Meus dias com os Kopp

Meus dias com os Kopp Xita Rubert




Resenhas - Meus dias com os Kopp


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aIfeu 22/04/2023

As esculturas são efêmeras
"Meus dias com os Kopp" é um livro curto, com um enredo simples, poucos personagens e ambientações, além disso, ele é ambíguo, cheio de não ditos, é incômodo e chega a ser divertido (?), mas não tanto.
Em poucas páginas, enquanto a narradora rememora momentos que teve, ao lado de seu pai, com os Kopp, ela também procura trazer um mundo de significados e reflexões importantes sobre o fim da infância e a entrada no mundo dos adultos, desigualdade social, privilégio e poder, saúde mental e sobre as relações humanas, mas faltou densidade na discussão desses assuntos e acredito que isso tenha sido proposital.
Dito isso, gostei muito da escrita da Xita Rubert e espero ainda ler mais coisas dela, aliás, a tradução feita pela Elisa Menezes está excelente.
João Vitor 22/04/2023minha estante
adorei a resenha


aIfeu 22/04/2023minha estante
Obrigado!


Lucy 10/06/2023minha estante
Acabei de ler e suuuuper concordo com a resenha! Em alguns momentos parecia que a autora iria mergulhar em uma questão maior ou em algumas situação mais extrema, mas o livro então acaba :}


Aline Bento 26/01/2024minha estante
Estou chegando no capítulo IV e passei a gostar do rumo da leitura, não estava gostando muito até então mas agora gostei




Andreia Santana 27/03/2024

'Ninguém nasce mulher', mas tornar-se uma pode ser um processo doloroso
Meus dias com os Kopp tem algumas coincidências com A retornada (resenhado em outra postagem). Primeiro, é o livro de estreia da autora espanhola Xita Rupert, assim como A retornada é a estreia da italiana Donatella Di Pietrantonio. Mas, as semelhanças não param por aí: o livro de Xita também é sobre amadurecimento e relações familiares complexas, tem uma adolescente como protagonista, é narrado em primeira pessoa por essa personagem principal e traz aquele assombro de quem está crescendo, diante dos paradoxos do mundo adulto.

A diferença é que a adolescente de Meus dias com os Kopp, Virgínia, tem 17 anos e não 13 como a garota não nomeada de A retornada. E, embora esteja viajando com o pai, é mais madura e responsável do que ele. De certa forma, é ela quem cuida desse pai, um acadêmico bipolar e pouco acostumado a resolver as coisas da vida prática. Um homem que tem dificuldade de se impor mesmo que as atitudes de seus amigos causem constrangimento e dor na própria filha.

A dupla encontra o casal Kopp, os amigos em questão do pai de Virgínia, na Espanha. Ricos e acadêmicos de prestígio, eles viajam junto com o filho Bertrand para que o Sr. Kopp receba uma homenagem do governo espanhol. O pai de Virgínia, por sua vez, é convidado para prestigiar o momento de glória do amigo, saindo da cidade pequena onde vive com a filha para a capital.

Além de refletir sobre a entrada de uma garota na vida adulta, com todos os dilemas que amadurecer traz, e focar na relação delicada entre um pai emocionalmente dependente e uma filha negligenciada em suas necessidades mais básicas de amparo e orientação, o livro também faz refletir sobre os choques de cultura provocados pelo encontro de Virgínia com esse casal britânico peculiar.

Os Kopp são, em certa medida, pessoas que vivem de aparências e que mantém uma relação ambígua com o próprio filho, um jovem apresentado como um genial 'artista performático' e que o leitor leva um tempo para descobrir se é também uma vítima de negligências com consequências trágicas ou só alguém egocêntrico e mal-educado.

Bertrand está fascinado por Virgínia e a garota, inicialmente hesitante, acaba também desenvolvendo um apego pelo rapaz, como se reconhecesse nele uma alma tão à deriva quanto a sua. Os Kopp e suas particularidades e excentricidades hipnotizam Virgínia, principalmente a Sra Kopp, que parece ser quem assume as rédeas para manter marido e filho minimamente sob controle. Ou ao menos ela tenta arduamente.

Virgínia deseja uma figura materna forte e acredita que a Sra Kopp possa ocupar esse lugar, mas a mulher mais velha a hostiliza a partir do momento em que o seu marido repara que a garota 'já é quase uma mulher'. Ao mesmo tempo, esses adultos que julgam Virgínia com tanta velocidade, por sua roupas e suas atitudes típicas de alguém de 17 anos, mal deixam que a garota abra a boca. Falam sobre ela como se não estivesse presente, da mesma forma que fazem com Bertrand, um homem de mais de 30 anos. Virgínia é requisitada ou invisibilizada de acordo com a conveniência dos adultos.

De certa forma, a temporada curta na companhia dos Kopp é um choque de realidade em Virgínia, que percebe ali o fim dos dias despreocupados da infância. A garota entende que precisará superar as próprias fragilidades para navegar no mundo sendo sua própria bússola, porque seus pais, principalmente o pai, são incapazes de apontar um caminho. Com seu melancólico romance de formação, Xita Rupert reinventa a célebre frase de Simone de Beauvoir. Nesse caso, para Virgínia e para tantas jovens como ela, tornar-se uma mulher, muitas vezes, é uma construção solitária e dolorosa.

