Mestre dos Djinns

Mestre dos Djinns Phenderson Djèlí Clark




Resenhas - Mestre dos Djinns


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Queria Estar Lendo 09/11/2023

Resenha: Mestre dos Djinns
Vencedor dos prêmios Nebula e Locus, Mestre dos Djinns (lançado pela Editora Suma, que cedeu este exemplar em cortesia) é uma fantasia steampunk com atmosfera investigativa de romances policiais perfeita para quem busca universos criativos e uma trama fascinante.

Estamos no Cairo, em 1912. Fatma trabalha para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. É uma das poucas mulheres a trabalhar lá, apesar dos avanços sufragistas que têm acontecido pelo Egito. Que, aliás, é uma grande potência mundial, deixando países europeus para trás na corrida por destaque internacional e político.

Tudo isso devido à revolução mágica que aconteceu quarenta anos atrás, quando djinns e outras criaturas sobrenaturais vieram ao mundo, guiadas por um profeta conhecido como al-Jahiz. Ele desapareceu sem deixar vestígios, mas a magia permaneceu e se tornou parte do comum.

Quando um assassinato misterioso acontece na Irmandade Hermética de Al-Jahiz, Fatma é designada para investigar. A investigação a leva a um impostor que alega ser al-Jahiz, e é na companhia de sua assistente e de sua namorada que Fatma se determina a desmascarar esse impostor.

Mestre dos Djinns é um livro completo para quem gosta de investigação, fantasia e construção de universo. Do começo ao fim, P. Djéli Clark tece uma história fascinante sobre cultura, mitologia, fantasia e realidade.

O jeito com que o autor mistura o fantástico ao real é impressionante. Você não percebe o momento em que passa a acreditar, mas, de repente, Cairo é sim o cenário de uma revolução mágica que envolve criaturas saídas dos mitos antigos.

Não apenas o Egito, mas todo o mundo está vivendo essa revolução iniciada ali. Alguns países, como a Alemanha e a França, abraçaram as mudanças, trazendo a fantasia à sua vantagem. Outros seguem discriminantes e determinados a eliminar qualquer traço de magia da sua realidade.

Mestre dos Djinns faz paralelos muito interessantes com questões políticas e religiosas que encontramos hoje em dia. Discriminação, racismo, xenofobia, misoginia, tudo aparece na história de maneira crítica e afiada. Personagens que se sentem melhores que os outros por uma crença, ou pela cor de pele, ou pela maneira com que se portam em sociedade.

A parte fantástica é um espelho da realidade. E é feita de maneira primorosa, com excelentes representações de opressão e oprimidos.

As personagens femininas são de encher os olhos, complexas em cada traço de personalidade, entregando carisma e interações fortes que movem a história, a investigação e os relacionamentos.

Fatma é uma excelente protagonista. Determinada, teimosa, curiosa. Apesar de não precisar mais se provar digna, tendo uma reputação como investigadora, ela ainda o faz só por estar ali como mulher.

Sua relação com Hadia, a nova assistente, é interessante. Hadia é um sopro de ar fresco e de confronto para a solidão da Fatma no Ministério.

E Siti, a namorada de Fatma, é incrível. Tem camadas nessa personagem que precisam ser descobertas e entendidas pelos leitores, mas ela é muito importante tanto para a questão do mistério quanto para o arco de desenvolvimento da própria Fatma. E ela mesma traz apontamentos interessantes sobre intolerância religiosa e racismo.

A fantasia, como eu disse, vive no decorrer da trama. Tudo nela é essencial para entender o mundo e os infinitos detalhes dele. Torna a história muito mais crível, porque foi tão bem pensada e se encaixa tão bem que não tem como não ficar fascinada por tudo ali.

Mestre dos Djinns é de uma riqueza de detalhes e criatividade que é difícil colocar em palavras. É o tipo de livro que você precisa ler e viver, porque tudo nele é importante. Dos detalhes arquitetônicos espalhados pela cidade aos mistérios estranhos envolvendo o impostor (ou será que não é impostor?) aos relacionamentos entre as personagens.

