Notívagas

Notívagas Juliana Cunha




Resenhas - Notívagas


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Ciaran 10/07/2022

"Notívagas" é o livro de estreia de Juliana Cunha, e, tal como diz Irka Barrios na apresentação do livro: "Juliana tem garras e as escancara em [...] seu livro de estreia".

Não é um livro para pessoas com estômago fraco, devo advertir. O gore é bem presente em vários contos. Logo no primeiro, "A Devoradora" (meu preferido), Juliana já chega mostrando a que veio. E diferente de outros livros em que o primeiro conto acabou me decepcionando e me fazendo perder as expectativas sobre os outros, a escolha de começar com "A Devoradora" foi sensacional, ao meu ver, pois particularmente me deixou com ainda mais expectativas que antes (e acabei devorando as páginas rapidamente).

Recomendo, em especial, os meus contos preferidos no livro, sendo eles: "A devoradora", "A joia", "O desejo da cobra" (que me lembrou muito um conto de fada, e bem por isso está entre os que mais gostei), "A Dança Macabra" e "Notívaga".

Claro que, no entanto, a gente nem sempre acaba gostando de tudo. Achei alguns contos um pouco "fracos", mas no balanço geral, acabei gostando da maioria, que foram bem "fortes" e que me fizeram sentir medo, repulsa, raiva... tudo o que espero sentir quando pego um livro do gênero.

No quesito da qualidade da impressão do livro, diagramação, etc, não tenho o que reclamar. Teve sim alguns errinhos de ortografia, mas foram tão mínimos que não me incomodaram.

Foi uma leitura marcante e que valeu à pena, para mim. E a oportunidade que tive de assistir ao workshop da autora sobre a representação das bruxas na história da arte europeia, só acrescentou à minha experiência de leitura, pois consegui identificar muitas das inspirações de Juliana em seus 14 contos.

Já estou no aguardo do próximo livro da autora.
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Biel 10/09/2023

Forte e Inebriante!!
Amei a escrita da autora, de como ela nos situa em todos os contos, nos fazendo ficar interessados a continuar essa leitura maravilhosa!
Gostei de todos os contos, não teve um ruim! Claro que teve os mais "fraquinhos", mas nenhum deixa de ser brabo!
Um ótimo livro de estreia, ansioso para os próximos da autora!!

Aqui meus contos favoritos:

01. A dança macabra
02. Górgona
03. Pérolas sob pálpebras
04. Notivagas
05. Pedaço de carne
06. O desejo da cobra
07. O nome secreto de Rá
08. O nascimento da bruxa
09. A joia
10. A carta do diabo
11. O velório da dignidade
12. O presente de casamento
13. A noite em meus olhos
14. A devoradora
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Ariadne 21/12/2022

Notívagas é o livro de estreia da autora Juliana Cunha composto de catorze contos que discutem o papel da mulher na sociedade ao mesclar temas do cotidiano feminino aos mais diversos tipos de horrores.

O que me impressionou muito nessa leitura é que a autora não teve medo de sujar as suas mãos!! O gore se faz presente em vários momentos, e por causa disso, não foram poucas as passagens que me causaram repulsa (e raiva, muita raiva!!). Mas, na igual medida em que me horrorizava, eu não conseguia fechar o livro sem saber o desfecho da história que estava lendo no momento.

Já que por aqui é difícil falar de cada um desses contos, resolvi recomendar alguns que me marcaram demais:

🐍 “O desejo da cobra", uma releitura sombria dos contos de fadas, e aqui eu tenho certeza de que a autora deve ter escrito esse conto rindo imaginando o susto dos “românticos” ao ler a transformação corporal ao final da história!!

💃 “A dança macabra”, cuja atmosfera sombria e cheia de mistérios me fez ficar curiosa na mesma medida que a protagonista acerca do suspense em torno do cadáver da tia 👀

🐍 “Górgona”, que assim como outros contos presentes no livro, aborda a mitologia (meu ponto fraco doutor!), o ocultismo e o que as pessoas são capazes de fazer diante do medo da morte.

A escrita da Juliana, aliás, me impressionou bastante! Nem parece ser o seu primeiro livro 😱 Sabe aqueles autores que a gente bate o olho e já sabe que o texto é dele? Acontece o mesmo com esse livro. A maneira como ela escreve é bem característica, o que torna a experiência de leitura algo único, como se estivéssemos conversando com ela cara a cara.

Eu curti bastante esse livro, e mal posso esperar pelos futuros textos da Juliana!!

site: https://www.instagram.com/p/CmcOkhCv5Iz/
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Luana.Chuq 13/10/2023

Terminei esse aqui da @__julianacunha e tô apaixonada. Queria sentar com ela e comentar cada história. 10/10. Amo que O Desejo da Cobra parece uma mitologia antiga e O Nome Secreto de Rá me deu uma familiaridade gritante. Amei tudo.
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Thainá - @osonharliterario 26/10/2022

Os terrores sobrenaturais por trás de ser mulher
“Notívagas” é uma coletânea que reúne 14 contos de terror, beirando o grotesco, a loucura, o desespero, o estranho e o sobrenatural.

Com uma escrita potente e única, a autora passa por diversos temas que envolvem uma gravidez absurda; o pecado contrapondo-se a religião; morte e sexualidade; céu e inferno; crenças e cultos; obscuridade, vingança e revolução.

Iniciando por A Devoradora, um conto de body horror, que mostra a transformação da personagem ao constatar que está grávida mesmo ainda sendo virgem, a autora deixa claro qual é a intenção de seu primeiro livro. E digo que Juliana Cunha acertou em cheio abrindo a coletânea com esse conto, pois nele já há sua escrita forte, sem rodeios, e sua forma explícita de descrever o terror da violação de nossos corpos.

Temos nessa coletânea de contos um terror corporal, visual e que causa arrepios. Temos o grotesco, o repugnante, o nojento. Mas também temos o poder exalando de cada mulher, o controle – e descontrole – de seu destino e a libertação como uma forma de salvação. Temos o cruel, o cru, mas também o belo, e o resultado de todas essas mesclas é um lindo e bizarro livro de terror.

Em uma edição bonita, caprichada e cheia de detalhes, a obra surpreende com sua coragem de escancarar os maiores terrores, sobrenaturais ou não, vividos por mulheres.

TW: bulimia, violência e abuso sexual e psicológico, assassinato e bullying.

Juliana Cunha tem uma escrita única, peculiar e característica, o que contribuiu para que eu adorasse ainda mais suas histórias. “Notívagas” se fez para mim como um vício. Há um horror visceral, encrustado na carne, perfeito para quem gosta de sair da zona de conforto e clama por histórias diferentes.

O livro pode até parecer curto, com uma leitura rápida, mas o impacto que ele causa em nossas mentes é profundo e prolongado.

Não o recomendo para pessoas fáceis de serem impressionadas, ou seja, para aqueles fáceis de se corromper e fáceis de se incomodar. Mas para os leitores mais experientes e aptos a novas experiências deixo aqui o meu apelo para que leia imediatamente essa obra.

Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.

site: https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2022/10/26/resenha-notivagas-juliana-cunha/
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Bruna Lima 18/04/2023

A autora escreve de uma maneira que facilmente somos transportados para a história, de forma que ficamos instigados a querer saber o que vai acontecer, assim, vale falar também o quanto a escrita é fluida.

Nesse livro encontramos uma seleção de contos de horror, protagonizados por mulheres, alguns são bem gráficos e gore, e podem ser incômodos para alguns leitores, mas vale demais conhecer, pois, no final da história você fica chocado de tão bom!!

Os que mais gostei e achei melhores foram A devoradora, O desejo da cobra, O nome secreto de Rá, O velório da dignidade, A dança Macabra e Górgona, que possuem alguns temas interessantes, inclusive algumas referências bem legais, também são histórias que mergulham em assuntos que exploram as profundezas da mente e sentimentos humanos.

