Flâneuse

Flâneuse Lauren Elkin




Resenhas - Flâneuse


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Brenda 04/02/2023

Pega o Guanabara e vem
Gostei muito do livro, apesar se ser algo diferente do que esperava. Pensei ser um livro de ensaios, voltado a pesquisa de trajetórias de artistas mulheres, sua relação com as cidades e discussão sobre questões de gênero. Apesar do primeiro e último capítulo se propor a isso, o livro é quase todo autobiográfico, relatos de viagens da autora, intercalados com breves fatos biográficos de artistas ou obras que se relacionam com a sua própria história. Achei bem interessante, gosto desse tipo de leitura, capaz de me transportar para outras cidades e épocas. Me incomodou o capítulo que retrata Tóquio, e pela outra resenha que vi desse livro, parece que não sou a única akkakaka então é bom lembrar que a visão eurocêntrica desse livro pesa a mão da pena em muitos momentos.

Ah, importante pontuar: esquema de pirâmide detectado! Esse livro vai te dar uma lista de outros livros que vão te fazer encher o carrinho de compras da Amazon. ??
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Michelly 14/11/2022

Colagens biográficas e autobiográficos
Preciso justificar toda e qualquer forma de consideração quanto a obras que começo amando, e termino detestando.

Antes de tudo, o que me chama a atenção nesse livro é esta proposta: o relato, histórico, de mulheres (artistas), que circularam nos grandes centros urbanos. E fizeram do espaço urbano o objeto de sua obra. O que a autora faz é trazer a cena essas figuras, nesses grandes centros, em momentos de grandes destaques para a história mundial. De exemplo, cito a vida de George Sand, em meio aos conflitos travados durante a revolução francesa, ou Virgínia Woolf ao compor Mrs Dalloway, ao circular, ela mesma, pelas ruas de Londres.

Justifico, que adentrar estas figuras que a autora chama de "flaunese" tem chamado a minha atenção, de certa forma, não tanto pelo viés de identidade que a coisa se configura, mas muito mais pela relação entre sujeito e a cidade. Não serei injusta de afirmar que a proposta não foi feita, mas me pareceu abandonada. E, isto sim, foi decepcionante.

Reforço que da decepção, a coisa degringolou a tal ponto que passei a achar o livro meio bobinho.

E, novamente me justifico, uma vez que os dois primeiros capítulos são de uma profundidade interessante, mas a qualidade vem numa queda triste. Imagino que a forma como a autora tem se posicionado, dando pitacos, vez ou outra, de ordem autobiográfica de sua relação com a cidade, só me faz crer no quão difícil é abarcar o horizonte do que temos a frente. Afinal, o que move o nosso espírito quando estamos diante do estranho? O que move o espírito de grandes artistas, quando transferem para seus respectivos objetos, um sentido de realidade que aparentemente se firmava intransponível? Isto moveu um movimento, afinal. Surgiu a figura do demoníaco, do grotesco. Surgiu um estilo!

Na sua passagem por Tóquio, além de chamar a cidade de feia, crítica absolutamente TUDO. Mas, incrível, tenta corrigir isso e manter uma imparcialidade fingida ou desajustada, quando adere a ideia de "manter a mente aberta". Ela consegue, só para citar de exemplo, fazer considerações tão triviais, que se torna importante a aparição da MARCA de um caderno, assim como considerações sobre a mala "de rodinhas" que não é feita para circular em alguns espaços urbanos. E, eu juro, a coisa não para por aí. Reclama até mesmo dos turistas, sendo que ela também é. Nunca entendo o paradoxo do turista que reclama do turista.

Tudo soa pra mim como a clássica posição de classe: "Eu isso, eu aquilo, eu faço isso quando viajo, lá estava eu viajando, porque eu quero, porque eu sou, porque eu faço, porque eu odeio". A impressão que me deixa é que a posição de "flaneuse" que a autora tenta tomar pra si, é, de "subversiva" (exemplo: ?Em Veneza, não queremos ser obedientes demais"), mas o relato me deu a impressão de ser só consumista mesmo, daquele perfil "caçador de novidade".

Enfim, esta leitura me deixou de mau humor, mas não só. E nem vou usar do infortúnio pra justificar que o problema foi meu, porque nem expectativa criei. De qualquer forma, por fazer parte do time que defende a tese de que a crítica parte somente do que conhecemos, concluí a leitura e concluo reforçando que o único posicionamento histórico que ela traz, são as grandes artistas que compõe a história da arte. No fim deveria ter só ficado nisso. O livro teria reduzido umas 150 páginas, mas seria o suficiente pra causar conforto e admiração.