Ele não é um livro agitado, mas entrega boas cenas de ação e reviravoltas que pegam o leitor de surpresa. Apesar da principal não ter me chocado tanto, outras que apareceram no decorrer da história principal me deixaram de queixo caído.

Se eu tenho uma crítica ao livro é que o final pareceu um pouquinho corrido demais. Não a situação em si, mas como ela foi resolvida. Para a grandiosidade do momento, eu senti falta de espaço - mas não de urgência.

A tradução é de Solaine Chioro e ficou excelente. Os termos, as adaptações e a profundidade da narrativa do autor estão muito bem traduzidas. E a edição da Suma tá ótima também (feliz que trouxeram a capa original pra cá!).

Mestre dos Djinns é uma grandiosidade da fantasia e do mistério que merece espaço nas estantes de todo mundo que ama um pouco (ou muito) dos gêneros.

site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2023/11/resenha-mestre-dos-djinns-p-djeli-clark.html
Meus Anos Em Livros 25/03/2024minha estante
A sua edição veio com erros de português? A minha tinha muitos erros, principalmente de concordância e isso foi algo que eu não gostei na leitura, porque em demasia, acaba ficando chato... Também achei uma parte do livro um tanto quanto parada, lá pelos 25%-30%. Mas gostei bastante da história também. Confesso que li sua resenha e não entendi bem porque 4 estrelas. Foi por conta do final mesmo? Ou teve mais alguma coisa que a incomodou? Excelente resenha por sinal! Parabéns! :-)


Queria Estar Lendo 26/03/2024minha estante
Foi por causa do final, sim. Eu gostei do livro, mas o ritmo do fim descompensou e acabou tirando um pouco da minha imersão. Em relação aos erros, eu não notei durante a minha leitura.




Mirella | @readingmirella 31/08/2023

QUE EXPERIÊNCIA!!!! Eu já tinha lido uma novella do P. Djèlí Clark e tinha gostado muito, então estava muito ansiosa para ler esse livro e não sai decepcionada!! Uma ambientação perfeita com um mistério extremamente envolvente. Todo o universo é um absurdo de tão bem feito, principalmente pelo uso de criaturas que não são tão comuns nas histórias ocidentais. Foi um belíssimo livro, com personagens incríveis que vou levar no coração por um bom tempo.Obrigada ao NetGalley e a editora pelo envio da arc em troca de uma resenha honesta.
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Pedro P. R. 27/09/2023

Muito bom
Mestre dos Djinns é um dos mais novos lançamentos da Editora Suma, com 352 paginas recheadas com o talento de P. Djèlí Clark e vencedor dos premio Nebula e Locus.

O livro possui um texto fácil de ler, com alguns termos regionais que podem causar um pouco de estranhamento no inicio para quem não costuma ler obras que se passam na região do Egito. Tive um pouco de facilidade em acompanhar por já ter lido a Trilogia Daevabad da editora Morrobranco que possui um plano de fundo similar com a região e os próprios Djinns.

Outros livros que posso comparar ao Mestre dos Djinns são A Torre, publicado em 2016 pela editora Leya. Uma obra que assim como O mestre dos Djinns trabalha em volta de uma agente de um órgão do governo responsável em lidar com o sobrenatural. Citando um livro mais recente, temos O Último Sorriso na Cidade Partida da Editora Trama, mas onde um tem como enredo um mundo de magia que perdeu sua magia, o outro tem o mundo normal recebendo seres mágicos.

Em Mestre dos Djinns acompanhamos a agente Fátima tendo que lidar com o aparente retorno de Al-Jahiz, o homem que abriu o véu para o mundo dos Djinns e mudou a historia da humanidade para sempre. A historia se passa no Egito, no ano de 1912, a obra mistura a magia dos Djinns com um cenário que beira o steampunk.

Eu gostei muito da forma que os personagens foram apresentados e desenvolvidos. A escrita de Clark é muito boa e divertida. Recomendo a historia para quem gosta de livros de investigação com um pouco de aventura e magia.
Meus Anos Em Livros 25/03/2024minha estante
Gostei de você ter indicado outros títulos na sua resenha. Eu gosto bastante de livros que se passam no deserto e no Egito. Vou procurar esses que você mencionou! Da trilogia Daevabad falta só o último para eu concluir. Gostei bastante, parabéns! :-)




Valerya insta @leslivres_ 22/10/2023

"E havia os djinns. Criaturas insólitas!"
Egito. 1912. E somos apresentados a uma agente do Ministério da Magia.... Fatma.
Um livro sensacional gamhador dos prêmios Nebula e Locus que tendo lendas do mundo egípcio como pano de fundo e um assassinato, nos fala sobre amor, paz, escravidão e uma longa lista de preconceitos que nós, simples humanos, teimamos em não deixar morrê-los.
Sensacional
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Pati 15/09/2023

Mestre dos djinns
Mestre dos Djinns foi uma grata surpresa em forma de livro.
Primeiro contato que tive com o autor, que consegue uma mescla de estilos de forma natural e instigante. P. Djèlí Clark, já premiado, mistura steampunk, fantasia e mistério no Egito antigo, ao mesmo tempo em que conversa sobre colonialismo e empoderamento.
A agente Fatma, nossa protagonista que vive no Cairo de 1912, se vê às voltas de um grande mistério envolvendo djinns e criaturas brilhantemente construídas ao longo da narrativa. As criaturas e as demais personagens são tão bem descritas que com certeza nos deixa a todos sedentos para os próximos volumes.
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Meus Anos Em Livros 25/03/2024

Uma história surpreendente, mas com uma edição não muito boa...
Eu lembro que adquiri Mestre dos Djinns na última bienal do RJ e o motivo foi a paixão que eu tenho por histórias que se passam no deserto, no Egito e que contenham magia (sou fã de carteirinha da S. A. Chakraborty e de sua trilogia Daevabad e da Alwyn Hamilton com a trilogia da Rebelde do Deserto). O primeiro capítulo dessa história me surpreendeu bastante. Me fez imediatamente querer continuar a virar as páginas. Entretanto, depois disso, lá pelos 25%-30% a história ficou meio morninha, não acontecia muita coisa e isso foi um ponto que quase me fez desistir da leitura (por isso tirei meia estrela, porque depois de um começo tão bom, aquela esfriada pode fazer os leitores desistirem de acompanhar). Entretanto eu não desisti e não me arrependo, porque gostei bastante de acompanhar a Fatma, a Siti e a Hadia pelas ruas do Cairo enquanto tentavam solucionar o caso do assassinato. Uma coisa que gostei é que o P. Djéli Clark fez personagens femininas excelentes para esta trama. Muitas mulheres fortes que passam por diversos preconceitos mas estão ali, de cabeça erguida tentando viver as suas vidas e conquistar seu espaço naquele mundo. A escrita do autor também é bem gostosa de se acompanhar e isso foi um ponto que me fez optar por continuar a história. Agora, uma coisa que me deixou bastante triste foi a edição da Suma. Antes deste livro, li dois anteriores publicados pela mesma editora e se encontrei um erro de Português foi muito. Mas aqui em Mestre dos Djinns, a quantidade de erros de concordância era enorme. Sei que para alguns leitores pode não fazer diferença, mas erros em excesso acabam me deixando um pouquinho chateada. E por esse motivo eu tirei mais meia estrela do livro. Na verdade, eu tiraria uma estrela completa por conta desses erros, mas acho injusto que um livro tão envolvente fique com nota 3,5 por conta desse problema. Dessa forma, a nota final fica sendo 4 estrelas para ele e confesso que fiquei querendo ler mais coisas do P. Djéli Clark! :-)
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Gramatura Alta 12/10/2023

Https://gramaturaalta.com.br/2023/10/12/mestre-dos-djinns-uma-fantasia-steampunk-espetacular/
Acidade do Cairo mudou radicalmente quando o místico e inventor sudanês al-Jahiz abriu um buraco no Káf, o reino mágico de onde libertou os djinns – os gênios. Quer tenha sido por curiosidade, brincadeira ou maldade, não se sabe o que o fez trazer os djinns para o mundo humano: antes que pudesse esclarecer, al-Jahiz desapareceu, levando consigo seus equipamentos. Há quem diga que ele viajou por diferentes universos, espalhando caos pelo caminho, mas qualquer hipótese não passa de mera especulação.


A realidade que a agente Fatma conhece foi transformada pela magia e pelo sobrenatural. Quarenta anos depois do feito de al-Jahiz, os djinns e suas monumentais criações fizeram do Egito uma das maiores potências do planeta e, do Cairo, seu coração. Fatma está no auge da carreira e seu trabalho é reconhecido como um dos melhores do Ministério da Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. Portanto, é a agente mais preparada para investigar um crime atípico, cometido por um homem mascarado que afirma ser o próprio Al-Jahiz. Ele alega ter a capacidade de controlar os djinns e o poder de mudar a realidade mais uma vez.

Em sua jornada para desvendar os mistérios e garantir a segurança do Egito e do mundo, Fatma contará com a ajuda da nova parceira de Ministério, Hadia, jovem agente que tem grande admiração pela chefe, e Siti, uma núbia devota de Sekhmet que, mesmo envolvida em um relacionamento com Fatma, ainda parece esconder segredos.

MESTRE DOS DJINNS é uma fantasia steampunk que se passa no ano de 1912, onde magia, tecnologia e seres sobrenaturais dividem espaço entre os humanos. A narrativa combina elementos de detetive em uma trama que é ao mesmo tempo um quebra-cabeça de assassinatos que precisa ser resolvido e uma exploração de temas como identidade, colonialismo e relações políticas e sociais moldadas pela presença do sobrenatural, com uma abordagem progressiva em relação à diversidade e às críticas ao racismo e colonialismo.

O Cairo retratado em MESTRE DOS DJINNS é uma metrópole global onde várias culturas convergem. No entanto, ao contrário da história real, o Egito nunca foi colonizado, permitindo ao país e à cidade uma autonomia e um crescimento independentes. Essa decisão narrativa por si só é uma crítica ao colonialismo e seus efeitos prejudiciais. Além dessa abordagem, os personagens do livro são diversificados em termos de gênero, sexualidade, raça e origem cultural. A própria protagonista, Fatma, é uma mulher forte e independente, com um relacionamento com outra mulher, Siti, que desafia as normas de gênero de sua época.

Embora o Egito de Clark nunca tenha sido colonizado, as tensões e dinâmicas do colonialismo ainda são palpáveis. O livro examina as consequências do poder e influência estrangeira e como diferentes grupos lutam para manter ou redefinir sua identidade em face dessas pressões. O autor ainda oferece vozes a personagens que tradicionalmente seriam marginalizados ou silenciados. Seja através da agência de personagens femininas, da presença de minorias ou da interação entre humanos e seres sobrenaturais, o livro destaca a importância do diálogo e da compreensão entre diferentes grupos. A tudo isso em um gênero que é único, o steampunk.

Para quem tem pouca familiaridade, o steampunk é um subgênero da ficção científica e da fantasia que combina a estética da era vitoriana com o futurismo retrô. Ele é facilmente reconhecível por sua estética distintiva. Engrenagens, relógios, dirigíveis, óculos de aviador e vestimentas vitorianas são elementos comuns. As invenções tecnológicas no universo steampunk, embora avançadas, são geralmente alimentadas por vapor, em vez de eletricidade ou outros meios modernos. MESTRE DOS DJINNS usa uma variação do gênero ao enfatizar mais o aspecto fantástico, introduzindo magia e sobrenaturais, e aprofunda uma crítica intrínseca ao estilo steampunk sobre os malefícios do imperialismo, racismo e desigualdade social, usando o gênero como uma forma de comentário social.

