marieamuro 25/05/2023
Você sabe que venceu Lukas.
Aí já começo dizendo que essa resenha vai ser totalmente parcial pq eu perdi meu Kindle lendo essa história e me deu TRAUMA.
Cara não dá pra dizer o autor não escreve bem, ele é fenomenal ao descrever emoções, conflitos e mostrou um lado super novo e complexo das representatividades -e falta delas. Livros Queer escritos por alguém da comunidade são experiência muito reflexiva. PORÉM KKKKKK
Aqui ele pesou a mão demais. Jeremy, que é o garoto trans, é completamente insuportável e o autor deixou diversas vezes explícito que era proposital, pois existem diversas formas de se expressar, se proteger e lidar com a transição. Toda a empatia por esse querido nesse momento, e eu não consegui não está de acordo com as atitudes que ele toma aqui, mas cara? Empatia sim, carinho nenhum. É compreensível, mas ele é egocêntrico, egoísta, mesquinho, não via a hora de passar logo os capítulos, pois além de não querer saber de nada dos monólogos dele -o que meu deus, é terrível né- a balança perto do Lukas é quase sacanagem.
Lukas perdeu o irmão, que ele odiava, os pais o ignoram e também o segregam, ele não tem amigos, a namorada terminou com ele, descobre que ela na verdade sempre foi elE (o Jeremy aliás), isso gera ele a questionar sua sexualidade, pressão de faculdade, pressão pela responsabilidade que ele deposita para aceitação de terceiros. E ainda é autista, que não tem problema nenhum, além do fato que não ter uma rotina, não conseguir finalizar objetivos, gera um pico de estresse do tamanho de um caraleo. Tipo gente, esse menino se ferra o tempo todo, não tem um segundo de paz e ele ainda tem que correr para segurar as pontas do ex que -🤬 #$%!& sabemos que está num momento super sensível mas ainda assim- é um grande babaca.
E fora toda essa representatividade -temos ume alune agenero tbm, sol é a pessoa mais racional dentro do livro- não sobra nada. Não tem construção de relacionamento aqui, só sabemos que existe um laço pois os dois são ex um do outro. Mas não existe um momento de conexão emocional, só de desânimo, de coisas já ditas. Poxa, tem que ser dito de novo, entre eles, a gente não viveu o passado, eu preciso ver aqui agora a conversa sobre ser ou não gay, sobre sentimentos e sensações. Mas fica tudo preso dentro deles, na própria narrativa e não é desenvolvido.
É bem escrito, mas como romance, é medíocre. Um livro de 400 páginas e não tem um momento feliz do CASAL, quase que nunca, nos últimos 8% do livro só, e é só uma aceitação tipo "ainda gosto de você, me aceite e vamos parar de brigar". Quando desde do início, só o chato do Jeremy que não soube ouvir ou pensar um pouco no namorado de aaaaanooosssss para saber que o querido tinha um motivo pra estar nessa disputa e não só pra se sentir mais macho.