Viagens no scriptorium

Viagens no scriptorium Paul Auster




Resenhas - Viagens no Scriptorium


16 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Cris 27/09/2023

Recomendo
Esse livro é intrigante e instigante. Desperta sua curiosidade duplamente, pela história do Blank e pela história que ele está lendo. Livro diferente de tudo que já li. Gostei? Gostei muito. Entendi? Não sei? kkkkk
comentários(0)comente



jota 27/05/2023

BOM: através de um personagem enigmático, Auster explora a metalinguagem e nos conduz pelos labirintos da memória, identidade e linguagem
Lido entre 22 e 27 de maio de 2023.

Até agora foram cerca de dez livros de Paul Auster lidos e pelo menos três deles achei ótimos – Invisível (Companhia das Letras, 2010), Leviatã (idem, 2001) e O Livro das Ilusões (idem, 2002). Mas este Viagens ao Scriptorium me pareceu tão fora da curva daquilo que eu pensava dobre a literatura dele que, desde os parágrafos iniciais, pensei estar lendo algo mais próximo de Kafka ou Borges do que propriamente de Auster. Embora em seus demais livros também possamos encontrar personagens curiosos vivendo situações extraordinárias, como Mr. Vertigo, do livro homônimo, para citar apenas um.

A capa brasileira me pareceu OK, mas buscando informações para escrever esses comentários, acabei encontrando algumas bem diferenciadas em certas edições norte-americanas. Numa delas vemos um quarto com janela que parece estar imaculadamente limpo, uma cama que parece confortável, uma escrivaninha com cadeira (que remete para o título do livro) e um belo cavalo branco parado no meio do cômodo. Sobre a escrivaninha estão pilhas de papeis e fotos, informação que nos é dada depois de iniciada a leitura.

Às vezes essa capa reaparece em outras edições, com tudo exatamente igual, mas sem o cavalo – talvez para não assustar o leitor que não aprecia muitas “invenções” quando lê. Pelos parágrafos iniciais da obra e depois, por essa capa estrangeira, é que Kafka e Borges me vieram à cabeça imediatamente... Bem, com ou sem cavalo, nesse quarto vive o enigmático Mr. Blank, um homem não tão jovem, que passa por um processo amnésico, então os objetos presentes no cômodo e até mesmo a parede são identificados com uma etiqueta com o nome: parede, escrivaninha, cadeira etc. com a função de ativar sua memória.

Ele não sabe, mas há uma câmera localizada no teto que o observa o tempo todo enquanto ele recebe várias visitas que parecem fazer com que mais ele esteja enclausurado num hospital ou sanatório do que numa prisão. De um modo ou de outro todos eles têm algo a ver com o passado de Mr. Blank e alguns estão ali para acertar contas com ele, por ter mandado muita gente em missões perigosas no exterior. É alguma coisa que não sabemos lá muito bem o que tenha sido, mas que encontra ecos na guerra civil americana do século XIX.

Ficamos sabendo que agora a guerra envolve os Territórios no exterior (o que seriam eles?) e um dos personagens da história que Blank está lendo é um agente duplo que para lá foi enviado a fim de fomentar a rebelião entre as tribos. Ou como diz alguém nada “(...) muito diferente daquilo que nós fizemos com os índios após a Guerra Civil. Ponha os nativos em pé de guerra e depois liquide com eles.”

Quer dizer, temos a história de Blank encerrado nesse quarto, a ler outra história que de algum modo tem a ver com ele, com suas ações no passado. Pura metalinguagem... E mesmo com várias pistas fornecidas pelo texto que lê e pelas lembranças que os visitantes tentam despertar nele, está difícil para ele descobrir o que faz ali enclausurado. Um pouco complicado, não? Não somente Mr. Blank, nós também, os leitores, somos convidados a participar do jogo literário de Auster, onde se cruzam memória, identidade e linguagem.

