Geovana Rodrigues 29/12/2023
O homem branco é pior que o inferno.
"Você sabe tão bem quanto eu que gente que morre mal não fica no chão."
Não esperava o elemento fantasioso da história. A linguagem/forma como foi escrito é meio confusa, não segue uma linearidade – vários pontos de vista são narrados. Traz a realidade brutal do dia a dia de negros que foram escravizados – mais especificamente da Sethe. Uma mãe, uma fugitiva, uma assassina, uma mulher forte, traumatizada, abusada, escravizada.
A autora se inspirou em uma história real, (e agradeço a Camila, do @a_bookaholic_girl por ter me indicado essa obra incrível e ter discutido comigo diversos pontos).
Sethe vive em uma fazenda, dita assombrada. Horror por assombrações, mas também pela escravidão. Achei impossível ler sem dar pausas para respirar, o impacto que a Toni conseguiu expressar nas palavras é uma coisa que não se lê todo dia por aí. Mesmo que tenha demorado um pouco para engatar na história, senti que a forma como ela ia tecendo as frases me fisgou de uma forma que nem eu ainda entendo.
O professor, um personagem que se destacou, é uma das pessoas mais atrozes que li. Ele chega após a morte do Sr. Gardner, um senhor branco que se considera um homem bom por tratar seus escravos como homens e não como animais.
O coração sangra em pensar que seres humanos trataram tão perversamente outros seres humanos, através de conhecimentos tirados do c* que diziam que estes eram uma raça superior aquela outra. Absurdo também como deixamos acontecer por tanto tempo e por ainda deixarmos. O racismo está aí, sendo esfregado na nossa cara rotineiramente.
Em resumo, é potente, leva-se dias, meses, quiçá anos, para digerir. Amada entra com sucesso na lista de leituras imprescindíveis, para se ler antes de morrer.
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