Mariana Dal Chico 12/04/2023“Nós nos espalhamos” de Iain Reid chegou em casa de surpresa, uma cortesia da @editorarocco e ao ler a sinopse, fiquei muito interessada pois a protagonista é uma senhora, artista plástica que por causa de um acidente, precisa mudar-se para uma casa de repouso.
Esse foi meu primeiro contato com o autor, achei sua narrativa bastante envolvente, os capítulos são curtos, o que acaba por ajudar a dar mais dinamismo e acelerar o ritmo de leitura, que se encaixou perfeitamente com a proposta do enredo.
O livro é dividido em três parte a a cada página que passa, é perceptível o aumento da fragmentação dos pensamentos da protagonista, bem como sua real confusão mental e a perda da percepção da passagem do tempo.
O tema central do livro é o envelhecimento. Para mim, o título e a floresta cumprem bem a metáfora para como a sociedade trata todos os idosos da mesma forma, como se eles fossem uma coisa só, obrigados a agir da mesma forma como se não tivessem mais o direito de ter identidade própria. Olhando para a floresta à distância, às vezes nos esquecemos que ela é formada por muitas árvores diferentes uma das outras.
Outra questão abordada que me fez refletir bastante, e um tema que gosto muito, é sobre a finitude e eternidade. Se nossas vidas não tivessem fim, nós a acharíamos tão valiosa?
O final é aberto e ambíguo, minha primeira impressão foi: “Wow! Espera. O que aconteceu aqui? O autor não confirmar/refutar minha teoria?” Voltei para reler os últimos capítulos e os primeiros, percebi que não faz diferença entre uma teoria e outra, o mais doloroso/impactante é a forma como o envelhecimento foi retratado causando um medo real durante a leitura.
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