MESTRE DOS DJINNS acompanha três personagens principais, todas bastante distintas e cativantes. Fatma el-Sha’arawi não faz sua estréia nesta obra. Ela é figura recorrente de outras histórias do autor, como A DEAD DJINN IN CAIRO e THE HAUNTING OF TRAM CAR 015, ambas sem publicação no Brasil. Isso pode causar uma estranheza no leitor ao iniciar a leitura, porque há conversas entre Fatma e Siri que remetem a aventuras passadas. Então fica a sensação de estar lendo a sequência de alguma outra obra. Entretanto é apenas uma sensação, não compromete em absolutamente nada o prazer ou a compreensão da leitura.

Fatma é uma investigadora habilidosa, astuta e tem um olhar atento para detalhes. Ela possui um senso de moda distinto que se torna sua marca durante a leitura. Ela frequentemente veste ternos ocidentais, que são tanto uma afirmação de estilo quanto um desafio às normas tradicionais de gênero de sua sociedade, um símbolo de sua independência e confiança. Ela é treinada para lidar com o sobrenatural, desde decifrar encantamentos antigos até lidar com seres míticos como os djinns. Sua limitação humana rende vários momentos de tensão, uma vez que ela confronta gênios com poderes capazes de realizar qualquer feito. Nos confrontos, diante de sua limitação física, Fatma usa da inteligência e astúcia para conseguir vencer seus oponentes, o que demonstra um domínio profundo do autor sobre a oratória e o convencimento. Fatma me conquistou e se tornou uma das personagens femininas mais memoráveis e carismáticas das fantasias que conheço. Ela não apenas desafia as convenções de sua sociedade fictícia, o que já é um feito que conquista, mas também é uma heroína para torcer e admirar.

A segunda personagem é Hadia, uma jovem agente que se junta ao Ministério da Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais como parceira de Fatma. Em contraste com a confiança de Fatma, Hadia é mais reservada e metódica. Ela é inteligente, observadora e, apesar de sua inexperiência relativa, mostra determinação, resiliência e um forte comprometimento com seu trabalho. A relação se inicia com o clichê do atrito da agente experiente que prefere trabalhar sozinha, sem ter uma novata atrapalhando. Mas, felizmente, esse conflito dura apenas alguns poucos parágrafos, que não formam nem uma página. À medida que a história avança, elas desenvolvem um respeito mútuo e uma amizade profunda. Hadia não é apenas a parceira de Fatma, ela tem seu próprio conjunto de experiências e antecedentes que a moldam como agente e como personagem. Ela traz uma perspectiva diferente sobre o Ministério, e sua perspectiva muitas vezes ajuda a lançar luz sobre aspectos da investigação, dividindo a narrativa com Fatma e não sendo apenas sua sombra.

E a terceira personagem é a mais intensa e misteriosa, Siri. Ela é a namorada de Fatma e desempenha um papel importante em toda a narrativa, quase sempre de maneira indireta e surpreendente. Isso porque ela tem ações que, inicialmente, parecem não ter explicações, como ela entrar em lugares de difícil acesso, aparecer sem ser notada, demonstrar habilidades físicas superiores e uma personalidade forte, até mesmo dominante. Há vários trechos onde Siri e Fatma compartilham momentos íntimos, românticos, que demonstram o quando as duas personagens estão interligadas emocionalmente e fisicamente. Siri também possui um espírito livre e uma abordagem mais despreocupada da vida, contrastando com a seriedade de Fatma em muitas situações, e desempenha um papel de apoio incondicional às ações de Fatma diante de suas investigações. Mas o papel mais significado da dinâmica entre as duas personagens, é a representação LGBTQ+ e a exploração de temas de amor, aceitação e a interseção entre o humano e o mágico, isso porque os segredos de Siri são revelados na metade do livro, e tudo é transportado para um novo nível de percepção.

