Amada

Amada Toni Morrison




Resenhas - Amada


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Gabriela 26/05/2023

?Eu e você, nós temos mais passado que qualquer um. Precisamos de algum tipo de amanhã??

?Você é a melhor coisa que existe, Sethe. Você é?

?Eu? Eu??

Pelo amor de Deu esse livro?
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Edilene Freitas 21/05/2023

Escravidão, orgulho, rancor, desprezo e amor levado levado às últimas consequências. Amada trata de temáticas que tocam fundo e o principal dentre eles é a maternidade. O que uma mãe é capaz de fazer pra proteger seus filhos da escravidão? Qual a consequência desse amor tão grosso e forte? Como lidar com o passado, quando ele se materializa na sua frente com tanta força, exigindo mais do que você é capaz de dar?
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leo 01/05/2023

O aclamado romance de Toni Morrison se desdobra em 3 partes principais contando a história de "Amada", ao mesmo tempo em que se desloca sob narrativas do núcleo familiar e descrição socioespacial dessa personagem. O que é interessante destacar de início, visto que é um aporte específico e sensorial do romance, é a história sendo nivelada antes, durante e depois (há um porvir aqui?) no regime da escravidão nos Estados Unidos. A partir dela e da aparição de "amada", vemos a mobilização de narrativas apontando para um trabalho de "rememory" (termo cunhado pela autora) para significar os signos relacionais do trabalho de caracterizar experiências traumáticas e violências centralizadas na pele de uma pessoa preta daquela época. Amada, além de assumir tal posto de enunciação, é também um gatilho existencial, sendo um espectro antropomorfizador da angústia de cada personagem: Denver, Sethe, Paul D, por exemplo. A autora esquadrinha uma linha peculiar, complexa e inovadora fazendo Amada coexistir em um plano coletivo, como um emblema da escravidão e da história de 70 milhões e mais, como também no plano psicológico, tecido no íntimo de uma maternidade conflituosa, das emoções paradoxais de sua irmã, e da psique de seus abusadores. Para além da expectativa vil de seus críticos, Toni Morrisson bagunça o mercado editorial com a chegada da obra e constrói uma outra perspectiva sobre problemas históricos, inclusive que assolam a própria Literatura. É preciso reinventá-la, tendo em vista a ausência de fontes confiáveis sobre o tema e encaminhamentos de estórias que extrapolem a branquitude, escritas anteriormente por seus "pares" (até que ponto?) como Mark Twain, Herman Melville para citar en passant. A ficção e memória aqui são as estratégias utilizadas, não eludindo à equivocação dos fatos, mas a síntese e construção de um passado detentor de uma nova forma imaginativa: "There was and is another source that I have at my disposal, however: my own literary heritage of slave narratives." A estrutura do texto é manipulada por uma temporalidade não-linear como já ficou claro, sem despistar do trauma e dor, estes balizam a trama. Afinal, a violência racial é um ponto de fragmentação da subjetividade dos personagens construídos pela escrita impecável, geniosa, individualizada e sensível de Morrison, que efetiva exitosamente a difícil tarefa de narrar um brutalismo moderno e não tão distante assim. Temos muito a aprender com ela.
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Beatriz3345 27/04/2023

Uma leitura que começou difícil e assim continuou
"Que qualquer branco podia pegar todo o seu ser para fazer qualquer coisa que lhe viesse a mente. [...] Sujar a tal ponto que não era possível mais gostar de si mesmo. Sujar a tal ponto que a pessoa esquecia quem era e não conseguia pensar nisso. E, embora ela e os outros tivessem sobrevivido e superado, nunca poderia permitir que aquilo acontecesse com os seus."

Ambiente nos Estados Unidos durante o período da escravidão e pós guerra da secessão, Amada é uma narrativa não linear e em terceira pessoa, que alterna os pontos de vistas de seus personagens retratando de forma às vezes quase lírica, às vezes muito mais sensorial, uma realidade tão dolorosamente absurda (como continuar uma vida comum e ordinária, normal e relativamente feliz, depois de passar por violências e a privação de si próprio, da sua própria liberdade e do amor pelos seus e por si próprio?) que não cabe numa narrativa apenas restrita a citar acontecimentos "diretos" por assim dizer. Mas com o passar dos capítulos, tudo vai se encaixando.
Nesse caso, a casa, assombrada, ganha presença, o passado continua a restringir a vida desses personagens...

Não me pareceu uma leitura fácil, tanto pelo conteúdo e sentimentos invocados, quanto pela forma como é contada. Também acho que algumas coisas devem ter se perdido na tradução e no conhecimento prévio do contexto histórico e etc. Mesmo assim, é possível aproveitar essa leitura e entender o que Toni Morrison foi capaz de criar. Acho que é um daqueles livros que vale procurar alguma leitura de apoio ou análise.
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Brenda 26/04/2023

"Libertar-se era uma coisa; reclamar a propriedade desse eu libertado era outra."

