A hora dos ruminantes

A hora dos ruminantes José J. Veiga




Resenhas - A hora dos ruminantes


54 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Arquian 16/02/2024

Meu primeiro romance do José J. Veiga e, por enquanto, o meu favorito. adorei as vozes intercaladas de cada personagem, e fiquei um pouco saudoso pelo universo do autor que retoma elementos rurais/regionais (que eu já havia encontrado nos contos).
comentários(0)comente



Caroline1430 08/02/2024

Muito bom!!
É como ouvir histórias de nossos avós! Achei muito interessante, lendo hoje, muitas palavras que os mais velhos falam, que dificilmente compreendemos. Em alguns momentos tive que recorrer ao dicionário, para aproveitar cada diálogo do livro. Gostei da escrita desse autor. Me senti dentro da história, conseguindo imaginar cada cenário da cidade.
comentários(0)comente



mdjuliana 27/01/2024

Queria ter entendido sozinha, mas não entendi. Consegui aproveitar mais a leitura depois de ler algumas resenhas sobre.
comentários(0)comente



Rafael1082 17/01/2024

Cidade do interior
O livro faz uma ambientação sobre uma cidade de interior e também consegue com poucas palavras construir bem os personagens, fica bem claro o tipo de personalidade dos principais e dos outros, algumas partes do livro te prendem pra saber o desfecho porém achei que ao final ficaram muita pontas soltas sobre os motivos, acho que o autor não quis focar no que estava por trás das motivações e aspirações de cada personagem, mas sim em como eles se portavam diante de cada mudança.
comentários(0)comente



Leonardo1263 30/12/2023

Os Ruminantes na Literalidadde
O Brasil é extremamente rico de bons livros, os clássicos principalmente abordam momentos, histórias e formas de contar histórias totalmente rebuscados se comparados às produções atuais. O livro que quero indicar aqui neste texto é o clássico de José J. Veiga, intitulado A HORA DOS RUMINANTES, originalmente escrito em 1966.

Aqui temos a pacata e tranquila cidade pequena de Manarairema, onde todos se conhecem, convivem e sabem muito da vida um do outro. Eis que de repente a vizinhança é surpreendida pela vinda de uma batalhão de homens e mulheres que decidem residir as margens do rio próximo ali na vila. A curiosidade abate todo aquele vilarejo, querem saber quem são, de onde vieram e por que estão ali, mas os novos vizinhos não fazem questão alguma de socializar e muito menos de serem receptivos. Após alguns dias e encontros de alguns personagens importantes da vila, há um certo atrito, repulsa e mistério envolvendo a atividade dos novos moradores. Alguns vizinhos se incomodaram com o tratamento e falta de educação dos novos moradores, mas após uma visita nada cordial, passaram a não se interpor entre eles, como uma espécie de voto de silêncio. Alguns passaram a trabalhar para eles e se viram obrigados a seguirem as ordens e não comentar com mais ninguém.

Eis o dia em que uma matilha enorme de cães destes novos vizinhos tomam a cidade, destroem, ameaçam, avançam contra o povo da vila e não encontram resistência. O povo simples daquele lugar só conseguem viver acuados agora e aceitar essa nova realidade que parece ter saído das profundezas do inferno. Mais adiante, com o recuo dos cães, é hora do rebanho dos ruminantes tomarem todos os lugares, todos os espaços, não deixando alternativas, nem caminhos livres para viverem. Agora todos não conseguem sequer sair de suas casas e continuarem suas vidas.

No mais, é um ótimo livro, com suas 152 páginas se torna uma leitura rápida, justamente pela estrutura convidativa do autor. O desfecho traz paralelo importantes para a época, metáforas e exemplos que quem viveu sabe. Foi o primeiro livro do autor que li, pelo que pude ver, é o mais conhecido e faz parte do conjunto de clássicos nacionais importantes.

Daqui pra baixo quero acrescentar alguns pontos importantes sobre a obra, mas que irá apresentar diversos spoilers, então caso não queira saber, pare por aqui.

Te agradeço imensamente pela atenção e reforço meu convite pra que leia essa obra. Tenho certeza que vai adorar, pois é instigante e dramática como as grandes obras nacionais.

SPOILER

Ao avançar na leitura, considerando a época em que foi escrita, podemos identificar claramente quem são os novos vizinhos. Como a história se passa na década de 60, os militares já tinham emplacado a ditadura em todo o Brasil. Os novos vizinhos nesta obra nada mais são que os militares da época da ditadura, que chegaram de repente, e "tomaram" o lugar para si, agindo com rispidez e  truculência.