O enredo de MESTRE DOS DJINNS entrelaça mistério e política, criando uma trama que é mais do que apenas uma investigação de assassinatos. A série de homicídios que Fatma, Hadia e Siri se propõem a resolver não é um caso isolado; o crime aumenta as tensões causadas por membros de uma seita religiosa que idolatra Al-Jahiz, o homem que transformou o mundo ao abrir os portais para o mágico, e são apenas a ponta do iceberg de um emaranhado de disputas por poder e controle. O autor utiliza este mistério como uma lente para examinar questões de identidade, colonialismo, e as implicações de um mundo onde o sobrenatural é comum. A investigação das mulheres torna-se, assim, não apenas um esforço para resolver um crime, mas também uma profunda exploração da intersecção entre poder, magia e identidade numa sociedade em rápida transformação entre os poderes.

MESTRE DOS DJINNS me surpreendeu e se tornou uma das minhas fantasias preferidas, a ponto de me fazer lamentar não poder ler as outras obras do autor e acompanhar mais aventuras de Fatma. O autor criou um universo steampunk alternativo, com Cairo como o lugar central, repleto de maravilhas e mistérios. Através de três personagens carismáticas e uma trama envolvente que combina intriga, magia e comentário social perspicaz, a obra tem todos os ingredientes para permanecer na memória dos leitores muito depois da última página ser virada. Pelo menos, para mim, com certeza ficará.

site: https://gramaturaalta.com.br/2023/10/12/mestre-dos-djinns-uma-fantasia-steampunk-espetacular/
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Byfeferreira 01/12/2023

Surpreendente!
Confesso que comecei a leitura com baixas expectativas devido a nota 'baixa' que o livro possui aqui no skoob, mas olha, depois de ler não entendo essa nota não, porque que fantasia boa!

No início até achei a narrativa um pouco lenta, mas a história já me interessou tanto desde o início que isso não chegou a me incomodar. O enredo é bem diferente de outras fantasias que já li, e eu amei ver uma fantasia no Egito, retratando uma cultura e mitologia que não são comumente trazidos para o foco de livros.

Realmente gostei do livro, achei a protagonista bem interessante e os personagens coadjuvantes agregam bastante.

Acredito que esse seja um livro solo, visto que ele finaliza já a história nele mesmo, e no geral até gostei da resolução do plot final, apesar de que queria ter visto algumas coisas mais explicadas com calma.
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Vivis 27/12/2023

Busquem a verdade...
?Dormir é para os mortos. Eu planejo viver bastante.?


Hoje a minha indicação de leitura é Mestre dos Djinns , uma adorável fantasia Steampunk, primeiro livro do autor americano P. Djeli Clark, que trouxe uma mistura empolgante da mitologia árabe com as fantásticas tecnologias Steampunk.


Não sabia nada sobre a trama, e dessa vez valeu muito a pena, por fui muito surpreendida, e foi ótimo. Eu já esperava que seria um livro bom, pois é um livro que tem tido destaques em premiações literárias que sempre me trazem histórias interessantes.

Logo de início, percebi que era uma fantasia Steampunk, que para quem já acompanha o blog tem tempos, sabe, eu tenho um crush! Este gênero de literatura, costuma ser marcado pelo uso de tecnologia a vapor, ou tecnologias muito mais avançadas, do que se poderia esperar pela temporalidade da história. E costuma ter a mescla de tecnologia e magia.

O que meus caros... eu amo, e tem tudo isso aqui! E muito mais afinal, se temos magia, e ela bebe da cultura árabe, temos Djinns, (Sim, ainda estou órfã de Daevabad).

?Quaerite veritatem...
Busquem a verdade.?

Mas vamos ao que interessa.

A história começa com uma reunião de seita /culto secreto... E esta reunião termina muito, muito mal para todos os presentes...

Direito a sangue jorrando pela tapeçaria e tudo o mais.