Até curto uma boa leitura de relatos de viagem, mas o ego inflamado nem sempre contribui para a construção desse tipo de narrativa.

E o final foi atropelado.
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mimperatriz 30/08/2023

Flâneuse
Terminei a leitura no começo de julho e vira e mexe penso nas histórias das mulheres incríveis que conheci ou relembrei lendo Flâneuse.

Laura Elkin ressalta a figura da flâneuse - e só por isso já merece ser lida. Logo no início ela comenta: ?Os retratos que apresento aqui atestam que a flâneuse não é simplesmente um flâneur feminino, mas a figura de direito próprio, a ser considerada em si e a servir de inspiração. Ela viaja e vai aonde não deveria ir; nos força a encarar as várias formas com que palavras vomo ?lar? e ?pertença? são usadas contra as mulheres. (?)
A flâneuse existe, sim, existe sempre que nos desviamos dos caminhos que nos foram estabelecidos e vamos em busca de nossos próprios territórios.?

Lauren Elkin mistura a sua própria experiência com a de mulheres incríveis da nossa história. Ela divide os textos (capítulos) de acordo com as cidades que viveu - Paris, Tóquio, Londres, Nova York e outras grandes cidades - e em cada um dos textos ela faz essa mistura das suas histórias com as de Jean Rhys, Virginia Woolf, George Sand (Amandine Dupin), Sophie Calle, Agnès Varda e mais.

Claro que alguns textos são mais interessantes que outros, que uns são mais corridos e rasos e outros mais densos, que nos identificamos mais com algumas das mulheres incríveis do que com outras, e que em alguns momentos temos a impressão de que estamos lendo histórias apenas do lado mais privilegiado (vamos dizer assim) da sociedade, mas a ideia do livro é muito boa e o resultado, no geral, é realmente surpreendente!!
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Cláudia 19/02/2024

Que livro chato de ler!!!!
Que perda de tempo...
A autora enrola, enrola e não me diz nada.
Mostra que conhece um monte de literatura inglesa, mas para por aí.
Sobre o olhar feminino pelas cidades passa longe. Vez ou outra tem uma sacada boa, mas para por aí e volta a girar em círculos novamente.
Não me diz nada, é só uma aula de literatura americana e inglesa. Um resumão de livros e autoras que ela admira. Só isso!!!
Que desperdício de tempo e dinheiro!
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Julia.Martins 23/04/2024

Livro maravilhoso
Esse livro é maravilhoso. Ainda estou processando tudo o que ele oferece, porque acabo de terminar a leitura, mas já posso dizer que ele vale muito a pena. É um livro ensaístico que mistura as memórias da autora com a história de outras mulheres que flanam, que caminham, que vagam pelas cidades. O livro traz muitas referências de literatura, cinema e fotografia produzidos por mulheres. Gostei particularmente da história de vida da Martha Gellhorn, correspondente de guerra, ex-esposa do Hemingway e a vontade dela de flanar, de explorar e de viver além daquilo que esperavam de uma mulher. Leitura riquíssima. Recomendo demais.
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Sarah 25/04/2024

(escrevi uma resenha bem empenhada aqui nesse site horroroso ontem e não ficou salva [emoji do palhaço])

Esse foi um livro de leitura morosa, comecei a ler ano passado na verdade, um pouco antes de ir à França pela primeira vez, sentia que estava no momento de lê-lo. Mas não foi bem assim, depois da viagem, muita coisa aconteceu, ler não pôde ser minha prioridade por um tempo... Retomei a leitura assim que pude e não me decepcionei ao terminar.

Flâneuse é um desses livros que ajudam a expandir um pouco o nosso mundo e gostei de como a autora relatou suas memórias e ainda nos falou de outras obras, outras artistas, até mesmo (com menos foco, claro), de outros autores homens. Para mim o texto desse livro é um ensaio sobre como as mulheres se relacionam as grandes cidades e ainda consigo mesmas nesses ambientes que sabemos ser territórios tão masculinos.

O que me incomodou no livro foi a falta de um olho menos voltado ao norte do globo, Elkin chega a falar de como viver em uma metrópole a ajudou a conhecer pessoas de todo o mundo, inclusive brasileiras, mas quando fala das artistas foca nas europeias e estadunidenses, até mesmo quando fala de Tóquio.

Eu, que saí de onde nasci e vivo há quase dez anos na maior cidade do país, sei que vou revisitar este livro, como um guia de viagem, como um aconchego de me deparar com a experiência de migrante se estende também a outras mulheres.
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