O tipo de leitura que oscila facilmente entre o belo e o bárbaro, o horror e o encantamento. Um livro como "Amada" fica com a gente pelo resto da vida.
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Lizandra.Mirelle 19/04/2023

Amada.
Baseado em fatos reais, Toni Morrison entrega uma história intensa, forte, viva, difícil e complexa.
Uma mãe escrava, no desespero para proteger seus filhos de sofrer o mesmo destino que teve, comete um ato para protege-los. E assim, a história de desenvolve através desse fato e acompanhamos o quanto isso afeta a muitas pessoas.
A escravidão é um acontecimento horrível na história do nosso planeta e Toni, o narra de uma maneira tão incrível, que você consegue sentir todas as dores e amargores de quem passou por aquilo.
Com muitos personagens, entrelaçando entre o presente e o passado, vemos o desenrolar dessa história, narrada do ponto de vista de várias pessoas.
Amada, é sobre amar. É sobre a liberdade, solidão do negro, sobre a luta por dignidade, sobre os fantasmas do passado. É perdão, desespero, luta, culpa, escolhas e amar. Sobre tudo, o direito de amar.
Uma leitura fantástica.
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Kamyla.Maciel 18/04/2023

Primeiro, é necessário dizer que esse livro está longe de ser uma leitura fácil, me peguei diversas vezes retornando para ler novamente algo, para entender a mudança de tempo e de voz, são mudanças sutis e que podem desestimular um pouco, no início.

Sinceramente, até pensei em desistir, mas sorte não ter feito isso, porque esse é um livro diferente de tudo que já li, contado de outra forma, meio desesperador, angustiante. Não vou dizer que foi o melhor dela que já li, mas ele é intrigante sabe, me parece que seriam necessárias várias releituras pra conseguir entender toda a grandiosidade de Amada, a complexidade dos personagens.

A história, e não é spoiler, fala sobre uma mulher escravizada que fugiu com seus filhos de uma fazenda, mas, quando foi encontrada, preferiu matar a própria filha a ter que vê-la como escrava, entendeu que esse seria um caminho menos doloroso do que uma vida sem liberdade. Mas, anos depois, uma menina - da idade da filha morta - aparece e a história se desenrola daí, com uma casa assombrada e com esse fantasma da menina morta. O que essa menina vai significar e causar é o que vamos descobrindo com a leitura.

Apesar da leitura difícil, o livro me prendeu ao tentar entender o sentimento daquela mãe que optou por matar a própria filha, a culpa que sentia, mas, ao mesmo tempo, a falta de arrependimento. As ausências que a escravidão deixou na vida de cada personagem, o medo de amar, de se apegar, de perder, porque poderiam morrer ou serem vendidos a qualquer momento. O mais incrível é que o livro conseguiu nos colocar nos pensamentos daquelas pessoas, mostrando como foram se formando, se traumatizando e resistindo. Como o processo de desumanização ia formando a própria personalidade deles, desconfiados do afeto e das pouquíssimas coisas boas que surgiam na vida.

É realmente genial a forma como foi escrito, como coloca o negro no lugar da resistência e não da mera aceitação.

No início do livro, Toni Morrison disse que queria que o leitor fosse sequestrado, jogado num ambiente estranho, assim como os personagens eram arrancados dos seus lugares, e ela conseguiu causar esse estranhamento, esse ''calma, onde é que eu to no livro mesmo?''.

Enfim, o livro que certamente vou ler novamente, e, com toda certeza, terei outros entendimentos.
Alê | @alexandrejjr 03/05/2023minha estante
Belíssimo relato de leitura, Kamyla!




Vanessa 18/04/2023

Deve-se ficar atento, cada linha há uma revelação sobre o passado das mulheres e das mulheres antes delas. Causa certo estranhamento no início.
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Duda Mesquita 02/03/2023

A história dos que se perderam, porque ninguém os procurou
Desmemoriada e inexplicada, ela não pode se perder porque ninguém]em esta procurando por ela. - Toni Morrison .

Toni Morrison foi uma escritora, professora e editora norte-americana que nasceu em 1931. Morrison ficou conhecida pricipalmente por uma literatura que deu voz aos esquecidos, se tornando uma das principais referências enquanto voz do povo negro, e mais que isso, das mulheres negras. Por seu. trabalho, recebeu o Prêmio Pulitzer de ficção em 1988 e o Nobel de Literatura em 1993 - sendo a primeira mulher negra a receber o prêmio.

Amada é um dos seus livros mais famosos, juntamente com O Olho mais Azul, e é ambientado em 1873, logo após a abolição. A historia é voltada para três mulheres: Baby Sugs, Sethe e Denver, três gerações de uma mesma família. Não é um livro sobre escravidão, como outros que li. Não é um livro de historiadores que escrevem livros didáticos (em sua maioria homens brancos). É um livro de uma mulher negra, que herdou a memória coletiva do sofrimento de um povo em sua pele, que narra o interior de mulheres negras escravizadas. É um livro para procurar os que se perderam e ouvir sua história.