O que nos apresenta a nossa protagonista Fatma el-Sha?arawi, investigadora especial do Ministério Egípcio de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais, que é chamada a cena do crime para investigar se existem elementos mágicos ou sobrenaturais por trás do crime, afinal, ele é definitivamente impactante, e desde que o véu entre os planos foi aberto pelo sábio Al-jahiz, décadas atrás, o mundo humano, é espetacular, magico e extremamente perigoso!

?O coração de um tolo está sempre na ponta da língua.?

Sim, meus caros, este misterioso Al-jahiz, conseguiu um jeito de abrir fendas entre o mundo humano e outros, delas saíram uma gama imensa de seres sobrenaturais: Marids, Ifrites, Jann, entre outros seres da mitologia clássica árabe, então passaram a povoar Cairo e o Egito, alçando ela a uma potencia mundial, e esses são apenas os seres que estrelam este livro, sabemos que cada continente, tem seus próprios seres sobrenaturais, que com a fenda aberta, voltaram a viver neste mundo, saindo das lendas para a realidade.

E agora convivem lado a lado com os mortais, no Egito tem direitos garantidos e estão mesclados totalmente no dia a dia e governo, mas por causa desta mesma mescla de vida, existe o Ministério Egípcio de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais, que lida com tudo que não é humano e precisa ser lidado.

Iremos então acompanhar Fatma, em sua investigação, e somos aos poucos apresentados a cultura, a segredos e muito mais da história. Fatma, não estará sozinha, contará com a ajuda da misteriosa Sitti, uma jovem que ela conheceu em outra missão meses atrás e com quem tem um relacionamento interessante, e também conheceremos Hadia, uma jovem investigadora, que é designada para ser parceira de Fatma, parceria está que a pegou de surpresa.
Logo elas perceberão que encontrar o criminoso exótico, é apenas a ponta de uma trama mais complexa e perigosa.

Com uma trama inteligente, onde Fatma precisará lidar com uma busca pela verdade que teima em se esconder dela, (mesmo que esteja flutuando sempre por perto) e usará toda a sua inteligência, coragem e habilidades ninjas para sobreviver.

Gostei bastante, tanto de Fatma, como de Sitti e Hadia, são três mulheres fortes e totalmente diferente uma da outra, e isso tornou a trama muito divertida.

Temos então uma investigação, traições, Djinns em perigo, o mundo em perigo e muito mais na história, que apesar de se encerrar neste livro, existe fortes ganchos para termos mais livros com esse trio investigativo.

Indicação de leitura para todos que gostam de tramas de fantasia, magia, djinns, uma investigação correndo contra o tempo para evitar uma destruição em massa, e sim, um leve toque de romance e ousadia feminista.

Eu adorei!

Espero que tenham gostado da indicação e até a próxima.

Resenha publicada também no Blog Eu pratico Livroterapia
Clarissa Rachid 29/12/2023minha estante
Não consegui me empolgar muito com o início dele e acabei passando alguns na frente, mas pretendo voltar pra ele.




Leandro | @obibliofilo_ 28/09/2023

MOTIVOS PARA LER MESTRE DOS DJINNS
Trouxe alguns motivos que poderão lhe convencer a ler o livro Mestre dos Djinns, de P. Djélí Clark:

REPRESENTATIVIDADE FEMININA

A história apresenta personagens femininas muito interessantes e que roubam a cena. Fatma, a protagonista, é uma exemplo de força, coragem e determinação, além do fato de que não é branca. Hadia e Siti são outras personagens que muito provavelmente irão encantar mais leitores/as.

CRÍTICAS PERTINENTES

O autor P. Djélí Clark não mede esforços para fazer críticas muito pertinentes. Aqui, nessa história, é possível se deparar com críticas ao colonialismo, ao sexismo, ao racismo, entre outros. Tudo muito bem pontual e coerente, adequando-se à estrutura da narrativa.