Os cães que invadem as casas também são metáforas aos ditadores, pois em várias passagens do texto o narrador diz que eles entravam nas casas, quebravam, rasgavam tudo, se apropriaram e os moradores não podiam fazer nada, apenas não incomodá-los e rezar para que fossem embora logo.

Por fim, os ruminantes que impedem as pessoas de sair de casa, nada mais é do que a ordem geral da época, a disciplina e proibição imposta às pessoas, no direito de ir e vir em qualquer horário. No livro as pessoas ficam presas em casa e mesmo que quisessem sair, não conseguiam, pois "os ruminantes" estavam em todos os lugares, impedindo o tráfego.

A mensagem ao final, se resume a uma grande chuva que lava tudo aquilo que aconteceu, que leva para longe toda aquela sujeira, toda lama misturada ao esterco que os bois deixaram. E não só, mesmo que agora se tratando de águas passadas, muitos terão que conviver com o amargor de ter apoiado as ações deles e tudo de ruim que causaram ao povo. A chuva metafórica, lava mas não apaga as marcas.

site: https://espacols.com.br/livro/a-hora-dos-ruminantes/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Juba 29/10/2023

Leia antes de pesquisar sobre :)
"[...] E será também que o costume de lidar sempre com o mesmo material entra ano sai ano não vai influindo na alma da pessoa, contagiando moleza ou dureza? Reparando bem, parece que cada um vai apanhando cara do ofício que desempenha"

Achei esse livro fácil de ler, dá pra ler em um dia tranquilamente. Ele possui alegorias que você pode traçar sozinho ou buscar em textos de apoio depois, mas na minha percepção isso é um adicional, pois a leitura já se faz interessante e envolvente sem significados explicados durante a leitura. Também acho interessante ler antes de buscar os significados de metáforas e alegorias, imagino que isso estragará parte da experiência e se tornará mais uma investigação de pontos a serem conectados.
Leia com a cabeça livre e depois volte nos pontos com as informações externas.
comentários(0)comente



Elielson.Goulart 24/10/2023

A escrita, mano... ?
A escrita me trouxe a nostalgia de como meus avós conversavam na minha infância e também todo aquele jeito humilde de ser e viver. Fora isso não encontrei nada de bom.
comentários(0)comente



Paulo.Vitor 31/07/2023

"No escuro, toda corda é cobra e todo padre é frade"
Primeiro livro de Realismo Mágico brasileiro que li. Não podia ser melhor, uma das melhores leituras que fiz no ano.
Preliminarmente, quero comentar sobre a escrita do José J. Veiga, que, me atingiu de maneira certeira, com suas descrições não exageradas, mas precisas, recriando perfeitamente o cotidiano de uma cidade pequena.
Os personagens criados e desenvolvidos são muito palpáveis, cada um de sua maneira e com sua própria história, que já nos dá ideia de personalidade baseada no pequeno, porém, detalhado contexto histórico de cada um. Eu tenho certeza que todo mundo já conheceu alguém com a personalidade irritante que sempre procura conflito de Amâncio, com o gênio forte e teimoso (de maneira boa) do Apolinário, ou com a timidez fofa de Pedro Afonso.
A leitura é fluida, e não é tão complicada, vemos expressões antigas e regionalistas, algumas continuam interessantíssimas, e a constante curiosidade e mistério em volta dos recém chegados estrangeiros e os conflitos subsequentes nos faz ler com a maior avidez e vontade possível.
Quanto ao enredo, pra mim, é definitivamente uma alegoria a algo, ao longo da leitura fui tentando decifrar e atribuir sentido, razão e significado a cada detalhe, na personalidade dos recém chegados, nas duas invasões dos animais, nas profissões e personalidades dos 7 personagens que tiveram contato com os estrangeiros, no pré e pós de cada personagem após o contato e creio que tive uma interpretação de certa forma diferente.


