Oniros

Oniros Marcela Fassy




Resenhas - Oniros


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@retratodaleitora 11/06/2023

Profundo e reflexivo || @retratodaleitora
"Há quem insinue que os ruídos de minha casa me impedem de dormir; nada mais distante da verdade. Se por ventura consigo fechar os olhos e adormecer por algumas horas durante a noite, devo isso ao estalar da madeira, à algazarra do vento sobre o forro, ao ranger das dobradiças, a esses sons que me acalentam desde a infância na casa onde cresci com vovó. Nossa casa sempre esteve cheia de fantasmas, quase todos muito gentis."⁣
(Trecho do conto "Mais uma noite")


Ler os contos presentes em Oniros, de @marcelafassy, foi como mergulhar em um universo particularmente absurdo e recheado de histórias incrivelmente complexas e belamente escritas.

São 15 contos, um mais interessante que o outro. E foi impossível largar esse livro! Não consegui parar de ler. A escrita da Marcela Fassy é de uma beleza ímpar.

Os contos são inteligentes, imprevisíveis e altamente aflitivos. Vamos ler muito sobre sonhos, sobre a angústia do viver, desejos, sobre as marcas que a vida deixa na gente.

Eu devorei esse livro e fiquei querendo mais. Adoro narrativas curtas e essas não deixaram a desejar. Para ser sincera, me peguei diversas vezes relembrando de trechos do livro. Que potência! Estou maravilhada.

Leiam Oniros! Conheçam essas histórias de tirar o sono.
Leiam literatura brasileira!
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Marianne Freire 16/04/2023

Oniros: a prosa fantástica do inconsciente

Marcela Fassy aposta no universo onírico da literatura, em ?Oniros? que vem do grego e significa sonhos, Marcela traz para a vida verbal e sensível da linguagem, da palavra e da literatura os sonhos e o inconsciente como material de seus contos.

Se para Lacan o inconsciente escapa à simbolização e sua existência é intermediada pela Linguagem, Oniros vem como uma narrativa que mostra o ?insconsciente acordado?, o mesmo inconsciente da psicanálise.

Bernardo Lins Brandão compara os contos fantásticos de Marcela à ?katábasis de um herói épico?, onde a juventude, os encontros não-marcados, a consciência concentrada em se reintegrar com um estado puro de oásis mental, os ?medos viscerais?, a fragilidade de acordar de um pesadelo no meio da noite e beber um copo d?água..e, destaca, ao mesmo tempo, sua escrita dos contos fantásticos serem comparados a Edgar Allan Poe (pelas doses de terror).

Oniros é uma obra entre medo e fantasia para se ler sob à luz de uma lâmpada, luminária ou luz que clareie a organização dos sentidos, pois é um mergulho onírico profuso e desconhecido entre a lucidez e estado de dormência.

A coletânia de sonhos e pesadelos constróem seu próprio tempo-espaço na prosa de Marcela, onde os Filhos de Nix (a noite) e irmãos de Hipno e Tânato (o sono e a morte) fazem o incosciente do leitor despertar para sonhar, dormir para despertar e anoitecer com os mais misteriosos significados dos ?Oniros? da mente de cada um.

Oniros nos leva a sessão de psicanálise para decifrar no divã: ?o que meu insconsciente está querendo me dizer??
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