A Hora dos Ruminantes

A Hora dos Ruminantes José J. Veiga




Resenhas - A hora dos ruminantes


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Marcos Toledo 24/01/2023

Não achei muito fácil de ler. Precisei, inclusive, de ler texto de apoio para entender melhor e gostar do que estava lento.

Então, mesmo sendo muito meu tipo de livro. Eu precisei de apoio para gostar realmente dele ?

É um livro muito ambíguo, muito simbólico. O mais legal é ver o fantástico sendo tirado desse lugar, pela nossa cultura, pela nossa forma de conversar e pensar. Eu gostei muito disso! Fiquei pensando que um estrangeiro nunca entenderia real esse livro.
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Nat 21/09/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
A história se passa na pequena e monótona cidade de Manarairema, quando uma caravana acampa próximo e torna-se o centro das atenções; estranhando tal fato, as pessoas da caravana se isolam da cidade e evitam o contato – sendo interpretados como pessoas má intencionadas, e passam a ser temidas. Quando alguém tinha contato com a caravana, voltava sem falar nada deles. Até que a cidade é invadida primeiro por cães, depois por bois, e os moradores ficam presos dentro de suas casas. Há alguma relação entre tudo isso? O livro é escrito quase que como três contos dessa cidade, e não finaliza com respostas que gostaríamos de ter. Além disso, há um lado fantástico, mas acredito que não foi muito explorado (justamente por não ter explicação ou relação para os acontecimentos).

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Archie 05/07/2021

Regionalismos acessíveis
Gosto muito quando um autor traz uma história regionalista sem apelar pra um tom cômico (que não chega) nem com uma coisa impossível de entender. José Veiga faz isso de forma IMPECÁVEL, divertida, lúdica e bem aleatória. A própria sinopse já diz sobre o que acontece, mas entender como a população da cidade lidou com as coisas e os efeitos que causou no cotidiano é que torna a leitura interessante e mega leve. Certamente, tem uma mensagem política por trás, mas isso não tira o fato de que é um livro curtinho e super indico para quem quer ler algo numa sentada e sair da ressaca literária.
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jota 16/02/2015

Rumina, ruminante, rumina...
Conhecia José J. Veiga (1915-1999) antes deste livro por sua tradução de Pescar Truta na América, o estranho e engraçado livro de Richard Brautigan, onde coisas acontecem e personagens agem sem um mínimo de lógica.

Agora, lendo seu livro, entendo porque ele traduziu o de Brautigan, com o qual A Hora dos Ruminantes parece dialogar em parte, quando coisas estranhas passam a acontecer na pequena e fictícia Manarairema, uma cidadezinha perdida no interior do Brasil dos anos 1960 (a primeira edição é de 1966).

Diferentemente do livro de Brautigan, que é sobretudo divertido, o humor é um tanto escasso em Veiga, e fica mais por conta das expressões que o povo de Manarairema usa em suas conversas, além de seus costumes, que bem podem ser enquadrados dentro de uma “cultura caipira”, típica do estado natal do escritor, Goiás, mas encontrada também, sob outras formas, em Guimarães Rosa e outros escritores regionalistas.

De volta a Manarairema, primeiro chegam e se estabelecem do outro lado do rio que corta a cidade, uns forasteiros mandões, de poucas palavras e de modos grosseiros. Em nenhum momento fica claro o motivo de estarem ali e seus planos. Mas eles se tornam objeto de todas as conversas em Manarairema, claro. Ecos da ditadura militar implantada no país, opressão?

Depois de alguns dias da chegada dos estranhos a cidade é inundada por uma legião de cachorros, não se sabe vindos de onde, embora muitos acreditem que foram mandados pelos forasteiros. Causam estragos na cidade e deixam a população assustada, aborrecida, enfezada.

Mais enfezada ainda (literalmente atolados em fezes) ficam os habitantes quando, depois de algum tempo, a cidadezinha é novamente inundada, mas desta vez por bois. Se um bando de cachorros incomoda, uma boiada sem fim incomoda mais do que uma manada de elefantes, não?

Do mesmo modo que os cães, depois de muito estrago e algumas mortes, também os bois se vão, sem qualquer explicação. Realismo mágico? Nem pensar, conforme o próprio Veiga diz: “A minha literatura é uma literatura realista: nem fantástica, nem mágica”.