Como escreveu o Financial Times no lançamento de Viagens ao Scriptorium, “Auster sempre recompensou seus leitores estimulando sua inteligência. Ele os transforma em detetives, deixando pistas (algumas delas até falsas) que ligam seus livros em uma complexa teia de alusões que se perpetua de livro em livro.” É por aí mesmo...

comentários(0)comente



sofia136 13/01/2022

pra ficar encarando o teto depois de ler
Livro fácil e rápido de ler, além de ser muito bom. A história trata de um homem até então que não se reconhece, não sabe seu nome, onde está, quem é e qual é sua história.
Recebendo visitas e lendo um manuscrito disponível, o desconhecido descobre seu nome e outras coisas começam a ser lembradas, como quem é sua enfermeira e uma antiga paixão, que mesmo sem ter detalhes lembrados, tem a importância reconhecida para o presente do personagem.
Esse é o tipo de leitura que prende e que te deixa curioso, enquanto o personagem reflete sobre quem ele é, o leitor pode se ver no mesmo lugar que o personagem e no final um questionamento fica (pelo menos pra mim): até que ponto nossas memórias são moldadas e como podemos ter certeza de quem somos?
comentários(0)comente



Tatta 09/05/2021

poucas páginas, uma história dessas
indicação de um amigo meu. valeu, Pedro!

meu primeiro livro do autor e isso tornou minha experiência ainda melhor, porque me surpreendi mais com o fim, já que não entendia o que estava acontecendo.

muito bem escrito, devorei o livro, em um dia praticamente - não conseguia parar de ler.

é algo bem surrealista. maravilhado com esse escritor e sua imaginação. muito animado para ler a trilogia de NY.

poucas pessoas lerão esse livro! definitivamente recomendo...
comentários(0)comente



Vini 28/03/2021

Viagens no Scriptorium
Com uma escrita simples e prática, Paul Auster nos leva a especular sobre o papel que desempenhamos em nossa própria história, sobre a construção do protagonismo no nosso dia a dia. Esse foi meu primeiro contato com a escrita de Auster e estou muito contente de poder conhecer sua narrativa.
comentários(0)comente



fabio.orlandini 25/02/2021

Quem somos nós
Através de Blank, uma pessoa sem nome, Paul Auster nos faz refletir sobre nosso papel no mundo, sobre a construção da nossa história de vida. O personagem se encontra isolado (bem apropriado para o momento em que vivemos) e através da interação com as pessoas que entram em seu quarto, tenta descobrir mais de seu passado e lidar com o preço de suas ações. O escritor faz uso da metalinguagem, e, autor e obra se confundem ao final. Excelente.
comentários(0)comente



Maila.Vieira 05/05/2020

"Nós fazemos o que temos de fazer, e aí as coisas acontecem. Coisas boas e coisas ruins também. É assim que a vida é."

O livro tem como tema central o processo criativo, mas há outras questões importantes abordadas - perda, culpa e o envelhecer.

A obra cativa e intriga. Há constantes quebras de expectativa e o final foi inimaginável para mim. O autor soube muito bem aproveitar as poucas páginas.

Um ponto em específico, a princípio, me desagradou. Mas, no desenvolvimento, acabei achando justificável. (Mesmo que sendo um datalhe, evitarei o spoiler).

Sem mais delongas, recomendo fortemente a leitura.

É o terceiro título que leio esse ano e, até então, o melhor.
fabdelirio 05/05/2020minha estante
Tu é braba, igreja católica medieval.


Marcia.Britto 09/03/2022minha estante
Posso sim imaginar do que vc não gostou e mesmo não sendo puritana ou convencional, também achei totalmente fora do contexto... a descrição detalhada de cada comportamento é um recurso do autor, mas tbém mostra o quanto o ser humano ainda está muito preso aos seus instintos, porém, para mim, não agregou realidade, afinal estávamos sob o prisma surreal da criatividade




Stella F.. 16/09/2018

Intrigante!
Meu primeiro Paul Auster. Após uma entrevista sobre o seu mais recente livro, 4321, resolvi ver na minha biblioteca se havia algum livro do autor, e resolvi passa-lo na frente dos outros. Gostei muito da escrita apesar de particularmente não gostar de obras abertas.
Um senhor de idade, em um quarto qualquer, cuidado por pessoas que a princípio foram suas subordinadas ou colaboradoras em missões (não fica claro que missões eram essas). Um mistério não revelado e que embasa o texto, que por um momento pensei até ser uma distopia.
Uma história dentro de outra. Um livro sobre a pergunta que sempre fazemos: Quem somos? Um livro sobre moral: certo x errado? Não sei. Acho que de tudo um pouco.
Fiquei bastante intrigada com as etiquetas nos objetos. Seria devido à senilidade do senhor ou o autor mexe com o leitor na questão do conceito certo ou errado? Por que as coisas devem ter determinado nome e não outros?
Pode ser também sobre criatividade. O que o senhor Blank faz com os personagens, como os encaminhou ao longo da história e essas missões seriam isso, e o medo que sente pode estar relacionado a essa revolta contra seu autor.
O final aberto seria a afirmação do autor de que não existe certo e errado. O que é certo para um pode ser errado para outro.
No geral achei um livro excelente!
Cito um trecho quase do final do livro que me fez pensar que este trata mesmo sobre o processo da escrita: " Sem ele, não somos nada, mas o paradoxo é que nós, fantasias de outra mente, sobreviveremos à mente que nos fez, porque, uma vez atirados no mundo, continuamos a existir para sempre, e nossas histórias prosseguem sendo contadas, mesmo depois que morremos."
comentários(0)comente