MUITA MAGIA

Por se aprofundar na cultura egípcia e focar bastante no Cairo, capital do Egito, é possível encontrar muita cor, pluralidade e magia em cada capítulo. E falando em magia, ela é o que move toda a história e exerce total influência nos eventos que acontecem, de modo geral. O misticismo é outro ponto muito marcante também.

MISTÉRIO E AÇÃO

Por se tratar de uma fantasia que também pode ser compreendida no subgênero steampunk, o enredo em si apresenta muitos desdobramentos, sobretudo para desvendar o mistério que surge bem no início. E, devido a isso, conflitos acontecem e momentos de ação são garantidos, tornando a leitura mais ágil e até empolgante.

Ah, e vale ressaltar que há romance LGBTQIAP+! Duas personagens se relacionam e entregam um ótimo romance sáfico.

E aí, consegui lhe convencer a fazer a leitura de Mestre dos Djinns?
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Silas Jr 05/10/2023

Altos e baixos
Os dois primeiros atos desse livro me fisgou apenas pq fatma é maravilhosa e incrível! Se fosse depender dos pontos narrativas, seria pouco fisgado. Muita coisa me incomodou e acredito que o autor deu uma virada de chave no terceiro ato, finalizando com maestria.
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Mialle @mialleverso 08/11/2023

ACONTECEU alguma coisa e simplesmente o santo não bateu. Achei a protagonista a coisa mais chata possível. Que mulher CHATA. Aí eu não gostei etc. Não deu vontade nenhuma de continuar. Eu amei a ambientação, amei a vibe, mas meu deus não.
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Maisa @porqueleio 08/01/2024

Resenha / Mestre dos Djinns /@porqueleio
A ambientação e a utilização da cultura egípcia foram muito bem construídas. Minha imersão na história só demorou porque é uma cultura que conheço pouco, mas quando a trama caminha e vamos nos inteirando com as terminologias, o livro cresce. Tem uma pegada steampunk, aliada ao mistério e investigação, que colocam essa história entre as melhores que li ano passado.

São muitos os temas tratados, entre eles a colonização, pois temos muitas referências à Inglaterra, cuja expansão é obliterada pelo surgimento das criaturas mágicas – ainda que não sejam apenas as egípcias, pois há uma leve menção à outras criaturas de outros países.

Os personagens são cativantes, acima de tudo Fatma, com seus ternos impecáveis, Hadia, com seu discurso sobre sororidade, e Siti, uma mulher misteriosa que já teve um caso com Fatma, e parece passear pelo mundo. É uma história com muita representatividade e diversidade, que são bem trabalhadas na trama.

site: https://www.instagram.com/p/C12NCfLrS8o/?img_index=1
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otxjunior 18/01/2024

Mestre dos Djinns, P. Djèlí Clark
Todas as personagens que importam são mulheres; a protagonista, inclusive, segue um código moral materno. A proposta decolonial também chama a atenção. Mas a pegada YA, o excesso de descrições e uma certa padronização de eventos por capítulo não encantam. Ainda zero foreshadowing.
Iago 27/01/2024minha estante
Mas foi um problema ser todas mulheres?


otxjunior 27/01/2024minha estante
Não. Quis dizer que junto à proposta decolonial foi o destaque do livro.




Zé Guilherme 27/01/2024

Uma aventura steampunk cheia de magia, cultura e surpresas.
Divertido, essa é a melhor definição para ?Mestre dos Djinns?. Um livro com um ritmo próprio, humor e ação desenfreada que me fez lembrar em certas partes das aventuras do ?Hellboy?! A agente Fatma é uma protagonista sensacional e é quase que impossível não se sentir fisgado pelo seu mundo de djinns, marids, acordos, autômatos e belíssimos blazers para investigar crimes pelas ruas do Cairo.

De espezinhar colonizadores até tecer críticas ao fundamentalismo, o texto do P. Djèlí Clark se não é o mais polido, pelo menos consegue sustentar um mundo maluco, sensual e misterioso ao flertar com o noir e o pulp. Já quero ler mais das aventuras de Fatma, Siti e cia.
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