Como diz Antonio Arnoni Prado no Prefácio da edição da Companhia das Letras, a literatura de Veiga é “(...) original e estranha sem sair da singular estranheza da nossa própria realidade.” De fato, a realidade brasileira muitas vezes suplanta a ficção em quilômetros.

Naquele Brasil dos tempos de Veiga ou no Brasil de hoje ocorrem coisas que até Deus duvida: se não, como explicar a recente reeleição de uma mentirosa contumaz como Dilma e a verdadeira adoração que grande parte do povo sente por um falsário feito Lula?

Lido entre 12 e 16/02/2015.
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Caroline1430 08/02/2024

Muito bom!!
É como ouvir histórias de nossos avós! Achei muito interessante, lendo hoje, muitas palavras que os mais velhos falam, que dificilmente compreendemos. Em alguns momentos tive que recorrer ao dicionário, para aproveitar cada diálogo do livro. Gostei da escrita desse autor. Me senti dentro da história, conseguindo imaginar cada cenário da cidade.
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Well 24/12/2021

A aceitação do desconhecido
Considerado uma das principais obras do autor José J. Veiga, este livro é caracterizado como "realismo fantástico". E faz sentido.


Na pequena cidade de Manarairema, tudo corria bem até a chegada de um grupo de estranhos que se instalam em um grande terreno nos limites da cidade. A curiosidade é geral, mas nem todos se atrevem a entrar em contato com os homens da tapera. Os poucos que se envolvem com esses homens, acabam mudando algumas de suas atitudes. No decorrer do livro, incidentes bizarros acontecem como a invasão da cidade por cachorros e depois por bois. Pode ou não ter a ver com os homens, mas isso somente lendo para descobrir. Ou não!


A prosa de José J. Veiga é mesmo fantástica, no melhor sentido da palavra. Com diálogos que transmitem as características do povo brasileiro do interior, com personagens bem construídos e com características únicas, em suma, uma cidade única. A inteligência narrativa do autor faz com sejamos aos poucos tomados pela sensação de opressão que os habitantes enfrentam. A indignação também toma conta de nossas mentes, e diversas questões nos assolam, mas poucas respostas nos são dadas. Essa é uma das graças do livro.


Mesmo que muitos pontos fiquem sem respostas, apreciar a sutil crítica que o autor faz ao conformismo e ao autoritarismo, à negligência que o povo sofre, tendo sempre apenas uns aos outros, já vale muito a pena a leitura. Dizer que este livro retrata uma alegoria crítica ao período ditatorial vivido no Brasil, já não sei bem dizer... Mas parece sim.
Há uma frase em que o autor parece resumir bem o espírito dos eventos do livro e do país:
"Parece que toda cidade precisa ter um louco na rua para trazer o povo à razão". Na época de seu lançamento poderia fazer mais sentido, mas ainda assim, essa sentença é muito atual e perfeitamente válida para nós, brasileiros, refletirmos.
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João Henrique 12/09/2015

A hora dos ruminantes
Me parece um pouco uma história de libertação... O povo de Manarairema precisa passar pela condenação para uma dia, quem sabe, encontrar caminhos livres. O mistério que paira ao longo da obra é intrigante, sorrateiro e poético. José J. Veiga me deixou assim... apreensivo, à espreita, um pouco mais vivo, um bocado mais real.
Marta Skoober 04/02/2018minha estante
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Max 27/07/2022

Uma alegoria para o desconhecido
Desde que peguei gosto pelo realismo fantástico, esse é um dos livros que estavam na minha lista. A história se passa na pequena Manarairema, que se vê invadida por forasteiros e animais, que dominam a cidade, impondo pânico na população.

Diferente de Cem Anos de Solidão, em que o tom idílico domina, aqui é o clima sombrio de dúvida e medo que impera entre os moradores. O que os estranhos querem por essas bandas? A que eles vieram? A quem os animais obedecem?

O medo do desconhecido é tônica da obra. Mas um desconhecido que é mais que incômodo. Na verdade, simboliza uma ameaça iminente, inevitável. Sendo assim, não seria melhor fazer alianças com os próprios forasteiros, salvar a pele? Ou melhor resistir, por honra, orgulho, mesmo não sabendo que riscos se pode correr?