DaniM 04/01/2018

Meu primeiro Paul Auster e o terminei bem confusa. A despeito do estilo instigante de e da prosa envolvente, posso dizer que terminei esse livro sem entender nadica. Uma trama estranha, um homem aparentemente sem memória (estaria preso?, estaria louco?, estaria doente?), que desperta num quarto desconhecido, sem saber quem é o que está fazendo ali. Um entra e sai de personagens que aparentam ter ligação com seu passado e uma história que não vai pra lugar nenhum. Talvez eu não seja perspicaz o suficiente pra entender suas sutilezas.
“Enquanto Blank segue nessa trilha de pensamento, alguma coisa se mexe dentro dele, alguma lembrança distante que ele não consegue fixar na mente, que se desfaz sempre que ele chega um pouco mais perto, mas, através das trevas que o impedem de ver com clareza a coisa na sua cabeça, ele consegue divisar vagamente os contornos de um homem, um homem que sem sombra de dúvida é ele mesmo, sentado a uma escrivaninha e colocando uma folha de papel numa antiga máquina de escrever manual”


site: https://www.instagram.com/danimansur/
comentários(0)comente



Ana Carol 01/07/2013

Paul Auster e sua metalinguagem
Acho que esse é um daqueles livros que servem como epílogo para outros, ou seja, é como um complemento para a obra de Auster, que seria mais apreciado se houvesse a leitura prévia de seus outros romances (como "A Trilogia de Nova York").
Digo isso pois já li alguns de seus livros e ao alugar esse, me deparei com vários personagens já citados (como Daniel Quinn e Peter Stillman, d'A Cidade de Vidro), o que leva a uma intertextualidade intrigante e deixa o livro muito mais interessante.
Um temas mais recorrentes nos livros de Paul Auster está contido em todos os cantos deste: a metalinguagem, explorada até o final dessa obra, que pode ser considerada um anexo às outras, e é, como todos os outro, uma leitura sem muitas complicações na escrita, porém que dá muitos nós na cabeça.
comentários(0)comente



Johnny 09/05/2012

Este é o primeiro livro que leio do prolífico escritor Paul Auster, nascido em 1947 nos Estados Unidos. A novela "Viagens no Scriptorium" é bem fácil de ler, pois o autor emprega linguagem simples e objetiva. Sua Interpretação, contudo, apresenta sutilezas.

Nesta pequena alegoria, um velho se vê trancado em um quarto, vigiado por câmeras e microfones, preso a uma rotina de tratamento para um mal que desconhece, pois também desconhece seu passado. Ele sente fraqueza, tem lapsos de memória e parece, por vezes, ser tratado como criança. Uma enfermeira, por quem nutre uma paixão, administra comprimidos que embotam sua capacidade de raciocinar. No espaço em que circula, os objetos possuem etiquetas indicando os seus nomes. Na cadeira, está colada uma fita adesiva onde se lê “cadeira”, na cama existe uma outra inscrição com a palavra “cama”, e assim por diante. Sobre a mesa, deixaram um manuscrito e algumas fotografias, que ele procura ler e examinar, tentando descobrir quem é, quem aparece naquelas imagens, quem escreveu aquelas palavras. O manuscrito, no contexto literário, representa um recurso do autor para inserir uma história dentro de outra história. Durante o dia, Blank (seu nome é sugestivo, pois suas recordações assemelham-se a um espaço que precisa ser preenchido) recebe a visita de pessoas que afirmam ter ligação com o seu passado. Ele descobre que enviou pessoas para missões desconhecidas, que fez muita gente sofrer com isso. Um médico procura instigá-lo a dar continuidade à história do manuscrito. Blank o faz, demonstrando talento criativo, mas o vazio de sua realidade permanece mergulhado em uma névoa angustiante.

Esta dificuldade de compreender o que se passa aflige também o leitor, mas é evidente que a obra carrega com isso seu intento filosófico. Quem somos, de onde viemos, para onde vamos, são questões que fustigam a todos, inclusive os personagens de uma novela.

