Saori 11/07/2023
O livro conta a história de Pedro, um menino doce e amoroso mas que sentia muito medo e vergonha da sua orientação sexual. Sua mãe e sua irmã gêmea o tratavam com muito carinho e respeito, porém seu pai era abusivo e violento.
Durante a infância Pedro conseguiu esconder do pai sua orientação, mas na adolescência, ao levar o filho a um bordel da cidade ficou ciente da verdade.
Com muito ódio e receio de ter sua reputação manchada por causa do filho, após ser espancado Pedro foi enviado sem que ninguém soubesse à Instituição Psiquiátrica do Hospital Colônia de Barbacena, onde desencarnou após anos de encarceramento.
Pessoas "fora dos padrões da sociedade" eram enviadas para essa Instituição. De forma cruel e desumana, os pacientes eram tratados com medicamentos sedativos e ansiolítos, torturados com sessões de choque e em alguns casos, lobotomia. Logo após sua criação, em 1903, não existiam camas e os pacientes eram obrigados a dormir sobre palhas infestadas de pulgas, urinas e dejetos. Muitos não resistiam ao frio, às doenças e alimentação inadequada. A situação piorou quando começaram a internar crianças.
Com a ajuda de seu amigo Ezequiel e de toda Equipe Espiritual que o assistia, Pedro não se entregou ao desespero nem se revoltou contra àquele que lhe enviou para o Colônia. Resiliente, buscava confortar os antigos pacientes e os novatos que chegavam semanalmente sobre a importância de nunca perder a fé em Deus e o amor ao próximo.
Na minha opinião esse é o melhor livro da autora. Com os relatos de Pedro conseguimos visualizar como era viver no Colônia, mas após assistir o documentário intitulado "Em nome da razão" facilmente entendemos sua comparação a um campo de concentração nazista que resultou na morte de aproximadamente 60 mil pessoas.