De imediato, me veio a associação com o conto A Casa Tomada, do Cortázar. Trata-se daquela situação incômoda, que pode acontecer a qualquer uma na vida e vai se instalando aos poucos. Quando se vê, perdeu-se tudo. Tão lentamente, tão suavemente, que, quando se percebe, não há mais como se reverter.

O contexto de lançamento do livro (1966), também me trouxe a alegoria do Golpe Militar de 1964, impressão que ficou bem forte para mim em algumas passagens. (Essa interpretação me deixou curioso para saber melhor do posicionamento político de José J. Veiga, mas não encontrei muita coisa na internet.)

A Hora dos Ruminantes não é tão densa quanto outras obras do realismo fantástico latino americano (penso aqui no já citado Cem Anos de Solidão e A Casa dos Espíritos), diria até que é um conto alongado. Porém, o texto corre fluído, com algumas pitadas de ironia, o que deixa a leitura ainda mais gostosa.
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Vivi 16/05/2022

Achei muitoooooo doido esse livro! Nada tem uma explicação e justamente por isso prende tanto a leitura. Para quem consegue ir dormir em paz sem encucar em saber ?por quê?? é uma excelente leitura. O final é completamente diferente e sem sentido, mas no estilo Jose J Veiga.
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Lincoln Couto 01/09/2022

Ruminaçoes sobre os homens da tapera
Na psicologia o termo "ruminação" é utilizado para se referir ao constante ato de pensamentos negativos. Não sei se essa foi a ideia que o autor quis passar com o título, já que ruminantes se refere primariamente aos bovinos, que de fato são uma figura presente no livro, porém isso foi algo que fez muito sentido para mim durante a leitura.

A Hora dos Ruminantes vai retratar a visão da população da pacata cidade de Manarairema e as ruminações que estás pessoas começam a ter quando próximo a cidade aparece um grupo de pessoas estranhas que começam a se estabelecer ali, fazer um acampamento e começar a construir coisas.

O fato é que as pessoas da cidade não fazem a menor ideia de quem são aquelas pessoas, o que elas querem ou o que fazem. E como o livro é narrado na perspectiva deles, nos leitores também não ficamos sabendo de nada. Porém é perceptível o clima quase de paranóia que a cidade fica em relação aquelas pessoas desconhecidas.

Porém, embora os desconhecidos sejam pessoas fechadas e meio estranhas, em nenhum momento é narrado atos que realmente justifique tamanha paranóia que foi criada, inclusive a única vez que narra um longo trecho de interação entre os estranhos e uma pessoa da cidade mostra o quão bobos e desengonçados aqueles desconhecidos também são.

Portanto pra mim o livro falou muito sobre essa questão do medo do desconhecido, a alienação, os rumores, as fofocas e a ignorância do povo, e o quanto os pensamentos e ideias que elas mesmas criaram sobre o outro grupo começam a influenciar o modo de viver deles e em como se portam de maneira submissa aos estranhos.

Um excelente livro do falecido José J. Veiga, conterrâneo do estado de Goiás. Meu primeiro contato com esse autor brasileiro de realismo mágico incrível. Quero muito ler outras obras dele, recomendo bastante, o livro é curto e a leitura é muito fluida e a narrativa extremamente instigante, é incrível como ele extrai esse clima de tensão de eventos tão contidianos.
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Martelletti Bragança Lucio 03/05/2020

A hora dos ruminantes
Em uma cidade do interior, Manarairema pessoas humildes e simples, tem a vida modificada com a chegada de forasteiros. Por que eles conseguem exercer influencia psicológica nos moradores? Qual a relação do livro com a ditadura militar?
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gabriel 28/09/2021

Com certeza recomendaria
É um livro que trata de assuntos importantes de maneira simples e divertida, li pela primeira vez no meu oitavo ano e ja reli duas vezes desde então. Acho que é uma ótima forma de introdução (principalmente pra crianças/adolescentes) em temas políticos, sociais etc
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Raquel 23/11/2021

Realismo fantástico
O realismo fantástico é muito utilizado para burlar a censura a alguns temas durante a ditadura. Na obra "A hora dos ruminantes", uma cidade pequena do interior é invadida por um grupo de homens, após isso a cidade enfrenta diversos absurdos como uma enxurrada de cachorros e uma invasão de bois. Uma pergunta do livro é "O que isso deixou de lição?" Olhando a realidade atual, é difícil pensar que realmente aprendemos algo com nosso passado.
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