A história perdida do liberalismo

A história perdida do liberalismo Helena Rosenblatt




Resenhas - A história perdida do liberalismo


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Cicero26 19/10/2023

Uma palavra sem definição
Chega-se ao fim do livro sem saber de fato o que seria "liberalismo", mas com uma idéia panorâmica de como o termo foi mudando no decorrer dos séculos.
Ao longo da narrativa, a história ocidental é recontada sob o prisma dos que se diziam liberais e como se definiam. A autora dá uma ênfase exagerada à França, ao meu ver, já que por lá houve muita teoria e pouca prática, e as práticas concretizadas foram catastróficas ou, pelo menos, mal-sucedidas. Desde a Revolução Francesa, - que muitos esquecem que aconteceu treze anos após a bem-sucedida Revolução Americana - com Napoleão, Napoleão III, Comuna de Paris, Pétain e por aí vai...
Há o mérito de recuperar a grande figura de Benjamim Constant, mas o apoio da autora às idéias anticatólicas da época, que na França chegaram a extremos, assim como sua antipatia ao laissez faire, me pareceram exagerados.
Mas de forma geral ela se atém aos fatos e mostra honestidade intelectual por exemplo ao citar o britânico Alexander MacDonald, um dos primeiros membros da classe trabalhadora eleitos para o Parlamento, que diz: ?o partido conservador fez mais pelas classes trabalhadoras em 5 anos do que os liberais em 50?.
É curioso como políticos com os direcionamentos mais díspares entre si se nomeavam liberais. Há uma citação de Spencer bastante reveladora: "No passado, o liberalismo se opôs à autoridade ilimitada dos monarcas; no presente, o liberalismo deveria se opor ao poder ilimitado dos parlamentares." (Nós, brazucas, lidamos com o poder ilimitado do Judiciário e convivemos com uma casta de políticos repletos de privilégios de fazer inveja à nobreza do "Ancien Régime" francês do séc. XVIII.)
Os americanos que se dizem "liberals" hoje em dia, do partido democrata, além de ao poder do monarca, se opõem também ao poder do mercado e dos grandes capitalistas, e aí a definição de liberalismo se multiplica. No final fica a velha questão de até onde a interferêncio do estado promove o bem-estar geral ou avança sobre direitos individuais.
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