Ficha Técnica:
Meus dias com os Kopp
Autora: Xita Rubert
Tradutora: Elisa Menezes
Editora: DBA Literatura
128 páginas
R$ 43,92 (livro físico, Amazon) ou acessível pelo plano Leer+ do Skeelo (assinatura de R$ 19,90/mês)

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*Livro lido para o desafio #50livrosate50anos, brincadeira que criei para comemorar meu aniversário. Em abril de 2024 eu faço 50 anos. A ideia é ler 50 livros até lá e, se possível, resenhar ou fazer algum breve comentário aqui no Skoob e no Instagram, sobre cada um deles. Meus dias com os Kopp é o livro 30 do desafio. No total, até agora, 35 foram lidos, tem 15 na fila de leitura e cinco dos lidos aguardam postagem.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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mimperatriz 16/03/2023

Meus dias com os Kopp
Meus dias com os Kopp é o romance de estreia da espanhola Xita Rubert.

É um livro incômodo pelos assuntos abordados que transbordam questões como privilégios, poder e desigualdades sociais.

Virginia é a narradora da história e conta os momentos que teve, ao lado de seu pai, com os Kopp ? um casal e seu filho, Bertrand. A trama é básica, com poucos cenários (praticamente o hotel que estão hospedados), poucas personagens, e na minha percepção, com pouco enredo. Talvez o mais intrigante no livro seja o desabrochar de Virginia que está de saída da adolescência e entrada na vida adulta.

A escrita é interessante, clara e gostosa de ler, mas a história não me atraiu e a leitura foi, de modo geral, desinteressante.

A história traz sim elementos importantes, demonstra uma certa tensão entre as diferenças existentes entre a Virginia, seu pai e os Kopp, mas ao mesmo tempo é rasa e com isso não fica tão enfatizado os sentimentos da narradora, tampouco as atitudes e excentricidades dos Kopp. A impressão que tive durante a leitura é que a história é simplesmente contada, sem nenhum ápice ou fato importante que devêssemos prestar mais atenção ou entender os motivos da sua narrativa.

Espero ainda ler mais coisas de Xita Rubert, pois sua escrita é simples e muito agradável!
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Yasmin O. 13/01/2024

Acredito muito naquela frase que diz que duas pessoas nunca leem o mesmo livro. Dito isto, esse é daqueles livros que o que realmente está acontecendo não é apenas o que está sendo narrado, uma atmosfera que vai se revelando aos poucos, melancólico, com uma leveza e frivolidade apenas aparentes, sensível, absolutamente bem escrito por uma autora tão jovem. Me emociona muito quando me deparo com essas narrativas não óbvias e encantadoras, arte em seu puro estado, me fazem relembrar a razão de amar os livros e literatura.

Dentre as inúmeras questões abordadas no livro em suas inacreditáveis 126 páginas, temas muito pessoais para mim, a despedida e o luto, perpassaram e sobressaíram-se durante toda a minha leitura, subentendidos, nessa relação pai e filha que, apesar de imperfeita (qual não é?), é tocante. Foi impossível pra mim não lembrar do filme Aftersun nesses dias com o Kopp, inesquecíveis por representarem um fechamento de uma fase da vida da narradora, e isso em vários sentidos, pessoal, familiar, social...um livro maravilhoso, que realmente me deixou em estado de encantamento!

"Entre tantas criaturas com corpos e rostos piedosos, e casacos e sapatos de animal sem escrúpulos, eu sempre procurei um único ser, ainda que tivesse nomes diferentes e, desta vez, como por acaso, se chamasse Bertrand Kopp." Meus dias com o Kopp - Xita Rubert
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Juliana Ascoli 21/01/2024

Ouvi opiniões muito positivas e muito negativas sobre esse livro. É muito bem escrito - pesquisando sobre a autora vê se que é muito culta - especialmente considerando que é seu romance de estreia, porém pode desagradar pelos poucos acontecimentos, digamos assim.
Há bastante reflexões da narradora/ personagem- uma moça de 17 anos - bem como suas observações sobre os adultos a sua volta e a forma como eles lidam com questões complexas.
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Biblioteca Álvaro Guerra 08/02/2024

A complexidade do fim da adolescência e a entrada no confuso e ambivalente mundo adulto é o tema de Meus dias com os Kopp, obra de estreia da espanhola Xita Rubert, que conquistou a crítica por sua abordagem nada óbvia deste universo, desviando de estereótipos de romance de formação.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786558260530
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Sol Belchior 16/03/2024

Esperava mais pelo tema abordado. Poderia ter sido melhor...
"O que nos mede como seres - porque nos diferencia de raposas, coelhos, pombos - é até que ponto aliviamos o sofrimento, como o enfrentamos, se vamos à guerra pelos outros - por Bertrand - esquecendo o escudo que nos protege e de fato nos separa daqueles que dizemos amar. Amar não é amar o outro: é sê-lo."
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