Resenhas - A Saga do Demolidor - Volume 8

Cauzitoz 07/12/2022

Meh.
Achei bem rushada essa edição, o início até que é bom, mostrando o inferno pessoal de cada um, mas a morte da ativista foi totalmente sem peso, completamente do nada, sem nenhum propósito, e aquela introdução do Surfista foi um negócio completamente jogado, como ele sendo um deus ex-machina, que só apareceu lá porque sim, além da volta do Demolidor à NYC também não ser bem-trabalhada, ele só sai e é isso. A história com o capitão é um team-up legal que trabalha um tema muito bom, mas achei que a execução foi muito uma lição de moral do He-Man.

Esse volume foi bem fraquinho, não tenho tantas expectativas pro último, sinceramente, foi beeem capenga.

Murillo Bertolini 01/05/2023

Apesar de faltar desenvolvimento entre as histórias, o conteúdo é de qualidade
Esse volume foi um pouco difícil de avaliar pois tem alguns pontos bem positivos e outros negativos.

O primeiro arco de histórias traz Demolidor e seus companheiros no Inferno, com cada um passando por sua provação particular, engembrada por Mefisto. Nessas três primeiras histórias temos muitas discussões filosóficas acerca de cada um dos personagens. Matt enfrenta o ciclo vicioso que é sua vida: violência atrás de violência, sempre batendo e combatendo o mal, sem fim. A nº 9 (erroneamente citada como nº13 no prefácio) vai para o mundo de "anjos perfeitos" e tem que lidar com esse estigma que a assombra desde que foi libertada. Já os outros personagens não entendi muito bem o conflito, mas ainda sim foi interessante acompanhar. Os questionamentos, as adversidades e escala de acontecimentos é interessante. Ann Nocenti faz Mefisto ter sua noção de Inferno se baseando na sociedade humana com tirania, soberania, classes, enquanto o homem, naquela época principalmente, vinha se levantando contra regimes autoritários no mundo todo e logo, não seria facilmente subjulgado nessa ideia de Inferno. Tema de interesse político e social encarnado de maneira meio inesperada, mas ainda sim interessante, principalmente no confronto de ideias de Coração Negro e seu pai.

Já a história seguinte traz uma união de Matt com o Capitão América em torno e um imigrante sonhador que se vê repreendido pelo próprio governo americano, que o faz duvidar da validade dos lemas de "sonho americano" e "América como lar da liberdade". O dilme se estende para o capitão, que carrega a bandeira no corpo e se mostra indignado com a postura do próprio país. Boa história.

Por fim, temos Matt (finalmente) retornando a Nova York após meses desaparecido. No entanto, aparentemente os últimos meses, em especial a ida ao inferno, não fizeram bem ao personagem, que se vê perdido mentalmente e aos poucos não se reconhece mais como Demolidor e nem mais como Matt, trazendo situações e conflitos interessantes na cidade.

Em geral as histórias são boas, mas todas apresentam o mesmo problema principal: são muito corridas e com pouco desenvolvimento entre si. Durante a ida ao Inferno, Brandy morre do nada, sem peso algum pra trama. Logo após o final da história, Demolidor se despede de maneira totalmente abrupta dos companheiros com quem estava até então para atender um grito na cidade vizinha, do nada, sem peso algum para uma dinâmica que estava sendo construída em várias edições. Por fim, Matt volta a NY e DO NADA começa a se sentir confuso, perder a memória e se esquecer de quem é.

Parece que a autora não tava com paciência ou não teve saco para desenvolver os eventos de forma lógica e só foi tacando as ideias no papel e dando desculpas para que a história pudesse funcionar. De todo modo, relevando o aspecto da continuidade entre as histórias, elas em si trazem bons conteúdos e aumentam um pouco o nível antes do encadernado final de Ann Nocenti à frente do Demônio da Cozinha do Inferno