Uma criatura dócil

Uma criatura dócil Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Uma Criatura Dócil


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Franciel.Oliveira 18/04/2021

Uma criatura dócil
Esse livro foi uma grande novidade para mim, tive que ler por causa da faculdade e me surpreendeu. Ao contrário de muitos, ele tem uma linguagem fácil de ser entendida, não ficamos perdidos por causa de palavras arcaicas. Porém, ele deve ser lido com muita atenção, pois ele se passa na narração do dono da casa de penhores, então ele está sempre tentando se justificar por seus erros, ou sua personalidade. O que não podemos tomar como verdade absoluta, já que ele é uma pessoa que passou por muitos problemas na vida.
A narrativa é atemporal, não tem linearidade, bem como o silêncio predominante, faz com que boa parte da narração seja baseada em pensamentos. Enfim, recomendo bastante a leitura dele, até porque é uma boa introdução a literatura clássica e a Dostoiévski.
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kleyson 14/06/2020

Tenebrosa Rotina
"Pois é, por enquanto ela está aqui, ainda está tudo bem: venho olhá-la a cada instante; mas amanhã será levada, e como é que irei me arranjar sozinho?"
Um agiota de 41 anos, por suas próprias palavras egoísta, desagradável, que além do mal não faz nada, num casamento com uma menina de 16 anos, pobre e uma criatura dócil, também nas palavras dele. Ele está narrando esta história a partir de seus pensamentos enquanto ela está morta encima da mesa após cometer suicídio.
Recomendo demais a leitura, é tratado muito acerca de desigualdades, do silêncio no sofrimento, na indiferença, diferença e no amor. Incrível como Fiódor apresenta a dualidade do ser humano, meu pensamento foi sendo confrontado e mudado em todo o decorrer do livro, a obra tem muitos conflitos a apresentar. É uma novela que pode ser lida facilmente numa sentada, em poucas horas, sendo ainda uma ótima iniciação para quem quer ler Dostoiévski!
"A rotina! Oh, a natureza! Os homens estão sozinhos na terra, essa é a desgraça! "Há alguma alma viva sobre a terra?", grita o bogatir russo. Eu, que não sou bogatir, grito o mesmo, e ninguém dá sinal de vida. Dizem que o Sol dá vida ao universo. O Sol está nascendo, olhem para ele, por acaso não é um cadáver? Tudo está morto, e há cadáveres por toda parte. Os homens estão sozinhos, rodeados pelo silêncio - isso é a terra! "Homens, amai-vos uns aos outros" -
quem disse isso? De quem é esse mandamento?"
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Jeane Tertuliano 20/02/2023

Intrínseca
Excelente novela! Dostoievski é especialista em produzir obras que detalham a condição humana de forma visceral, latente. Aqui, um homem enamorado que busca ser amado, sofre de um jeito penoso, mendigando um afeto que não terá.
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Tereza 08/02/2024

Uma Criatura Dócil
Inspirado em uma notícia que leu em um jornal à despeito do suicídio de uma costureira, Dostoiévski escreve "Uma criatura dócil". Talvez o que mais tenha chamado a atenção do escritor na notícia foi o fato da costureira ter pulado do prédio agarrada à uma imagem de uma santa.

A história é então sobre a destruição da criatura dócil após o casamento com o dono de uma casa de penhores. O machismo, as diferenças sociais, disparidades financeiras e a falta de objetivos de vida da criatura a levaram à sua degradação.

No entanto, a narração é sobre a perspectiva do marido e é possível saber mais sobre os aspectos psicológicos e de personalidade dele do que dela.

Com escrita não tão rebuscada, é um ótimo conto para começar a ler Dostoiévski.
Canoff 08/02/2024minha estante
Recomenda especificamente essa edição?


Tereza 08/02/2024minha estante
Creio que outras edições não irão prejudicar sua experiência. Então recomendo o título, não esta edição em específico ?




Nina 24/10/2021

Tormenta
Dostoiévski se interessava muito por psicologia, ainda que não de forma acadêmica.