A narrativa é difícil. Não só pelo tema, com inúmeros gatilhos de violência, abuso, racismo e doenças mentais. A narrativa em si é difícil de acompanhar: começa de forma abrupta, sem apresentações, sem contexto, sem transição que explique as idas e vindas no tempo. Uma cronologia difícil de acompanhar, um caleidoscópio de memórias foras de ordem. Mas não é pra ser um livro fácil. O sofrimento de um povo não é pra ser entregue de forma simples, organizada e pronta para ser digerida. O sofrimento é indigesto. Ser arrancado de sua casa, vendido, ver seus filhos sendo vendidos e levados, ser transportado de um local para outro como objeto sem vínculos não é uma forma linear e cronológica e simples de viver a vida. Então o livro é difícil, porque não havia como não ser.

Eu sempre gostei de livros de história. Sempre tive o desejo de entender o mundo. Mas Amada é um daqueles livros que me fez ver que não se entende o mundo quando se escuta a história contada por um outro. A história de um povo precisa ser contada por seu próprio povo. Eu aprendi mais em Amada do que em todos os livros didáticos que li, porque Amada se sente, se vive, se sofre. Amada não é uma coletânea de fatos e datas: é o interior de alguém. E por isso mesmo, reforço o #leiamulheresnegras.

Ao escrever sobre isso, pensei no conceito de lugar de fala, bem explicado no livro de Djamila Ribeiro. Não é sobre não falar. É sobre saber de onde e para quem se fala. Eu falo do ponto de uma mulher branca, e falo para outros que não nasceram com a pele marcada por essa história, que não foram criados sobre a sombra desse sofrimento geracional. Todos temos o dever de aprender, mas nenhuma pessoa tem o dever de nos ensinar. Então em vez de perguntar, ouça. Ouça a voz de um povo que não o seu. Ouça a voz de quem viveu o que você não vive. Ouça Toni Morrison. Ouça os que se perderam, procure-os.

Publicado em www.ascronicasdeduda.com
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Paulinha 26/02/2023

Intenso
Não posso dizer que foi uma leitura fácil. Demorei para pegar o fio condutor da história, pensei em muitos momentos em desistir, mas como é Toni Morrison eu não me deixei desistir e ainda bem.

Um livro que trata do inconsciente, das cargas mentais que cada um carrega, Amada era para cada personagem um sentimento diferente, para Denver a solidão, para Paul D sua virilidade, para Sethe culpa, e cada um foi lidando da maneira que conseguia até superar seus medos.

Mostra de maneira translúcida todo o sofrimento da escravidão, suas consequências.

Super indico a leitura, ler a sinopse antes e entender do que o livro se tratada, ajuda, saber de antemão que a escritora deixa lacunas na história e que alterna entre presente e passado também ajuda.
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Celina50 18/02/2023

Amada
Para Denver ela era a solidão, a instabilidade e o abandono. Denver sentia o terror de perder a figura dela, de ser largada sozinha novamente com a mãe.

Para Paul D ela era sua virilidade. Durante o livro inteiro o personagem enfrenta o dilema de ser um Homem, ou não. Ela o seduz, provando o quanto ele não tinha controle sobre o seu desejo, ela o expulsa da casa deixando claro que ele não era a figura patriarcal dali.

Para Sethe ela era a culpa e a memória. Primeiro apareceu obcecada pela mulher, dependente dela como se necessitada do seu amor, querendo saber de toda a história, e quando consegue, ela começa sua vingança.

Mas no fim Amada representou a superação de todos esses medos para eles.
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Clarissa 13/02/2023

Soco no estômago resume esse livro. Que força narrativa. Dá pra sentir na leitura o ressentimento (justificado) de um povo e as consequências negativas que isso infelizmente traz para as próprias pessoas que se envolvem nesse ressentimento, ainda que com muita luta. Só lendo pra entender, mas algumas das narrativas mais assustadoras relativas a esses eventos nefastos que são a escravidão e a segregação racial estão descritas aqui de maneira avassaladora. Obra não recomendável pra todos, complexa e chocante em alguns momentos, mas de uma força sem igual.
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Joyce 08/02/2023

Foi um livro um pouco difícil pra mim, demorei muito tempo pra terminar mas não foi de nenhuma forma um livro ruim.
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Nayara 29/01/2023

Amada
Primeira leitura do clube Lendo Mulheres pelo Mundo, Amada, de Toni Morrison, acaba de se tornar o meu livro preferido da escritora. Contarei mais na resenha do blog, não perca!
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Ester71 26/01/2023

Como leitora amadora, achei o livro bem complexo. Porém, na parte final pude compreender melhor a história e todo o enredo do que vinha se delineando desde o início. Uma história pesada, como são todas as que envolvem o tema escravidão.
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