Ludmilla Silva 25/07/2023"You fight to save so many homes for so many beings, yet you have none of your own."Felizmente o livro acabou me surpreendendo positivamente, gostei mais do que achei que gostaria. Todavia, vale a pena ressaltar que esses livros da segunda fase estão longe de serem tão cativantes e eletrizantes quanto os livros da primeira fase. E Convergence, o primeiro livro adulto dessa fase, apesar de bom, não conseguiu me conquistar tanto quanto o Path of Deceit, o primeiro livro YA dessa fase.
A maior ameaça dessa fase pelo que eu entendo até agora é o Path of the Open Hand diretamente ligado a Mãe e aos futuros e ameaçadores Levelers. Path of Deceit me surpreendeu por trazer uma história diretamente ligada a esse núcleo. Aqui em Convergence, esse grupo e essa personagem são citados, mas não fazem parte diretamente da história, o que está tudo bem também, pois ela planta sementes para histórias que serão desenvolvidas futuramente.
Logo, o foco do livro não é o Path of the Open Hand em si e sim uma guerra e inimizade milenar entre planetas. Eu achei essa escolha de narrativa muito rica, ao conseguir nos transportar para lugares antes esquecidos e negligenciados pela República e pelos Jedis. Aqui temos dois planetas que se odeiam, mas que precisam se unir e trabalhar juntos para construírem uma paz duradora a longo termo. Eu amo esse conceito e amei os protagonistas, principalmente a Xiri A'lbaran e o Phan-tu Zenn que são apresentados, para mim, em um contexto shakespeariano.
Uma coisa muito marcante que venho percebendo nessa primeira fase, mas que ainda não decidi se é algo que amo ou odeio, é o apagamento dos Jedi. Na primeira fase os Jedi são extremamente cativantes, há dezenas deles e praticamente todos recebem um aprofundamento e desenvolvimento de sua história pessoal, assim há personagens para você amar e odiar. No entanto, aqui eu estou percebendo que os jedis estão sendo deixados muito de lado (intencionalmente ou não?). Eu praticamente não lembro o nome deles, eles não têm uma história pessoal forte e quando tem é tão desinteressante que se torna irrelevante diante de outros fatos da narrativa.
Os personagens não-jedi e os personagens secundários acabam tendo bem mais. Aqui a Gella Nattai é uma cavaleira Jedi interessante, mas ela não consegue me conquistar tanto quanto o Axel Greylark, por exemplo, e quando quero saber mais sobre a personagem é porque ela está ali envolvida na dinâmica de outros personagens. Esse desvio de atenção dos jedis, por si próprio, não seria um problema se fosse algo isolado. Há anos vemos a crítica aos Jedis e a República, o mais recente foi a visão da Ashoka, na última temporada de The Clone Wars. Porém, aqui isso me incomoda um pouco, pois a Alta República é a era de ouro dos Jedi, eles conseguiram demonstrar isso muito bem na primeira fase, mas aqui eu não sinto isso, por vezes eles parecem personagens esquecíveis.
De modo geral, estou achando os personagens muito fracos e às histórias dos livros muito desconexas entre si e entre a fase um. Eu sei que há muitos detalhes que ligam todas essas histórias, mas não estou sentindo serem tão claras e amarradas assim. Para finalizar sendo justa e não parecer que odiei o livro, eu digo ser um livro bom, a premissa é interessante, os personagens não-jedis são ótimos e os romances e a química entre os personagens são de outro nível. É um bom ponto de partida para quem quer começar a ler Star Wars.
É um ótimo livro, que na minha visão, acaba sendo prejudicado por estar inserido nesse contexto de The High Republic que cria vários e vários livros e HQs. Então instintivamente se torna meio difícil não comparar e não esperar nada dele. Preciso ler as outras obras dessa segunda fase para saber se minha opinião será consolidada ou transformada, mas até agora elas não estão se saindo tão bem quanto eu esperava.