Este livro utiliza essa abordagem em profusão para descrever a relação entre as duas personagens principais e concluir que para o casamento não há método.
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Ana Emilia 09/05/2012

Um monólogo verborrágico genial!

Dostoiévski nos presenteia com um livro simples e inteligente. Conta a história de um penhorista que reflete sobre as causas que levaram sua jovem esposa a se matar. O personagem mergulha em si e na sua angústia, no seu egoísmo e na sua presunção. Ora assumindo a culpa, ora livrando-se dela.

Apesar da edição que consta aqui no Skoob ter 96 páginas, o livro é uma novela curta. A edição que li tinha 28 páginas. Li em duas manhãs.
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Francisco.Assis 26/04/2020

Um personagem egocêntrico
Toda a perspectiva narrativa é de um personagem egocêntrico, covarde e levemente sádico. Ainda não tinha lido nada assim.
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spoiler visualizar
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Gigio 16/03/2020

Nem tão dócil.
O livro traz um monólogo de um infeliz penhorista, narrando os fatos que levaram sua esposa a tirar a própria vida. Se desnuda e nos apresenta exaamente como se vê: suas reservas, seu egoísmo, sua presunsão e sua infelicidade. Ambos os personagens são muito ricos. O texto é excelente,
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Vanessa 28/09/2014

Fragmentos
Os homens estão sozinhos na terra, essa é a desgraça! (...) Dizem que o sol dá vida ao universo. O Sol esta nascendo, olhem para ele, por acaso não é um cadáver? Tudo esta morto, e há cadáveres por toda a parte. Os homens estão sozinhos, rodeados pelo silêncio isso é a terra! - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)

Você não sabe com que paraíso eu a teria cercado. O paraíso estava em minha alma, eu o teria plantado em seu redor. - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)

Sou mestre na arte de falar em silêncio, passei minha vida toda conversando em silêncio e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo. - Fiódor Dostoiévski (Uma Criatura Dócil)
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tripsdapaula 24/05/2020

Leitura rápida.
O livro pode ser lido em uma tarde, como foi meu caso. Recomendo como obra de introdução ao Dostoiévski para aqueles que tem certo receio do Autor...
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Aguinaldo 08/02/2011

uma criatura dócil
Estive na Bienal do livro de São Paulo e, claro, fui ao estande da Cosac & Naify. Don Renato Cohen sempre me pede para esperar a queima de livros da Cosac que acontece em novembro dentro do campus da USP, mas eu sou um incorrigível gastador. Namorei uns tantos, mas acabei comprando apenas dois, um romance curto de Samuel Beckett e este "Uma criatura dócil", romance igualmente curto de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski. Já faz tempo que ando pensando nos russos e estou devendo o início desta travessia literária, mas contorno a montanha e não me atrevo a enfrentá-la. Sou o fiel depositário de três tijolos de don Renato: Os demônios, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, ainda vou cumprir a promessa e lê-los na seqüência. Para afiar os dedos peguei "uma criatura dócil", romance que o autor chamou de "narrativa fantástica". A edição é muito bonita, claro, com ilustrações de Lasar Segall e dois ensaios que contextualizam o texto e as ilustrações. A história é simples, um sujeito ganha a vida em uma casa de penhores, explorando clientes e desesperos. Uma moçinha penhora um ícone da Virgem e para resgatá-la (pois trata-se do único objeto importante para ela) acaba por se casar com o vil proprietário da casa de penhores. Mais que um casamento o que se pactua é um sistema de humilhações cotidianas e degradações morais, pois há mais assimetrias entre eles que um afeto pode mitigar: assimetrias de classe, de idade, de poder (e claro, sexo.) O narrador é o agiota, transtornado, louco. Retrospectivamente ele tenta explicar como seguiu (por vezes acredita ter sido quase a contragosto) a espiral de assédio moral que obrigou sua mulher a buscar desesperadamente saídas radicais. Dostoiévski nos ensina como a opressão funciona mesmo nas relações mais cotidianas e como é difícil para um tirano e sua vítima escaparem da sina que os une. Belo livrinho.
"Uma criatura dócil", Fiódor Dostoiévski, tradução de Fátima bianchi, editora Cosac & Naify, 1a. edição (2003) brochura 13.5x20cm, 96 págs., ISBN: 978-85-7503-197-X
PC_ 21/11/2015minha estante
Caro Aguinaldo,
Li também "a dócil", ed.34, e notei que "São Bernardo" de Graciliano Ramos é praticamente a mesma estória, adaptada a personagens e ambientações diferentes. Pesquisei na internet e não encontrei nada sobre isso. Você já leu "São Bernardo"? o que acha?