Vale a pena conhecer o trabalho da autora!
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Ismael.Chaves 16/10/2023

Excelente estreia! Sem dúvidas, Juliana Cunha é um dos nomes do "novo horror" nacional
O primeiro trabalho de um artista - seja na literatura, cinema ou música - é sempre o mais importante, pois é sua apresentação para o mundo, uma oportunidade para mostrar o seu potencial e fisgar a atenção do público , sedento por mais.

E, com "Notívagas", Juliana Cunha já chega chutando a porta. O livro apresenta 14 contos de horror protagonizado por mulheres, em meio a cenários noturnos, delírios, pesadelos, violências e manifestações sobrenaturais movidas pela escuridão.

Como aponta a escritora Irka Barrios na apresentação do livro: "Juliana rasga. Seus golpes são pancadas, arranhões. Juliana tem garras e as escancara".

Nenhuma outra descrição seria mais apropriada para o conto de abertura "A devorada". Nele, conhecemos Daniela, uma jovem virgem que lida com uma gravidez improvável e brutal. Sem dúvida, um dos contos mais perturbadores da coletânea, já deixando o leitor avisado que irá encontrar pela frente uma trilha de absurdos, bizarrice, sangue, pus e sêmen. E muito horror corporal.

"A jóia" remete aos contos clássicos de Edgar Allan Poe, ao recriar na ourives Beatriz um fascínio macabro por "objetos" humanos.

Em "O nascimento da bruxa", Cecília foge de casa, após um caso de violência, e encontra uma revolução sexual e tecnológica. Uma história muito diferente do que você imagina, que flerta com a distopia e os filmes de David Cronenberg. Fãs de "Titane" irão amar esse conto.

"O desejo da cobra" é um dos contos mais sexy e perturbadores que eu já li na literatura de horror. Rita vai passar o verão no antigo vilarejo da avó, um lugar atormentado pelo desaparecimento de mulheres. Um conto que remete ao lado mais sombrio dos contos de fadas, com uma das cenas de horror corporal que, ao lado de "A devoradora", é uma das mais grotescas e bem escritas que eu já li. Poucos autores sabem escrever sobre sexo e violência, e Juliana certamente está nesse seleto time.

Como crítica de arte e assistente de curadoria em um museu, Juliana possui um background que lhe permite inserir elementos da mitologia egípcia e grega, como amuletos, divindades e danças, em histórias que vão de encontro aos desejos e medos mais primitivos do ser humano.
Em "O nome secreto de Rá" e "Górgona", a autora utiliza de antigos conhecimentos proibidos para criar misteriosas seitas ocultistas e rituais sinistros. Curiosamente, apesar de cenários e contextos diferentes, ambos os contos abordam o medo da morte e a busca pela vida eterna. O contato com segredos místicos e deuses antigos desencadeia cenas de puro horror e fatalismo, remetendo ao paradoxo que o clássico "Frankenstein" de Mary Shelley, ironicamente, apontou: a busca pela vida eterna nada mais é do que a própria morte e destruição.

Aliás, essa abordagem do pecado, da heresia, de culpa, atravessa todo o livro, desde o conto de abertura "A devoradora" até o desfecho com "Notívagas", literalmente, uma descida dantesca ao inferno.
Isso porque Juliana usa essas histórias e suas protagonistas para discutir o papel da mulher na sociedade. O horror que vem dos abusos familiares, do bullying escolar, da culpa cristã e da violência doméstica ecoa e se faz ouvir através da escrita da autora, como porta-voz de um grito coletivo. Aqui, as mulheres são muito mais do que apenas vítimas, heroínas ou vilãs. Elas são criadoras e criaturas, mas mais do que isso: um reflexo do medo e o monstro que a sociedade pariu ao longo dos séculos. Para aqueles que ainda acham, por diferentes motivos, que mulheres são mais frágeis e por isso subjugadas, lembrem-se: o monstro é criação do ser humano. O monstro mostra. O monstro nunca morre, e ele sempre volta mais forte.

Para finalizar, reproduzi a frase de Larissa Prado, uma das maiores autoras do terror e Insólito nacional, sobre a estreia literária de Juliana Cunha: "Um clarão que iluminará muitas autoras da nova safra do horror nacional".
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