jota 10/06/2013Contos de GrishamHá quem afirme que John Grisham não passa de um fabricante de best-sellers, mas isso não me incomoda de modo algum: já li vários de seus livros com histórias de crimes, prisões e tribunais, que quase sempre me agradaram bastante.
Em Caminhos da Lei temos sete histórias curtas (média de 45 páginas cada uma) e quase todas são ótimas: se esticadas um pouco pelo próprio Grisham certamente resultariam em bons livros e até mesmo em interessantes filmes se adaptadas para a tela grande.
No primeiro conto, A Corrida do Sangue, extremamente bem-humorado, temos três amigos que saem de casa para doar sangue a um conterrâneo acidentado e acabam sucumbindo às tentações da cidade grande (Memphis, capital do Tennessee, no caso).
No segundo, Em Busca de Raymond, este um tanto lúgubre e até certo ponto comovente, o personagem principal é um assassino metido a escritor, mas quem rouba a cena é sua mãe, que vai visitá-lo no dia da execução.
Terceiro conto, Os Arquivos-Peixe nos traz um eufórico advogado falido diante da grande chance de sua vida: largar tudo, trabalho, família, etc. e ir viver num paraíso tropical.
Em Cassino, a quarta história, uma dívida inusitada é acertada nas mesas de blackjack. É bom, mas vai parecer o menos empolgante para quem não aprecia jogos de azar.
Depois, em O Quarto de Michael, um advogado é sequestrado para um ajuste de contas com seu passado recente, quando venceu um processo que impossibilitou que uma vítima fosse ressarcida por um grave erro médico. Impossível não se comover com essa história.
Sexto conto, Quiet Haven, é uma casa para idosos que não trata tão bem assim seus velhinhos e vai ser alvo de uma denúncia por um cuidador ali infiltrado, que vive desse expediente.
Por último, e uma das melhores histórias desse livro, temos Garoto Estranho, que é sobre um jovem aidético que vem de São Francisco para morrer em sua pequena (e, como não podia deixar de ser, preconceituosa) cidade sulista.
Gostei muito dos sete contos deste livro que, depois de comprado há quase dois anos, quase me fez ficar arrependido do ato. Engano meu, reconheço agora. Mas não o recomendo para ninguém que busca alta literatura, pois é daqueles que servem muito bem para entreter e muito pouco para pensar. Mas que cumpre fielmente seu propósito. Como quase todo livro de John Grisham.
Lido entre 06 e 10/06/2013.