Amanda.Riselli 04/01/2023
Sobre Uma Nevasca, Cookies e Duas Almas Solitárias
#4ªDeContos
Essa gracinha de conto traz a história de duas almas solitárias, como o título mesmo já diz: Marygold, uma bruxa de cabelos rosas, nascida a partir de uma flor e tendo ficado nos seus primeiros anos de vida sob os cuidados de Floquinho - sua coruja de estimação, que lhe ensinou os segredos da Floresta. E Shaoran, um jovem bicho-papão que assombra os sonhos principalmente dos mais medrosos, mas que não se orgulha nem um pouco disso. E a partir do momento em que os caminhos desses dois seres mágicos se cruzam, eles percebem que mesmo com suas diferenças, há um desejo comum de acabar com o vazio em seus corações e somente a companhia um do outro poderá realizá-lo.
Na pacata cidade de Alora, tendo como cenário principal, a charmosa e aconchegante cafeteria Os Doces da Bruxa, é impossível não se apaixonar por esse universo encantador construído pela autora Anamaria Melo. A trama é tão envolvente, que a gente é capaz de sentir até os aromas de cramberry, chocolate quente com marshmallows e cookies que acabaram de sair do forno. Há um mapa do local na primeira página e receitinhas deliciosas ao longo delas para deixar tudo ainda mais mágico!
Porém, o que mais me tocou foi a relação (quase) maternal que nasceu e floresceu com a convivência entre a Mary e o Shao que, aliás são tão cativantes que eu desejei entrar no conto só para abraçá-los! Shao era aquilo que Mary precisava havia anos, uma companhia para sua solidão, um confidente para momentos de felicidade e tristeza e principalmente alguém que necessitava do carinho, proteção e amor que ela podia dar. E Shao desejando ser um garotinho normal, ir à escola, ter amigos e uma família, encontrou na companhia de Mary, esse sentimento quentinho que ele tanto buscava. Eu torci bastante para que o garotinho de pele pálida e cabelos da cor de corvos permanecesse ao lado da bruxinha confeiteira, mesmo quando a nevasca resolvesse ir embora.
O desfecho é, sem dúvida, emocionante e inesquecível, provando que a vida se encarrega de unir almas que possuem a mesma necessidade.