Concordo contigo sobre a opressão, a tirania cotidiana, porém tenho minhas dúvidas de que o opressor ( que também foi um oprimido, um humilhado), tinha consciência da opressão que perpetuava. Parece que por ter sofrido, e por reconhecer em sua esposa as marcas da opressão, gostaria de ser visto como seu salvador, ficou frustrado por isso não ocorrer. Se regenera ao longo da narrativa, mas não a tempo de salvar sua esposa que entra em colapso com a mudança repentina da situação. É um tanto complexa esta relação vítima-opressor, pois a estória teria tudo para um desfecho feliz, mas a "vítima" parece ter dificuldade também em conviver fora de uma realidade de opressão.




Sol Belchior 18/09/2011

Fantastic!!!
Uma obra de se devorar, se angustiar, se questionar e se desesperar...
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Caroline Gurgel 18/01/2016

Um penhorista chato, uma narrativa excelente
Uma criatura dócil foi mais um daqueles livros que comprei no escuro, sem ler sinopse, confiando apenas no autor e na seleção da editora, e não me arrependi.

Dostoiévski narra a história de um penhorista, um homem egoísta, machista e irritante, que tenta entender a morte de sua esposa. Diante de seu corpo morto, ele, o narrador sem nome, nos conta como conheceu sua esposa, as circunstâncias do casamento e um pouco do cotidiano, refazendo sua trajetória a fim de descobrir as causas daquela morte.

A história em si não me agradou, mas a escrita é tão incrível que fica difícil achar algo ruim. A angústia daquele homem que não quer se culpar é sentida nas palavras e suas repetições. O conflito enorme que se passa em sua cabeça é exposto com maestria e é impossível não sentir um pouco de piedade, mesmo diante de um chato egocêntrico.

Pelos olhos do narrador, Dostoievski nos traz dois personagens cheios de camadas, complexos e muito bem apresentados, e critica aquele tipo de casamento, a impotência da esposa e a infelicidade de ambos.

O que dizer da última linha do texto? Será? É, talvez seja quase sempre assim, só percebemos quando não mais temos.

3.5/5

ig: @historiasdepapel_

site: www.historiasdepapel.com.br
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Rafael 14/01/2021

A força filosófica de Dostoiévski
Dostoiévski, que não é preciso explicar a genialidade, trata de um temas delicados com uma extrema coerência filosófica. A ideia de um homem se apaixonando por uma menina de 16 anos, que era "comum" à época, ainda choca. Mas, diante da "normalidade" contida no período, outros fatores se destacam, como o amor aparentemente não correspondido e, por fim, o suicídio. O homem reflete as causas desse fato, do que levou a "jovem dócil" a cometer tal ato.

As reflexões do personagem, que deveriam ser focadas na sua amada, acabam se tornando reflexões pessoais. O rapaz acaba refletindo sobre o seu percurso até ali. A expulsão do regimento, os anos sofridos de mendicância, o início do seu negócio e o que o levou a se apaixonar e levar aquela menina para morar junto a ele. Isso nos leva à ideia de que é tudo sobre si, que apesar do amor relatado pelo rapaz, ele reflete sobre seus próprios atos (mesmo que isso influencie na questão do suicídio). A impressão é que ele nunca conheceu àquela com quem dividia o teto, e que o interesse, mesmo que acobertado pelas declarações, era mínimo. O fim é o arrependimento, o grito desesperado do que já pereceu.
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