Resenhas - Passei com o gigante

@letravermelha 08/04/2024

Gostei, mas não amei!
"As ideias precisam vencer batalhas de ideias para virar realidade"

Tudo começa com um discurso bastante pessoal e controverso de Davi Rieseman, um ativista judeu, no qual depois de suas falas, tanto ele quanto o mundo, jamais serão os mesmos. Nesse discurso que ecoa ao longo dos anos, seus pensamentos e ideias tinham o propósito de beneficiar seu povo, mas surtiram um efeito tão terrível que o abalo mundial foi inevitável.


6 anos após o discurso de arrecadação de apoio político, na qual suas ações saem do campo das ideias e entram no campo da realidade, Davi luta para se reconciliar com o passado onde precisará confrontar as consequências, e sua própria convicção de si, para superar os traumas físicos e emocionais e enfim seguir a diante. É uma trama que busca fazer a todos enfrentar as falhas e os medos, e se perdoar. Afinal quem nunca cometeu erros?

Nesta história onde vida e morte se sobrepõe e é difícil ver a linha que separa essa vida da outra, Davi busca uma forma de redenção frente a desgraça e o luto. Através do protagonista, Laub almeja fazer a nós, e a Davi, parar de fugir e começar a sentir a dor, para assim seguir em frente. Pois só sentido, de fato, que se poderá finalmente se libertar. Ao esconder os sentimentos e traumas, nunca poderemos realmente superá-los. Só é possível superar a culpa no enfrentamento, e desta forma receber a anistia de si mesmo.

Quando se descobre quem são o coro de vozes que está sempre presente, a história dá um salto de entendimento, principalmente ao final. Outro ponto muito bacana é que nesse livro, Laub tece um sentimento de tensão e tragédia que vai crescendo até o desfecho.

Eu queria muito dizer quem são esse coro, porque daria uma boa discussão. A forma narrativa é bonita , e embora eu diga isso, não foi um livro que me agradou. Leitura de difícil entendimento em alguns pontos, o pensamento político de Davi foi complexo demais para minha massa cinzenta, e a duras penas eu consegui terminar.
Mas como tem a ver com meu gosto pessoal, eu recomendo aos que gostam de narrativas inteligentes.