de homens sisudos, mas moralmente ambíguos do cinema do pós-guerra. Ela interpretou mulheres fatais de filmes "noir", vamps da cidade grande e até deu vida a uma estátua da deusa Vênus. Mas ela nunca foi a garota comum da porta ao lado.

O público também percebia sua personalidade na vida privada, uma que não parecia tão diferente de sua imagem na tela: a "playgirl" que vivia apenas para a diversão, a frequentadora assídua de boates, a sedutora que deixava homens poderosos de joelhos.

Sua popularidade explodiu. Sua atuação tornou-se mais segura, carismática e versátil. Os produtores não aproveitaram o momento e ? céticos de seu talento, ou temerosos de sua independência ? ofereceram-lhe papéis inexpressivos. Mas eventualmente surgiriam papéis interessantes e oportunidades incomuns, aos quais ela imprimiria sua marca única, seu estilo incomum, sua personalidade e história de vida. Seus maiores filmes são difíceis de imaginar sem ela.

Ela não tinha orgulho de sua carreira, considerava seu trabalho como atriz uma provação embaraçosa. Psiquiatras lutaram com seus problemas de autoestima. Os amigos diziam que ela era "do contra", alguém em quem você podia confiar para fazer qualquer coisa que lhe pedissem para não fazer.

Ela odiava o fardo do estrelato, a intromissão da imprensa, os códigos de conduta moral hipócritas do estúdio, mas ao mesmo tempo deleitava-se com seus privilégios de celebridade e buscava um romance escandaloso com um homem casado. O caso a demonizou como destruidora de lares, mas cimentou seu status de símbolo sexual, tornando-a mais famosa e popular do que antes.

Ela subiria ainda mais alto que a constelação de astros do cinema, chegando a uma atmosfera ainda mais rarefeita, posando para a capa de todas as revistas, em todos os lugares, tornando-se uma das poucas divindades da cultura pop que fizeram o mundo inteiro querer seguir cada um de seus passos.

O romance ilícito tornou-se legítimo, mas, mesmo durante o casamento, a dupla continuou representando um escândalo. Eles se relacionavam como se o amor fosse uma batalha até a morte. Quando a obsessão, o ciúme e a destruição se tornaram demais, ela fugiu, despediu-se do marido e da industria cinematográfica que desprezava, tomou um voo, deixou a América para novos horizontes e nunca olhou para trás. Ela estava procurando por algo diferente em seu novo ambiente, por fora e por dentro, mas não havia garantias de que o encontraria.

Na Europa e em aventuras ao redor do mundo, ela se tornou a brilhante expatriada, sua vida simbolizou um conto de glamour, sexo e loucas paixões. Existir era uma contradição diária, pois ela ansiava por privacidade e respeito, mas vivia nas manchetes, vivendo casos de amor dignos de primeira página, bebedeiras, espetáculos públicos e situações de violência. Ela se tornou primeiro o protótipo e depois a caricatura da decadência do jet-set, inventora de "La dolce vita'', rainha da noite, fugindo constantemente dos paparazzi. O prazer tomou o lugar do amor, e o amor tornou-se algo a ser temido ou, na melhor das hipóteses, apreciado à distância e nas lembranças do que foi ou poderia ter sido.

Ao longo do caminho, ela se transformou em uma boa atriz. Não que ela aceitasse isso. Elogios sobre seu talento ainda a deixavam desconfortável e tímida. "Você deve estar pensando em alguma outra dama'', dizia ela, às pessoas, quando elogiavam seu trabalho. Ela "atuava apenas pela grana", dizia, apenas para financiar sua obsessão extravagante por diversão ? e para esquecer.

"No fundo", ela dizia, "sou muito superficial".

O relógio marcou a meia-noite no conto de fadas, e o rosto que outrora impressionara o mundo começou a desaparecer, perdido na idade e nos inúmeros excessos. Ela fugiu novamente, outro novo começo. Finalmente uma vida tranquila, um retorno ao bom senso. Havia paz nisso, mas também arrependimento, hora de olhar para trás e pensar nas escolhas feitas e nas coisas que deram errado.

As deusas da tela, se vivessem o suficiente, se tornavam Dorian Grays ao contrário, saindo da vista do público, escondidas dos olhares, em seus claustros, fosse em Paris, em Los Angeles, Nova York ou Londres, devastadas pelo tempo, enquanto seus rostos de celulóide permaneciam para os fãs, para o mundo, sempre o mesmo, nunca envelhecendo.

Tarde na noite, ela assistia, reclusa, a seus filmes na televisão; via suas personagens como álbuns de recortes em movimento, memórias animadas de lugares incríveis e pessoas extraordinárias, marcos de suas experiências, algumas que foram quase esquecidas. Ela olhava para sua imagem de quarenta, quase cinquenta, anos atrás e se perguntava ? não sem modéstia, mas com incerteza e com um sentimento de admiração ? se alguém poderia ter sido tão jovem e tão bonita?

A vida, de vez em quando, comporta-se como se tivesse visto muitos filmes ruins, disse Bogart, naquele funeral na chuva.

Ela era quem ela era, disse o reverendo Bradshaw.

A câmera abrindo o ângulo da cena... guitarra espanhola na trilha sonora, lenta dissolução.
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Rivaldo 27/11/2022minha estante
Rivaldo.Azevedo 27/11/2022minha estante
Luiza, de onde você tirou isto das crianças sacrificadas no Cangaço? Eu sou Nordestino e nunca ouví nada sobre isto? Que eles fizeram coisas terríveis, isto sim, mas tambem muita gente e inclusive "A Propria Policia" se aproveitou e muito, saqueando lugares em nome do Cangaço!




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