Aione 01/02/2021Uma Noiva Rebelde é o quarto e último livro da série Os Rokesbys, de Julia Quinn, que antecede a famosa série Os Bridgertons. Situada no final dos anos 1700, a família Rokesby é vizinha da família Bridgerton, e ambas acabam se unindo por meio do casamento. Tanto este quanto o primeiro da série, Uma Dama Fora dos Padrões, são protagonizados pelas irmãs de Edmond Bridgerton, patriarca da família que protagoniza a série mais famosa da autora.
Nicholas Rokesby, caçula da família e livre das obrigações aristocráticas, estuda em Edimburgo para ser médico. Quando recebe uma carta de seu pai pedindo que ele volte para casa com urgência, ele jamais imaginou que o motivo do retorno teria a ver com Georgie Bridgerton, sua vizinha e amiga de infância. Solteira aos 26 anos e sem a intenção de se casar por conveniência, ela se vê com opções limitadas ao ter sua reputação colocada em risco.
Sou suspeita para falar dessa série, porque adoro todos os livros — Um Cavalheiro À Bordo foi o que menos gostei. Julia Quinn é uma das minhas autoras de romance de época favoritas especialmente pela leveza de sua escrita e por seu humor, sobretudo em diálogos. Em Uma Noiva Rebelde, todos esses elementos continuam presentes, o que faria da leitura agradável por si só. Para além deles, há também os aspectos próprios da obra, que a tornam ainda mais gostosa de se ler.
Em primeiro lugar, Nicholas é estudante de medicina e parte desse universo aparece na narrativa. Os comentários sobre as amputações, sangrias e outros procedimentos hoje muito distantes da nossa realidade mostram não apenas o avanço da medicina, mas ambientam a trama em um cenário interessantíssimo, que vai além do comum envolvendo as rodas sociais da aristocracia britânica. Aliás, essa é uma característica da série, já que em Um Marido de Faz de Conta há o cenário do Exército e, no terceiro volume, o da Marinha. Também, Georgie é a típica mocinha a frente do seu tempo, constantemente questionando os papéis atribuídos a homens e mulheres — além de assumir uma postura ativa, agindo de acordo com o que ela acredita. É curioso aqui observar a escolha do nome da protagonista, que pode ser tanto masculino quanto feminino, sendo, portanto, a maneira perfeita de Julia Quinn demonstrar essa característica de sua mocinha de defender a igualdade de direitos entre os gêneros.
Depois, é nesse livro que enfim vislumbramos um pouco dos Bridgertons que primeiramente conhecemos. Como Uma Noiva Rebelde se passa em 1791, Violet e Edmond já haviam se casado, e Anthony, Benedict e Colin já eram nascidos. Assim, quando a família vai jantar na casa de Georgie, podemos desfrutar um pouco mais dos personagens. Fiquei encantada pelos dois mais velhos como crianças e mais ainda pelo Colin bebê, já tão voraz e encantador, como virá a ser quando adulto, além de ter amado a versão praticamente recém-casada de Violet, em seus primeiros anos de maternidade. Para quem acompanha ambas as séries, esse tipo de conexão entre os livros é como uma homenagem não apenas aos personagens, mas aos fãs, por poderem aproveitar desse extra.
Em linhas gerais, Uma Noiva Rebelde me proporcionou, mais uma vez, uma leitura encantadora e divertida, que fluiu muito rápido. Gostei do fato de não haver tantos conflitos na história, sendo mais centrada no desenvolvimento da paixão entre o casal. As cenas sensuais se fazem presente, mesmo que em pouca quantidade, mas dão o tom necessário de tensão e romance para o enredo. Mais uma série de Julia Quinn que deixará saudades!
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