A partir daqui, vou comentar sobre os significados do livro, portanto, caso não tenha lido, pule esse parágrafo.
Sempre vejo alguns vídeos sobre o livro após o término da leitura, principalmente em livros como este, recheados de metáforas e simbolismos, e na maioria desses, é ressaltado a semelhança das dinâmicas políticas com o período da ditadura militar, principalmente colocando o povo de Manarairema como massa de manobra, colocando também os novos moradores da tapeira como opressores, como alguém que reduz os direitos, a liberdade, a cultura e até a felicidade dos prévios moradores, e definitivamente, não tem como se distanciar ou se abstrair deste pensamento, porém, eu ainda colocaria um adendo.
Pra mim, esses novos moradores que se instalam na cidade no começo do livro, além de todos os pontos previamente já comentados, representam também, o novo capitalismo, a nova burguesia, dizendo trazer o progresso para a cidade, tentando se aliar ao comerciante, ao marceneiro, ao ferreiro, e ao responsável pelo transporte, na tentativa de suprir as demandas, mas, vemos que eles apenas tentam tirar proveito dos moradores, exaurir estes, até de felicidade, como vemos mais claramente no caso de Geminiano. Os novos moradores não respeitam a cultura local, tinham sempre a fogueira rolando, gerando fumaça quase sempre, e agem como se fossem os donos de todos os lugares, além de usar da opressão financeira e até física, como no caso dos cachorros.
Vemos Amâncio tentando se integrar a essa nova classe, porém, ainda falta muito para ele, dono de uma pequena mercearia, tornar-se de fato um capitalista, este, é mais próximo, socialmente falando, de todos os outros da cidade, do que dos moradores da tapeira. (Já viram esta falta de consciência de classe em algum lugar?)
Quero ressaltar o trecho em que dois moradores tentam intimidar Apolinário, mas acabam os dois, se fazendo de bobos, ao se confundirem e se embolarem durante o discurso de intimidação, mostrando que na verdade, eles não conseguem sustentar essa superioridade que tentam pregar.
Ao final, vemos que a sociedade "antiga" é mais resiliente, unida e humana, e, ao resistir ao gado (que também tem significado político), acaba por afugentar os novos moradores.




De qualquer forma, com ou sem significado, o livro é uma delícia de se ler, o poder de um livro bem escrito é justamente esse, criar personagens palpáveis, em cenários familiares, conseguindo, ao mesmo tempo, nos deixar curiosos e ainda nos apresentar uma reflexão.
Como sempre, o gênero de realismo mágico vem me surpreendendo cada vez mais, recomendo demais a leitura, com certeza um dos meus favoritos do ano e da vida.
comentários(0)comente



Carlinha 04/07/2023

Terminei o livro querendo mais páginas, gostei da narrativa achei bem fluida pra quem curte realismo mágico acho que o livro é um boa pedida.
Uma história que se passa em uma pequena cidade de interior que está acostumada com seu dia a dia de sempre se vê tomada por acontecimentos estranhos que vem e vão sem nenhum tipo de explicação, mas que causam espanto, medo e desconforto na população local. Tudo abordado de forma muito simbólica é um livro pra pensar, depois que se lê a última linha vc se pega pensando, quem eram esses homens e esses cães e esses ruminantes ?
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Marcos Toledo 24/01/2023

Não achei muito fácil de ler. Precisei, inclusive, de ler texto de apoio para entender melhor e gostar do que estava lento.

Então, mesmo sendo muito meu tipo de livro. Eu precisei de apoio para gostar realmente dele ?

É um livro muito ambíguo, muito simbólico. O mais legal é ver o fantástico sendo tirado desse lugar, pela nossa cultura, pela nossa forma de conversar e pensar. Eu gostei muito disso! Fiquei pensando que um estrangeiro nunca entenderia real esse livro.
comentários(0)comente



Vitor Hugo 09/01/2023

UMA ALEGORIA DA OPRESSÃO E DO AUTORITARISMO?

Manarairema. Uma pequena e isolada cidadezinha. Vida pachorrenta, que se arrasta sem novidades. Até que um grupo de pessoas desconhecidas acampa ao lado da cidade, do outro lado do rio, sem tomar conhecimento dos moradores (primeiro capítulo). Depois, um grupo imenso de cães invade a cidade, deixando os moradores perplexos (segundo capítulo). E mais: uma boiada sem fim toma conta de tudo, sufocando a cidade e seus pobres moradores (terceiro capítulo).

JOSÉ J. VEIGA (autor que eu não conhecia até então) é impecável neste pequeno livro. Ele constrói personagens marcantes com poucas palavras, além de construir diálogos inteligentes. Tudo isso com o uso de ditados/provérbios e termos regionais, típicos da gente simples de certas regiões mais remotas do Brasil.

Como consta do prefácio da obra, o livro foi muitas vezes enquadrado no movimento literário do "realismo mágico", o que foi negado pelo próprio autor, que dizia que sua obra era "realista".

Ainda, a par das excelentes personagens e dos diálogos afiados, cabe referir que a obra pode facilmente ser lida como uma alegoria à ditadura militar implantada em 1964 no Brasil (o livro foi publicado em 1966). Curioso que o autor também teria negado tal ilação.

De todo modo, um livro muito divertido de ser lido, de forma fácil e rápida, que proporciona reflexões sobre o seu real sentido, deixando o leitor intrigado da mesma maneira como os matutos moradores de Manarairema.
comentários(0)comente



54 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR