Farejador de águas

Farejador de águas Maria José Silveira




Resenhas - Farejador de águas


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Joel.Martins 11/07/2023

Um livro que conta a história de uma família em meio ao processo de modernização/destruição do cerrado e da nação brasileira.
Que livro importante!
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Helder 25/07/2023

Viagem pelo Cerrado
E Dona Maria José fez de novo!
Mais uma vez temos aqui uma importante aula de Brasil envolvida em um belo romance.
Confesso que desta vez o livro demorou um pouco para me cativar, mas de repente me vi dentro da família de Zé Minino e Maria Branca, e não queria mais sair de lá.
Zé Minino era um órfão nascido no Cerrado e criado por uma idosa indígena, quando ouviu falar sobre a Coluna Prestes que viajava o Brasil em busca de cativar mais pessoas em prol de um Brasil melhor. Concordando com a proposta do grupo, ele resolve segui-los e logo se destaca no grupo com seus talentos em encontrar agua e também emboscadas.
É ali também que ele conhece Anja, ou Maria Branca, uma menina cuja mãe foi assassinada pelo patrão ao tentar fugir com a Coluna, que a recebeu e onde ela cresceu e aprendeu coisas como cozinhar, fazer partos e trabalhar com ervas.
Porém a Coluna Prestes nunca foi um movimento bem aceito em diversas localidades e após alguns problemas, Zé Minino e Maria Branca são obrigados a deixar o grupo. Após uma rápida passagem pelas terras de Santa Zica, retornam para a terra de Ze Minino e é ali que para mim realmente começa este livro.
Assim como em seu livro de maior sucesso (A Mãe da Mãe), Maria José Silveira quis aqui fazer um apanhado de diversas historias importantes que se passaram no Cerrado durante o século XX e que na maioria não são tão conhecidas como a Coluna Prestes. Histórias como a de Santa Zica, que criou uma comunidade no Cerrado muito parecida com a ideia de Canudos e a Revolta de Trombas e Formoso, onde colonos se revoltaram com grileiros que vieram lhes tomar suas terras quando as mesmas começaram a valorizar devido ao inicio da construção da Rodovia Transbrasiliana.
A ideia é boa e valida, já que para mim foi muito interessante chegar ao Google e ver que coisas que pareciam ficção, na verdade foram eventos reais, porém na minha opinião desta vez, até este ponto do romance, a mistura de ficção com realidade não ficou tão orgânica como em outras obras da autora.
Porém ao retornar para sua terra, Zé Minino e Maria Branca formam uma família com diversos filhos e, a partir dai, acompanhar a história destes “ramos” da família participando da história do Brasil e do Mundo torna-se delicioso.
A história abarca diversos eventos mundiais do século XX.
Temos o início da construção de estradas na região centro oeste, a construção de Brasília, a criação de comunidades católicas messiânicas vistas com maus olhos pelo governo da ditadura que tem medo de novas Canudos, lideranças sendo silenciadas pela ditadura, a mulher tentando não depender do marido, os primeiros divórcios, a descoberta e busca pela manutenção de pinturas rupestres no Cerrado, os latifundiários do Cerrado desmatando o bioma natural para plantar soja e o impacto que tudo isso traz para nosso país e nosso planeta, o sonho de viver nos EUA e até os cartéis de drogas colombianos.
E tudo isso em poucas páginas, que nos envolvem com aquela família e faz com que queiramos abraça-los para que a maldade da vida não os atinja nunca.
Mas Maria José nunca esquece da realidade, e faz questão de nos mostrar o quanto ela pode ser bruta e triste, infelizmente.
Um outro ponto importantíssimo deste livro que preciso frisar é a aula de biologia sobre o Cerrado que a autora nos traz, desta vez de forma bem orgânica e num discurso extremamente necessário.
Como a autora mesma frisa em muitas entrevistas, fala-se muito do desmatamento da Amazônia onde as florestas são visíveis, pois crescem para cima, porém o desmatamento do Cerrado com suas arvores aparentemente mirradas com a intenção de se plantar soja de maneira mais automatizada possível está diretamente ligado as nascentes de água que alimentam os aquíferos subterrâneos que distribuem agua pelo país, e que portanto pode trazer graves consequências para nosso país e para o mundo, mas que vão sendo desprezadas devido a interesses econômicos.
Sendo assim, tenho que dizer que Farejador de Águas é um livro necessário.
Embarque nesta viagem!
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Fernanda2219 23/08/2023

Um ótimo livro, que nos ensina muito, sempre devemos ter esperança e acreditar, pois com muita ousadia, fé e força de vontade venceremos todos os obstáculos.
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Luciana 02/02/2024

Através da vida de Zé Minino vamos passando por vários acontecimentos importantes que ocorreram no nosso país, achei um tanto desnecessário a romantização da Coluna Prestes, mesmo sendo o olhar do personagem. De qualquer forma diante de lutas e progresso, assistimos também a falta de respeito e cuidado com a natureza e suas consequências.
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