Resenhas - eu falo

Adriana Scarpin 28/01/2024

O falo em Lacan não é o pênis, o falo em Lacan é o poder. Portanto quando a autora afirma no título do livro e num dos seus poemas "Eu falo" ela própria se torna falo, tanto no poder sobre si quanto da própria linguagem.
É exatamente isso que vemos em seus poemas, um domínio da eroticidade da linguagem, de sua dualidade, reverte o cânone patriarcal e toma pra si a narrativa do falo também enquanto pênis e o quanto os homens ainda confundem uma coisa com a outra.
Alice Queiroz mostra, acima de tudo, que as mulheres também têm o falo.
Plus: A autora não sabe, mas seu livro chegou a tempo do meu aniversário de 43 anos e isso que chamo de presentaço.

AlexAff 21/02/2024

Leveza e fluidez, precisão e delicadeza
Eu gosto de como as palavras flutuam nos versos, preguiçosas mas com propriedade. O jogo das palavras que a autora pestidigita é dos genuínos, e você nem se toca de que realmente viu mágica. A carne branca (de papel) espelha bem as chagas da vermelha, mas só porque a atenção aos detalhes foi devidamente prestada ao polir desta superfície. Vem e observa também, faceta de humano [direto] ao ponto. Para ficar conciso e evitar a prepotência: Ela fala, de falo e de Fala.