Há passagens interessantes na história, como esta:

"Vista dos confins mais distantes do espaço, a Terra não é maior que uma partícula de poeira. Lembre-se disso a próxima vez que escrever a palavra 'humanidade'".

Paul Auster também escreveu roteiros para cinema e, a propósito, o desfecho das “Viagens...” faz lembrar um filme do tipo “God movie”. Fico por aqui, sem qualquer esforço para explicar o que vem a ser um "God movie", para não estragar o seu prazer na conclusão da leitura, e para deixá-lo com suas próprias reflexões. Gostei do livro? Posso dizer que sim, embora alguns críticos tenham dito que se trata de uma redundância do autor.
comentários(0)comente



Lori 26/05/2011

Paul Auster é único, não sei se isso é positivo ou negativo, porém é a realidade e o faz um autor igualmente singular. É o tipo de autor que você só lê uma obra e decide nunca mais chegar perto ou é aquele que você lê tudo que é possível. Faço parte do segundo grupo, embora considere Auster mais intrigante do que ótimo escritor. Esse é o quarto livro que eu leio dele, é o segundo que não considero tão bom quanto os outros, contudo ainda quero ler seus outros livros. Ele tem algo que é difícil de explicar, é difícil imaginar alguém como ele, ele consegue escrever sobre assuntos banais como extraordinários em uma diferença de páginas. Os livros têm uma leveza que aparenta que talvez a escrita seja desleixada, na verdade é por que é simples ao mesmo que tem riqueza de detalhes. Talvez seja isso que melhor descreva Auster e o seu trabalho, é uma junção de elementos diferentes.

O livro não é sobre um homem sem memórias em um quarto vigiado, é muito mais do que isso e talvez seja nisso que resida o maior problema do livro. Lendo críticas sobre o livro, vi que alguns consideraram ser sobre a memória, a criação de um livro, solidão, uma grande metafísica. Quem está certo? Penso que todos, por que Auster é capaz de passar sobre todos esses assuntos. Por isso o livro parece não ter objetivo, o que talvez seja uma das maiores características de sua obra, ele trabalha com o mundano, escreve sobre um período e pronto. Ele não coloca um ponto final, parece que ele sabe que sempre há histórias seguintes, somente não resolveu contá-las. É difícil se acostumar com isso, quando a maioria dos livros se prende a um grande final, admito que ainda estou me adaptando a isso.

Como sempre, o que há de melhor são as histórias que ele conta durante o livro. Fico ansiosa esperando o momento que ele começa a contar, por que realmente parece que ele está do seu lado. A criatividade, a narração e os detalhes transformam em uma experiência diferente, realmente parece que tem alguém do seu lado contando. Em Viagens é melhor ainda por que se pode acompanhar o processo melhor, todos os vão e vêm de Mr. Black e as decisões do que é melhor. A forma que todos os elementos são pensados para se unir e ter lógica e um final melhor fazem a leitura animadora. É impossível não tentar adivinhar o desenvolvimento da história ao mesmo tempo em que criando expectativas do que gostaria. Isso que é fascinante na escrita de Auster, embora seja simples, te prende e faz você desejar por mais.

Paul Auster criou uma categoria nova entre os autores que eu leio, aqueles que são fascinantes por eu não saber por que gosto deles. Talvez seja por que ele escreve sobre o processo de criação e as possibilidades infinitas da literatura. Ou por que os seus personagens sejam tão bem definidos que parecem estar na sua frente ou as histórias que cria no meio do livro te anima de uma forma única. É bom ter um autor que você não consegue definir, isso aumenta o animo para ler os outros e livros e assim quem sabe entender o que há. Embora eu ache que parte do charme de Auster é nunca chegar a uma definição.

- - - - - - - - - - - -

http://depoisdaultimapagina.wordpress.com
comentários(0)comente



Sr.F 28/03/2011

.
Se o final do livro desse um simples indicio de alguma explicação para todas as *viagens* do livro seria ótimo.
Em outras palavras não consegui ver o mínimo nexo no livro.
comentários(0)comente



Gley 01/12/2009

Leitura ligeira.
Um livro simples, com leitura fácil, mas que não acrescenta nada. Segue a linha de alguns romances modernos, que confundem o realismo fantástico com o sem-sentido, e acham que se menos entendidos podem ser mais respeitados.

Leia emprestado de alguém.
comentários(0)comente



16 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR