Cisquinhole 28/05/2023
Ninguém é a vítima
Eu simplesmente amei como esse conto foi um grande tabefe na cara, porque não traz personagens irreais, que um é a vítima que sofre e não faz nada e o outro que é o vilão e pah pah pah.
Temos três personagens que, no final, estão três errados, sem que um saia como a vítima. A construção da relação da Rita e Camilo e como até mesmo o narrador deixa claro que nem eles sabem como chegaram a se tornar amantes deixa a marquinha machadiana da incerteza no conto. Como dito, fica no ar quem fazia as cartas de denúncia, quem contou a Vilela da traição e como foi o trololó que deu início a relação escondida de Camilo e Rita.
A forma como a Cartomante está conectada em todos os acontecimento é surreal e muito por baixo dos panos, porque, dá a entender que ela não conhece os personagens e a relação entre eles, mas os diálogos e situações se encaixam.
Recomendo bastante, foi uma leitura para a faculdade, que me lembrou um pouco O Primo Basílio, e a narrativa e a escrita são bem tranquilas.