Em Busca de Merlim

Em Busca de Merlim Adam Ardrey




Resenhas - Em busca de Merlim


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janalima85 05/04/2011

Este livro me foi útil apenas para que eu entendesse melhor como se deu a formação da Inglaterra e para que eu conhecesse os vários povos envolvidos neste processo (bretões, escotos, pictos, anglos,etc). No entanto, no que se refere ao tema principal do livro, qual seja, a descrição de um Merlim histórico que viveu na Escócia, o autor deixou muito a desejar.

As fontes deste período são escassas e cristãs, o que obviamente dificulta o processo de investigação. Diante disto, o autor escolhe as informações que julga corretas e dá sua opinião de como tais fatos ocorreram enquanto que abandona outros dados que pensa estarem cobertos de proselitismo e fantasia religiosa. Tudo isso na base do achismo, tentando enquadrar o que ele pesquisou ao que ele ACHA que aconteceu. Essa peculiar forma de argumentação faz sentido quando se lê em uma das orelhas do livro que Adam Ardrey não é historiador e sim, advogado.

Bem, o que ele tentou fazer é um trabalho difícil e acho realmente que ele pode ter acertado em muita coisa, mas não dá para levar este livro ao pé da letra nem aceitar que as suas teorias sobre a vida de Merlim são definitivas. Vendo sob esta perspectiva, penso que se é capaz de apreciar a obra de alguma maneira. Nota:2.5/5.0
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Coruja 11/05/2011

Encomendei esse livro na empolgação, quando estava escrevendo meu especial O Único e Eterno Rei, sobre o ciclo de lendas arturianas, seus antecedentes e desdobramentos. Infelizmente, o volume só chegou depois que já tinha terminado de escrever – e depois de passar semanas em cima de textos e iluminuras medievais e duzentas mil versões diferentes de uma mesma história, precisava de algo diferente.

Joguei então o volume para a lista do Desafio Literário 2011 – alguns meses e certamente eu estaria curada da minha ressaca arturiana. Contudo, quando o livro chegou, de cara fiquei com o pé atrás ao ver a propaganda na capa: “a verdadeira história de Merlim, que os cristãos primitivos ocultaram”.

À medida que ia lendo, ia ficando com os dois pés atrás.

Eu teria adorado o livro que Adam Ardrey tivesse apresentado sua história como uma nova hipótese, procedendo então a revelar suas descobertas, relacionando-as com os textos mitológicos, os romances, as coletâneas canônicas.

O livro assume, contudo, um tom sensacionalista – algo como aqueles testes de paternidade e programas de auditório. Ele começa a metralhar acusações para todos os lados, formando uma grande teoria da conspiração que não é apenas óbvia, como já muito martelada e cansativa.

Seguinte... a Igreja Católica sempre foi manipuladora. Estudantes de marketing deveriam estudar a fundo as técnicas dela de manipulação e propaganda, porque, sejamos sinceros, eles são Ph.D no assunto.

Mas a sublimação da cultura celta – e druídica – correu por obra e graça dos romanos, numa época em que os cristãos faziam parte da indústria de entretenimento do Império, servindo como ração para as feras no Coliseu.

Não podemos esquecer também que a cultura desse povo era fundamentalmente oral. Eles não deixaram para trás nem mesmo um alfabeto estranho que pudesse eventualmente ser desvendado com uma Pedra de Rosetta.

Assim, tudo o que sabemos sobre os celtas, os druidas – e por tabela, Merlim, que, acredita-se, pertencia a essa cultura – é baseado em relatos de segunda mão... de romanos. Os monges cristãos só aparecem na figura um pouco mais tarde, de modo que os relatos dele já são relatos de terceira mão – o processo já tinha começado e estava bem adiantado.

Além disso, há o detalhe de que, a despeito de todas as figuras históricas que se apontam como sendo “O Verdadeiro Arthur” – e, por conseqüência, o verdadeiro Merlim – existem relatos sobre nosso querido rei muito anteriores a Monmouth, parte do ciclo de lendas celtas que antecede as datas que Ardrey usa em seu livro.

Essa, porém, nem é a questão mais problemática. Uma vez que tais fatos – se são fatos – ocorreram há tanto tempo que perderam suas origens, qualquer teoria pode ser apresentada. Mas veja bem, qualquer teoria, não verdade absoluta. Historicamente falando, as afirmações absolutas de Ardrey só poderiam ser feitas se ele tivesse encontrado documentos escritos pelo próprio Merlim – e mesmo assim com muitas ressalvas, porque não há ninguém que possa comprovar porque esteve lá que tal documento é verdadeiro.

Ok, esqueça isso. Se Merlim era druida e druidas não transmitiam seus conhecimentos de forma escrita, um livro escrito por Merlim seria uma completa contradição.

A teoria levantada por Ardrey em seu livro é válida; interessante o suficiente para levarmos em conta. Mas é, como não deixei de repetir, uma TEORIA, não a verdade revelada por ordem e graça divina – que é a impressão que temos pelo tom empregado na narração da pesquisa do autor.

Eis um Merlim possível, enfim. Se verdadeiro, porém, aí já é uma ouuuutra história...
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Daniel432 18/05/2012

Uma Guerra Religiosa
Neste livro o autor tem por objetivo provar que de fato existiu uma pessoa cuja importância para os povos celtas era muito grande. Este druída, mago, mestre é quem hoje conhecemos como Merlim. Merlim da lenda do Rei Arthur, de Camelot e sua távola redonda.

O autor utiliza-se da linguística em suas argumentações para chegar ao seu objetivo, provar que Merlim existiu realmente. Que não é uma lenda.

Através da linguística ele diz que Merlim não era o nome deste druída poderoso, ele não sabe o nome dele mas diz que Merlim era um apelido, na verdade um apelido jocoso, grosseiro. Segundo o autor Merlim significa (em gaélico ou gaélico P.) "homem louco", sendo que este apelido lhe foi dado pelos cristãos como forma de combater a religião dos antigos celtas com seus druídas (segundo o autor, druídas eram homens inteligentes, instruídos).

O autor defende que este druída foi o último bastião da resistência à opressora religião cristã entre os celtas.

Longe de ser um romance e em função desta técnica (o uso da linguística) este não é um livro de leitura fácil, mas o autor mostra-se convincente em seus argumentos.

A leitura deste livro não serviu, pelo menos para mim, para que eu chegasse a uma conclusão definitiva, conheço pouco desta história a não ser pelos romances e filmes que, certamente, não espelham a realidade, mas sim a lenda criada pelos cristãos para ofuscar a religião "inimiga".

Você quer saber se Merlim existiu mesmo?? Leia este livro e tire suas conclusões!!
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Ronan.Azarias 22/02/2021

Vai bem até a metade
o livro começa muito bem, até a metade dele. Depois disso algumas conclusões e conjecturas surgem da leitura das entrelinhas de dois textos, comparações linguísticas (perspicazes aliás) e senso politico moderno. Isso enfraqueceu o texto por ficar muito no campo teórico e com pouca fundamentação factual, o que em parte é culpa, infelizmente, do conhecimento ter-se perdido no tempo. É uma boa leitura no final das contas.
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